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Pensar Unimed
| Agosto de 2012 - 3
mas sempre há os individualistas,
que desde cedo se manifestam,
não deixando de dar aquela olha-
dinha na prova de matemática,
colocando os braços sobre a pro-
va ou se ajeitando na cadeira, e
normalmente sendo excluídos do
grupo, pois não cooperam.
O ato de cooperar está conosco desde os primórdios de
nossas vidas. Temos que desenvolver, treinar e exercer o coo-
perativismo, pois a força do conjunto é maior que a soma indi-
vidual de um a um.
Como podemos ver, é na cidade, na comunidade onde
aprendemos e desenvolvemos o ato de cooperar. Lá está a cé-
lula, o núcleo do verdadeiro cooperativismo.
Gerson Reis
Diretor Administrativo
Buscar o ideal, fazendo o
possível
O
sucesso de uma trajetória empresarial pode ser me-
dido pela exuberância de seus números e validado
por índices crescentes nas pesquisas de opinião. Mas
os valores mais nobres devem ser examinados à luz do seu
significado para a vida das pessoas.
Como médicos e líderes, devemos ter sempre presentes os
ensinamentos de Hipócrates e os princípios do cooperativismo,
sobretudo neste momento em que comemoramos, em nosso
Estado, os quarenta anos da Unimed - integrando um sistema
"made in Brazil" que constitui modelo único no mundo.
Prestar contas à sociedade é o compromisso permanen-
te que une e perpetua, de forma indestrutível, os profissio-
nais da Medicina que adotaram essa doutrina e os quase 2
milhões de gaúchos que neles depositam sua confiança, na
relação próxima proporcionada pela presença física da rede
cooperativada em todos os municípios do Rio Grande.
Retribuir essa confiança, melhorando a estrutura de aten-
dimento aos cidadãos, principalmente nas regiões carentes e
não somente nos grandes centros, constitui uma das razões
de ser do cooperativismo de saúde. Estamos nos referindo
O
tema do 7º Fórum Político Unimed/RS foi muito bem
escolhido pelos organizadores, pois é na comunidade
em que vivemos onde aprendemos a cooperar. Quem
não passou por situações como estas que vou narrar agora.
Lembro da minha infância, na cidade de Taquari, quando em
certos momentos faltavam ingredientes de última hora para fa-
zer o almoço, e a mãe mandava-nos ao vizinho, para buscar o
azeite, a farinha, o sal, pois o mercado era distante e de difícil
acesso. Certa ocasião, o Leco, filho da vizinha, chegou lá em casa
e perguntou para minha mãe, se tinha ovo em casa. A mãe res-
pondeu que sim. O Leco voltou para casa e disse para sua mãe:
"sim, lá na vizinha tem ovo. A mãe questionou: "e tu, não trou-
xeste"? Ele respondeu: "não, tu mandou perguntar se tinha, e
eu perguntei". Outra situação pitoresca era a do Amaro, dono do
bar do clube, onde nós pedíamos uma cerveja, e o Amaro sen-
tava junto e tomava a cerveja conosco, e nunca pagava a parte
dele. Assim, a gente consumia mais e o Amaro ganhava mais.
Essas são situações nas quais aprendi que a cooperação inicia
com essas pequenas atitudes, suprindo as necessidades mútuas;
A célula do cooperativismo
à instalação de modernos hos-
pitais-dia e serviços de pronto-
-atendimento que o Sistema Uni-
med vem protagonizando, com
recursos gerados e reinvestidos
nas comunidades de origem.
Na contramão da avalanche mercadológica comandada
pelo grande capital internacional, ávido de maiores lucros,
fazemos a nossa parte como agentes de um desenvolvimento
sustentável, baseado no respeito aos direitos individuais ex-
pressos na organização democrática.
Como Edgar Morin, compreendemos que a parte está no
todo, assim como o todo está na parte. Com humildade re-
verenciamos os pioneiros que ensinaram o caminho e com
orgulho entregamos à população os frutos do crescimento
compartilhado.
Nilson Luiz May
Presidente do Sistema Unimed Rio Grande do Sul
PALAVRA DO
PRESIDENTE
AO LEITOR