Revista Ampla | Edição 46 | Unimed Paraná

populações atendidas pelo SUS e pela SS são muito parecidas, uma explicação pode estar nos incentivos financeiros relacionados a esses eventos hospitalares”, reflete. Conforme lembra Priscila, os altos índices de obesidade e realização de cirurgias bariátricas são reflexo do cotidiano populacional com redução dos intervalos para atividades físicas, alimentação inadequada, dificuldade de adesão a dietas de reeducação alimentar. “Esses fatores, quando presentes em uma população com plano de saúde e acesso a cirurgias bariátricas, oportuniza um caminho facilitado para resolução do problema obesidade, que se não for corretamente orientado passa a ser uma resolução temporária devido às inúmeras consequências psicológicas e fisiológicas”, analisa. Morais também concorda que o procedimento traz inúmeras consequências negativas, mas acredita que, quando bem indicado, traz uma recuperação mais rápida da condição de saúde que a obesidade prejudica. “A facilidade de acesso às terapias cirúrgicas e o melhor desenvolvimento das várias técnicas e equipamentos utilizados nas operações têm trazido melhores resultados aos procedimentos. É sempre oportuno lembrar que há indicações específicas e bastante protocoladas para que a intervenção cirúrgica tenha bom resultado e atinja os objetivos a que se propõem”, analisa. Segundo lembra Priscila, o Sistema Unimed Paranaense vem trabalhando diferentes estratégias para gerir os planos de saúde com melhorias do processo de regulação, incorporando um olhar qualitativo junto ao quantitativo; implantando ações de gerenciamento dos pacientes com condições crônicas de baixa, média e alta complexidade, gestão de rede de prestadores, educação em saúde, entre outros. De acordo com ela, o modelo assistencial de Atenção Primária a Saúde em fase de inovação e difusão no Sistema Unimed é a chave final para este processo. “Uma vez que consigamos, a longo prazo, prover a todos os beneficiários esse modelo, a coordenação do cuidado será mandante da utilização com o equilíbrio entre os demais níveis de atenção à saúde”. Para Morais, as estratégias mais assertivas são educação continuada da rede assistencial, mudança de modelo assistencial e mudança de modelo de remuneração. Além disso, a gestão profissionalizada é fundamental para que se reduzam os desperdícios (avaliados em 30%) e se incentivem as melhores práticas. Na opinião do vice-presidente da Unimed Paraná Faustino Garcia Alferez, os beneficiários APS, além do gerenciamento dos cuidados, apresentam menos riscos de sobrediagnosticos e exames invasivos desnecessários. “Pela simples proximidade do seu médico, com os pacientes executando ações preventivas, na exata necessidade de sua execução, acompanhando a curva dos resultados dos exames, exercendo o papel de gestor da Saúde”, garante. Para ter mais saúde é necessário investir bem. “E investir recursos humanos e financeiros em conhe- cimento”, destaca Morais. De acordo com ele, há inúmeras experiências de programas, intervenções e ações pelo mundo, que são aplicáveis, com as ade- quações necessárias às nossas populações. “Assim, é fundamental que toda a decisão de investimento financeiro tenha um forte suporte cien- tífico. Por exemplo, temos observado uma velocidade de lançamentos de novos produtos farmacêuticos na oncologia que tem elevado custo, mas que, sendo simplório, aumentam a esperança e curto período em dias de vida, mas não efetivamente a eliminação da neoplasia”, reflete. De acordo com o gerente, isso está provocando necessidade de ajustes tanto na área pú- blica como na suplementar. Cabe, portanto ao gestor, ajustar as necessidades com as possibilidades dos recursos disponíveis visando atender a maior parte das pessoas que necessitam de cuidados. Mapa ANS: nesta edição, os indicadores de saúde tradicionalmente já analisados na publicação apre- sentam uma breve análise temporal, cobrindo os anos de 2014 até 2016. O comparativo dos dados é relativo ao período de 2014 a 2015. MAIS CONHECIMENTO = MAIS SAÚDE | CAPA 16 | AMPLA • JUL/AGO/SET 2017