Revista Unimed Edição 42

H á quem roa as unhas, coma sem parar ou te- nha falta de apetite, apresente irritação cons- tante, falta de concentração ou perca o sono. A ansiedade pode se manifestar de maneiras e intensidades diferentes e, quando começa a prejudicar o dia a dia das pessoas, deve ser combatida com a ajuda de profissionais. A auxiliar de escritório Stefani Caroline*, de 29 anos, convive com a ansiedade desde os quatro anos de idade. Ela conta que sua mãe percebia desde a sua infância, crises que surgiam diante de uma viagem escolar, festa de aniversário ou apresentação de um trabalho, sendo que os sintomas co- meçarama se intensificar na transição da adolescência para a vida adulta. “Dores de cabeça, crises de enxaqueca, labirintite, vômitos, tremedeira e crises de choro começaram a atrapa- lhar meu dia a dia e aí percebi que a situação estava ficando mais séria. Sentia constante tensão ou nervosismo, sensação de que algo ruim iria acontecer o tempo todo, problemas de memória e concentração, medo, descontrole sobre os pensa- mentos e automaticamente, insegurança, por uma hora pen- sar de um jeito, outra hora de outro, preocupação exagerada em comparação com a realidade, problemas para dormir, ir- ritabilidade, compulsão alimentar, e nas piores crises, pensa- mentos como: eu prefeririamorrer do que estar passando por isso”, descreve a jovem. Àmedida emque a ansiedade passou a comprometer a rotina no trabalho, o sono, e pequenas coisas, como receber a visita de um amigo em casa e ler em local público, Stefa- ni decidiu buscar ajuda profissional para tentar combater a doença. “Inicialmente comecei fazendo terapia semanal. Hoje faço terapia de 15 em 15 dias e acompanhamento com psiquiatra. Há alguns dias também iniciei um tratamento com medicamentos, mas será temporário, conforme va- mos analisando a necessidade. Isso tudo tem me ajudado a combater os sintomas e tenho me sentido muito melhor. É fundamental procurar a ajuda de especialistas e não somen- te alguém que vai receitar remédios, pois não adianta tratar apenas os sintomas, e sim a causa. A ansiedade geralmente está relacionada a algummotivo específico, que as vezes não conseguimos diagnosticar sozinhos. Também não se deve desistir do tratamento. É preciso levar a sério, pois a ansieda- de se instala principalmente, em situações que exigemmais atenção, e quando a pessoa ansiosa não está em crise, acaba até esquecendo do problema. Acha que está tudo bem, e aí quando volta a ter crises, está despreparada para enfrentar o problema, o que vai piorando cada vez mais”, salienta a auxi- liar de escritório. Stefani observa ainda que a pessoa que sofre de ansie- dade não deve conversar a respeito do assunto com quem não tem a doença ou não entende o que são crises de an- siedade. “A grande maioria acha que isso acontece por que a pessoa não tem paciência, ou é estressada, ou quer que tudo aconteçanahora, ouqueas coisasdevemacontecer comoela deseja. Às vezes por causade comentários desnecessários de pessoas semempatia, a gente vai adiando a procura de ajuda, achando que realmente é algo bobo que logo vai passar, ou se culpando por se sentir desse jeito”, destaca a jovem. Diagnóstico Omédico psiquiatra Antonio Roxo, explica que a Ansie- dadeéumtermogeralquedescrevesensaçãodenervosismo, medo, apreensão ou preocupação. “É um sentimento normal e necessário para que a causa que origina as sensações des- critas possa ser equacionada, enfrentada ou resolvida. Porém, considera-se um 'transtorno' quando a ansiedade diante das situações que normalmente despertam esses sentimentos torna-se intensa ou duradoura o suficiente para interferir na qualidade de vida. Por exemplo: alterações no sono, apetite, concentração - descrita muitas vezes como 'falta de memó- ria' -, irritabilidade, manifestações neuro-vegetativas como dores tencionais, alteração do hábito intestinal, alterações no ciclo menstrual, sudorese, boca seca, palpitações, tremores de extremidades, tonturas, entre outros”, declara omédico. Dr. Antonio revela que o Brasil ocupa a primeira po- sição mundial em relação ao diagnóstico de Transtornos de Ansiedade, com uma incidência de 9,3% (19,5 milhões de pessoas) de todas as faixas etárias. “A ansiedade quando doença, pode ser classificada de diferentes tipos: Transtorno Fóbico (em geral), Transtorno de Pânico (an- siedade paroxística episódica), Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), Transtorno Misto de Depressão e Ansiedade, e Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC). Através dessas diferentes formas, a ansiedade pode afe- tar consideravelmente a vida da pessoa e também vale observar que o estresse aumenta os níveis de cortisol no organismo e está relacionado a uma série de outras doenças. Uma pessoa permanentemente ansiosa sen- te-se constantemente pressionada - e assim estressada - por situações simples e cotidianas ou até mesmo por A ansiedade pode afetar consideravelmente a vida da pessoa. Também vale observar que o estresse aumenta os níveis de cortisol no organismo e está relacionado a uma série de outras doenças” *Stefani Caroline é um nome fictício, a pedido da fonte, que preferiu não se identificar. 7 COOPERAÇÃO UNIMED BRUSQUE

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