Revista Unimed Edição 41

Dra. Flaviana recomenda a psicoterapia para toda as famí- lias que passam por alguma dificuldade nesse momento. “Durante a infância os pais são modelos e a verdade vem dos pais. Mas, na adolescência, os filhos começam a questionar isso porque passam a formar sua própria iden- tidade. Nem sempre os pais conseguem entender e aceitar este novomomento e aí surgemos problemas”, destaca. Talvez conviver comfilho adolescentenunca tenha sido uma tarefa fácil. No entanto, com a conectividade e esse acesso à informação, surgemriscos graves como a exposição a conteúdos que podem influenciar negativamente jovens vulne- ráveis emocionalmente, como o jogo da Baleia Azul, além de páginas que estimulam a prática da mutilação e a tentativa de suicídio. “Certa vez atendi uma es- cola onde metade de uma turma do Ensino Médio havia se corta- do. Duas meninas apresentavam o quadro depressivo, mas, como eram influentes no grupo, os ou- tros replicaram esse comportamento como uma forma de se sentir parte do grupo modelo. Isso é bem grave”, alerta a psiquiatra. A procura pelo médico deve acontecer quando o ado- lescente começa a se expor a riscos, quando baixa o de- sempenho na escola ou quando a família percebe que cri- ses de raiva ou de tristeza transcendem o contexto da casa e chegam ao grupo de amigos. Para doutora Flaviana, em caso de dúvidas é recomendável procurar ajuda. “A melhora também depende da família. É difícil tra- balhar sem esse envolvimento. Não adianta mudar uma peça se o resto não muda. O sistema familiar precisa ser analisado como um todo”, orienta. Fique atento Casos de depressão também acontecem na infância. É importante que os pais estejam atentos às mudanças brus- cas de comportamento. O filho pode começar a ir mal na escola, mudar o interesse em relação aos amigos, diminuir o contato com as pessoas, engordar ou perder peso e de- monstrar irritabilidade. “Quanto mais cedo a criança passa por uma situação de trauma, mais possibilidade ela tem de sofrer algum pro- blema emocional. Perda dos pais ou uma mudança brusca no ambiente são exemplos disso. A criança pode estar bem, mas depois apresentar um quadro de depressão”, enfatiza. Porém, segundo a médica, a doença mental nunca se restringe a um fator só. Incidem sobre ela o ambiente, a criação, fatores genéticos e até clínicos, como o hiperti- reoidismo. priedade na hora de receitar a medicação que pode ser usada para aquela idade e peso. Mas vale salientar que há critérios e, dependendo do caso, alguns exames para serem feitos”, acrescenta. Autismo O psiquiatra pode ser consultado em caso de suspeita de autismo. Ainda assim, a criança precisará passar por um neuropediatra, já que depende desta observação clí- nica e de exames, como ressonânciamagnéti- ca. “Isso porque existem muitas doenças neurológicas que se parecem com o autismo. A necessidade de exames é para um diagnóstico por exclu- são, mas nem sempre as pessoas compreendem a razão de tantos procedimentos e profissionais envolvidos”, detalha amédica. Para a profissional, a aceita- ção dos pais sobre a condição da criança é essencial para o início do trabalho que estimula o desenvol- vimento. “Os primeiros anos de vida representam um tempo precioso, é o que chamamos de ‘janela de oportunidade para estimular o desenvolvimento’. Quanto mais precoce for a intervenção, ainda que antes do fechamentodo próprio diagnóstico, melhor será o resultado”, esclarece. Muitasmudanças A mudança de comportamento pode ser explicada pelo fenômeno da adolescência. Evidente que há casos que extrapolam e precisam de acompanhamento médico, mas Dra. Flaviana Becker Dartora é psiquiatra e realiza atendimento de crianças na Clínica da Unimed Saiba mais O atendimento de psiquiatria voltada para o público infantil acontece toda quarta-feira, das 18h às 20h, com horário marcado, na Clínica Unimed, no bairro São Luiz. Mais informações pelo telefone (47) 3251-2499. GUÉDRIAMOTTA / IDEIACOMUNICAÇÃO 19 COOPERAÇÃO UNIMED BRUSQUE

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