Revista Cooperação Unimed Brusque - Edição 43

A os 70 anos, Maria de Fátima Alves Dias não perde a ma- jestade. Está sempre produ- zida e faz questão de usar salto, 10 ou 12 centímetros. Mas também reconhece seu histórico de quedas, uma das caracterís- ticas que a acompanha desde a infância. “Minha família me chamava de 'cai-cai'. Caí muitas vezes, mas nunca quebrei nenhum osso. Acho que isso acontece porque tenho labirintite, algo que trato desde os 18 anos”, conta Maria de Fátima. Segundo ela, no entanto, os últimos aci- dentes ficaram mais complicados por conta da idade. Em um deles Maria de Fátima caiu de uma escada ao pegar uma peça dentro de um armário da cozinha. Lembra apenas de sentir tontura e permaneceu por algum tem- po no chão, sem conseguir levantar. Em outra oportunidade, ela machucou o joelho ao tropeçar em uma bola que o neto deixou pelo caminho. No entanto, a pior que- da aconteceu na academia, em uma aula de Pilates. “Não estava me sentindo bem e me apoiei na lateral do aparelho. Acabei escorre- gando da bola e me machuquei de verdade. Foi um estiramento no quadril e durante dois anos precisei fazer fisioterapia”, relata. Maria de Fátima é agitada e costuma fa- zer tudo com rapidez. Por isso, também vive trombando, principalmente o lado esquerdo do corpo, nas quinas de portas. O ombro está quase sempre dolorido por conta destas pan- cadas. Hoje, no entanto, ela garante que não sobe mais em escadas quando está sozinha. Também já descartou tapetes escorregadios e só deixou os modelos com aderência. “Te- nho medo de quebrar um osso. Principalmen- te o pé, porque daí não vou conseguir usar salto”, observa, com humor. Tenho medo de quebrar um osso. Principalmente o pé, porque daí não vou conseguir usar salto. Maria de Fátima Alves Dias Os riscos São dados do Ministério da Saúde: mais de 60% das admissões de pessoas acima de 60 anos em pronto-socorros estão relaciona- das com fraturas provenientes de quedas. O volume é tão expressivo que um a cada três indivíduos acima dos 65 anos sofrerá pelo menos uma queda após essa faixa etária. De acordo com o especialista em Orto- pedia e Traumatologia, Dr. Luís Fernando de Oliveira, o número de acidentes se eleva na terceira idade basicamente por alterações físicas e doenças relacionadas ao envelhe- cimento. “Alterações da visão, por exemplo. Os óculos não estão com o grau adequado ou a pessoa não percebe e esbarra em obje- tos. Também há diminuição da força muscu- lar, seja por falta de atividade física ou pelo próprio avanço da idade”, esclarece Dr. Luís Fernando. Segundo ele, outros fatores relacio- nados à queda podem ser provenientes de alterações do equilíbrio. “Assim como a cir- culação sanguínea tem uma diminuição ou alteração nas pernas (varizes ou isquemias) ou no coração (anginas, cardiopatia isquê- mica) pode haver diminuição na circulação para o cérebro. Uma pessoa deitada, ao se levantar muito rápido, pode sentir tontura e cair”, explica. 17 COOPERAÇÃO UNIMED BRUSQUE

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