Ampla Edição 55

A transformação digital está em pleno va- por e isto impacta diretamente o segmento da saúde, que passa por um momento de “mu- dança de era”, de acordo com Cézar Taurion , Head of Digital Transformation da Kick Cor- porate Ventures e presidente do i2a2 (Instituto de Inteligência Artificial Aplicada). Ele foi con- vidado para participar do e-saúde e proferiu a palestra “A Revolução da Inteligência Artificial na Saúde”. Taurion afirmou que a inteligência artificial é tão impactante quanto foi a eletricidade na história da humanidade. “A inteligência artifi- cial está no início ainda, mas já existem coisas interessantes. Os algoritmos estão no dia a dia e isso impacta de uma forma geral, pois todas as profissões serão transformadas”, afirmou. Ele citou como exemplo a atividade de um advogado e a avaliação de contratos. “Em tes- tes realizados para avaliar o desempenho, um advogado obteve 85% de acerto; o algoritmo, 95%. O advogado leva uma hora e meia para realizar a análise de um contrato, enquanto o algoritmo leva 25 segundos. Nessa realidade, o escritório não precisa de estagiários para fa- zer essa análise. Assim, para onde vão os esta- giários e como formar um advogado experien- te para essa função?”, questiona. No entanto, Taurion ponderou dizendo que a tecnologia não vai eliminar os profissionais, mas torná-los eficientes. E enfatizou que o segmento da saúde não pode perder o“ timing” das mudanças, mesmo elas sendo bastante profundas, como é o caso do impacto da tec- nologia e sua velocidade. O especialista lembrou que empresas que possuíam grande valor de mercado em seus segmentos, como o caso da Blackberry e da Blockbuster , não “surfaram na onda” da inovação e não perceberam esse movimento chegando. Quando se deram conta, já era tar- de demais e não conseguiram acompanhar as demais corporações. No entanto, é preciso lembrar dos profis- sionais que estarão “por trás” da tecnologia e que vão gerar informação de qualidade. O mé- dico Gerson Zafalon Martins , que participou do painel Tecnologias Emergentes na Saúde, fez esta ressalva frente à transformação digital. Para ele, os avanços surgiram a partir das necessidades. Mas os profissionais da saúde deverão interpretar os algoritmos e levar a informação que o paciente entende. Martins citou uma frase de Luiz Carlos Lobo , autor do livro “Inteligência Artificial e Medicina” para exemplificar o assunto. “Mas se o computador fornece o know-what , caberá ao médico dis- cutir o problema de saúde e suas possíveis so- luções com o paciente, indicando o know-why do seu caso”. ESPECIAL E-SAÚDE 32 AMPLA OUT/NOV/DEZ 2019 Umdos principais temas debatidos foi o desafio que as novas tecnologias implicam Alémde profissionais de vários setores da saúde, o evento foi marcado pela presença de estudantes de graduação e pós-graduação, especialmente nas áreas de tecnologia emsaúde

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