Unimed BR n°35 - Jul /Ago 2018

ANSIEDADE O TRANSTORNO IMPACTA A SAÚDE EMOCIONAL E PODE LEVAR AO ADOECIMENTO FÍSICO, MAS EXISTE A POSSIBILIDADE DE SER ADMINISTRADA COMMUDANÇAS DE HÁBITOS E COMPORTAMENTOS medo. Quando instalado, ele po- de estimular outros sentimen- tos, como insegurança, incerteza, desânimo e desinteresse – tais sensações podem agravar ainda mais a ansiedade e desencadear outros problemas. “Isso dá espa- ço para o surgimento do processo depressivo, que se manifesta de acordo com o desequilíbrio das funções dos neurotransmissores”, afirma. “Ansiedade, angústia, tris- teza, melancolia e depressão são emoções normais, que devem ser vivenciadas no advento de situações inesperadas, provocan- do resposta emocional de sofri- mento psíquico, por um período necessário para a elaboração dos fatos. Mas, se essas emoções per- sistirem, corre-se o risco de afetar a saúde mental, levando ao seu agravamento”, adverte. Dentre os transtornos mentais, os de ansiedade – que são divi- didos em transtorno de pânico, ansiedade generalizada, fobias, ansiedade social, estresse pós- traumático e obsessivo-com- pulsivo – estão entre os diag- nósticos com maior influência do meio. “Seja por histórico de um trauma, seja por condições sociais desfavoráveis, como desemprego, crise econômi- ca, incerteza quanto ao futuro. C onsiderada por especia- listas um mal dos tempos modernos, a ansiedade vem tomando conta do Brasil e do mundo. Segundo estimativas da Organização Mundial da Saú- de (OMS), o Brasil é o país com a maior taxa de pessoas comtrans- tornos de ansiedade no mundo e o quinto em casos de depressão. Os dados mais recentes, divulga- dos em 2017, mostram que 9,3% dos brasileiros (18,6 milhões de pessoas) têm algum transtorno de ansiedade e a depressão afeta 5,8% da população nacional. Os dados são preocupantes e apontam que a doença segue em “epidemia”: estima-se que 33% da população mundial so- fra com crises. “A ansiedade le- va a faltas ao trabalho, prejuízo no sono, queixas físicas, como dor no peito, por exemplo, com aumento de procura de serviços médicos, diminuição da quali- dade de vida, podendo levar à depressão, consumo de álcool e drogas e ao suicídio”, explica Roberto Ratzke, psiquiatra coo- perado da Unimed Curitiba (PR). Os gatilhos queprovocama ansie- dade são muitos. De acordo com Maria de Nazaré Paes Loureiro, psiquiatra cooperada da Unimed Belém (PA), o principal fator é o NÇA EM EPIDEMIA jul | ago 2018 | 31

RkJQdWJsaXNoZXIy MjcxMg==