Revista Ampla | Edição 46 | Unimed Paraná

Além da atenção, esse tipo de atendimento evita a prescrição pouco cautelosa de investigações diagnósticas e procedimentos terapêuticos agressivos TENDÊNCIA NO BRASIL Muito se fala na medicina baseada em evidências e na atenção redobrada ao paciente, que são práticas bastante de- fendidas em outros países. Aqui no Brasil, muitos profissionais também já utilizam desses conceitos há muito tempo em sua prática cotidiana, por se tratar de uma filo- sofia de trabalho. Segundo Richard Smith, ex-editor do British Medical Journal, esta pode se mostrar como a melhor forma de se realizar a medicina no século XXI. “A Slow Medicine vem para fornecer ferra- mentas e instrumentos que sistematizem essas ideias”, esclarece o Campos Velho. A filosofia busca reunir, no país, profis- sionais da área da saúde identificados com os conceitos e levar essas ideias para as instituições de assistência à saúde, bus- cando contribuir para a reflexão e transfor- mação da prática médica em atitudes mais ponderadas e equilibradas. O movimento busca alavancar as discussões em torno das diferentes experiências que possam ser vantajosas em termos de saúde, bem-estar e de autonomia na tomada de decisões. Entre os principais cuidados que devem ser tomados pelo profissional que busca levar como filosofia os princípios da Slow Medicine , estão a de permitir a autono- mia ao paciente na tomada de decisões, aumentar o bem-estar psíquico e físico do paciente, oferecer o máximo de informa- ções para não gerar dúvidas nem excluir outras formas de tratamento, estudar, pesquisar e se integrar com outros pro- fissionais, explicando ao paciente sobre procedimentos. Segundo especialistas que defendem a prática, antes mesmo de ser um técnico, o médico é um educador e por isso resulta o impacto dos aspectos de comunicação e de relacionamento durante todo o tratamento. Mais informações sobre o conceito da Slow Medicine , como foi desenvolvido e detalhes sobre sua história, estão no site www.slowmedicine.com.br . 19 A prática que pode salvar vidas Uma prática que busca o atendimento mais humanista e centrado na pessoa, o Slow Medicine é uma filosofia criada em contrapartida ao constante impulso para aceleração da socie- dade moderna. Traduzida como a “medicina sem pressa”, o objetivo é buscar resgatar o tempo e a re- lação médico-paciente. A expres- são abriga várias iniciativas que contribuem com a prática médi- ca, como a medicina narrativa, a medicina baseada em valores e os cuidados paliativos, além de campanhas que buscam redu- zir o desperdício no sistema de saúde e promover a segurança do paciente. AMPLA • JUL/AGO/SET 2017 | RESUMO