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Revista Conexão - Julho / Agosto /Setembro de 2012 - Edição 06
PAIXÃO POR
HOBBIES
EM COMUM
Profissionais da saúde participam de
confrarias para se socializarem, aliviar o
estresse e trocar gostos e experiências
Das atribulações do consultório mé-
dico diretamente para o prazer das trilhas
de motocicleta nas montanhas de Minas
Gerais, ou para os mergulhos nos mares de
diversos países do mundo. Esses são os re-
fúgios e as atividades de lazer preferidas
de José Mauro Drummond, ortopedista de
Governador Valadares. Elas funcionam
como uma verdadeira válvula de escape e
ajudam a aliviar o estresse, fazer novas ami-
zades, trocar gostos e experiências em
comum, tudo isso em grupo. O médico faz
parte de duas confrarias, uma de mergulho,
onde se encontra com os amantes do
esporte, em determinados períodos do ano,
e a Duas Rodas, em que divide a paixão
pelo motociclismo.
Assim como o ortopedista, alguns gru-
pos de pessoas estão se associando ou se
reunindo em confrarias. São associações, ir-
mandades, agremiações, clubes, entre outros
sinônimos que definem essa formação de
pessoas e amigos que se encontram para dis-
cutir, contemplar, compartilhar e apreciar gos-
tos em comum. A história das confrarias tem
sua origem na idade média, na Europa, onde
leigos no catolicismo tradicional se reuniam
para promover o culto a um santo. O dicio-
nário
Houais
define confraria como "associa-
ção laica que funciona sob princípios
religiosos, fundada por pessoas piedosas que
se comprometem a realizar, conjuntamente,
práticas caritativas, assistenciais, etc.; congre-
gação, irmandade" ou "conjunto de pessoas
do mesmo ofício, da mesma categoria ou
que levam um mesmo modo de vida". A pa-
lavra vem do latim "
frates
",
que significa irmão.
Hoje, as confrarias existem em torno de
um
hobby
,
do interesse de um grupo de pes-
soas por um tema ou atividade em comum.
Funciona como um entretenimento que, por
meio de uma agremiação, tem o intuito de
dividir conhecimento, cultura e apreço por as-
suntos como música, gastronomia, literatura,
vinhos, filmes, fotografias, histórias em quadri-
nhos, jogos, história, antiguidades, motos, car-
ros, esportes, entre outros.
A socióloga Neuma Aguiar, professora
emérita da UFMG, chama a atenção para o
fato de que estar em grupo é uma atividade
importante na vida do ser humano, e uma
maneira relevante de aliviar as tensões, de
ter disciplina, atenção, concentração e de re-
solver os conflitos internos. "É importante não
trocar o lazer ativo, com atividades esportivas
e de socialização, pelo lazer passivo, como
assistir televisão, por exemplo, em que não é
preciso ter contato com o outro."
Segundo ela, realizar tarefas em grupo
pode proporcionar inúmeros ganhos, como
o equilíbrio na vida pessoal, a possibilidade
de tirar o foco das tensões, de dividir expe-
riências, trocar ideias, encontrar os pares e
aprender novidades. "O ser humano precisa
achar formas de aproveitar os momentos de
lazer em grupo", defende.
Segundo sócio mais antigo da SBAV,
Virgílio (ao fundo, em pé, de blazer)
encontrou na confraria a união perfeita
entre o vinho, sua grande paixão, os
prazeres da vida social e o gosto pela
culinária, cultura, viagens e história
Divulgação SBAV