Ampla Edição 49

10 | AMPLA • ABR/MAI/JUN 2018 São Lucas para treinamento e capacitação da equipe multiprofissional e para paga- mento do honorário de um coordenador do parto adequado”, ressalta a coordenadora do Centro de Atenção à Saúde Unimed Cascavel, Celenir Teló . Na Unimed Londrina , o PPA é desen- volvido desde 2016 e a Singular conta com o Hospital Evangélico como parceiro na iniciativa. Juntas, as duas entidades já realizaram a reforma da maternidade e viabilizaram um plantonista obstetra extra. A cooperativa ainda disponibiliza para as beneficiárias gestantes a Linha de Cuidado Materno-infantil, em que as futuras ma- mães participam dos cursos de gestante e são acompanhadas no puerpério, nas dificuldades da amamentação. “Temos um profissional que acompa- nha os grupos educativos com as ges- tantes. Ela faz atendimentos individuais e acompanha o andamento do Projeto Parto Adequado. O modelo atual de assistência à gestante passou por melhoria após o ingresso da Singular pelo PPA. Os grupos de gestantes estão recebendo atenção especial nos temas relativos à importância do pré-natal, às explicações sobre o plano de parto e benefícios para mãe e bebê no trabalho de parto normal”, conta Gheisa Signolfi , enfermeira da Singular. Benefícios O trabalho realizado, por meio do PPA, ainda é considerado recente pelas Singula- res. Entretanto, Priscila Franqui afirma que os benefícios são imediatos para as mães, já que é possível observar a recuperação mais rápida, o menor risco de saúde da mãe e do bebê, além da melhor satisfação com o cooperado, operadora e prestador de serviço. De acordo com Celenir Teló, da Unimed Cascavel, a experiência tem sido positiva no sentido de demonstrar que a vontade da ges- tante de dar à luz por meio de um parto na- tural é respeitada, sempre levando em conta as condições clínicas. Além disso, o Projeto do Parto Adequado possibilita a melhora de indicadores para a conquista de mais equilí- brio entre os partos normais e as cesarianas e a redução de custos operacionais. Mesmo sem dados concretos, todas as Singulares concordam que o PPA está transformando a realidade dos hospitais. “O Projeto ajuda a melhorar a qualidade de vida durante a gestação e o puerpério por meio da incorporação de hábitos saudáveis e do apoio psicoemocional, reduzindo a procura pelo atendimento emergencial e o número de internações hospitalares. Isso é ótimo para todos os envolvidos”, comemo- ra Leide Szpalir. | CONSULTA ___________________________ Parto Adequado não é parto vaginal a qualquer custo, pois reconhece que o mais impor- tante é a segurança do Pacien- te - evitar que a assistência prestada resulte em dano ao paciente. Portanto, parto adequado pode ser entendi- do como o parto de melhor qualidade, ou seja, aquele que proporcionará os melhores resultados para a mãe e o bebê. É importante reconhecer que existe todo um sistema, uma cultura na nossa sociedade, de que a cesárea tem vantagens sobre o parto normal que não são verdadeiras. Então, existe a necessidade de mudar esses conceitos, tanto entre os médicos, equipes de saúde, as gestantes, e a própria socieda- de. Eu diria que a experiência inicial tem sido muito positiva, com adesão progressiva de to- dos os envolvidos no processo de Gestação e parto. Marcelo Pontual Médico e coordenador do Projeto Parto Adequado no Hospital São Lucas Everaldo Volpi enfermeiro do Hospital Geral da Unimed _____________________ O Programa Parto Ade- quado iniciou-se na Uni- med Ponta Grossa como um projeto de divulgação do parto vaginal voltado com ações de nosso Marketing. Em julho de 2017, o Programa passou a ser conduzido com ações descentralizadas tanto da Singular quanto do hospital. No primeiro momento, fomos organi- zar nossos indicadores de incidência de partos ce- sáreos e vaginais do hos- pital para compreender a realidade do Brasil que se reflete na instituição. O Programa trata, além de tudo, da mudança cultural dos profissionais (médicos, enfermeiros, entre outros) e das pa- cientes quando se refere ao parto vaginal, e falar de mudança de cultura seja para quem for é um trabalho que envolve paciência e embasamen- tos constantes. Estamos evoluindo, passo a passo, nessa mudança. Hoje contamos com novas rodas e cursos de ges- tantes e com a captação mais ativa e apresenta- ção do Programa Parto Adequado às nossas beneficiárias. Dessa forma, o conhecimento chega mais cedo a elas e suas dúvidas são tratadas antes mesmo de criarem receio quanto ao parto vaginal. Falta muito para termos um indicador diferente do “normal” do Brasil. Estamos revisando nossos protocolos de atendimento à gestante, à conduta médica, de en- fermagem, para garantir que nossas beneficiá- rias sejam atendidas da melhor forma possível. E em palavras da ANS, estaremos prontos para ‘oferecer às mulheres e aos bebês o cuidado certo, na hora certa, na gestação, durante todo o trabalho de parto e pós- -parto, considerando a estrutura e o preparo da equipe multiprofissional’. O dado mais alarmante é que a grande maioria desses partos não é justificada por fatores de riscos, ou seja, é feita de forma eletiva

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