Ampla Edição 55

Natural do RS, o médico neurologista Pedro Kowacs, de Curitiba, possui diversos hobbies, entre eles a literatura. Já publicou dois livros e diz se sentir como um artesão das palavras quando escreve. o que vocêvai ler HOBBIES E MANIAS Considero os livros, assim como os artigos científicos que produzo, como filhos, dão-me prazer por tê-los escrito. A segunda melhor parte é a de transmitir idéias e valores às demais pessoas, pois todas as estórias são parábolas. Pedro André e família escrever, e durante certas férias na época pré-internet che- guei a fazer pesquisa nos arquivos de um grande jornal de São Paulo. Havia planejado iniciar a escrever aos 50 anos, mas atrasei os planos e iniciei a fazê-lo aos 55”, conta. Desde então, o médico neurologista está com três li- vros e uma peça de teatro escritos, destes, dois livros já foram publicados pela Editora Arte & Letra (https://www. arteeletra.com.br/ ) que também os vende. Ele conta que, no momento, tem ideias para pelo menos mais dois livros e para uma peça de teatro, porém, necessita amadurecer os temas e ter tempo para fundamentá-los mediante pes- quisa literária. “É possível que alguns escritores escrevam apenas por inspiração, mas da maneira que tento escre- ver me sinto mais como um artesão, que burila as palavras para obter delas o efeito desejado, seja em relação à trans- missão das ideias embutidas, tom do texto ou quanto ao estilo linguístico”, descreve. Conforme relato do médico, escrever inicia com uma boa ideia. A sua inspiração vem de diversas vertentes: um pen- samento, alguém com quem conversa, uma ideia, reflexões. “Já me perguntaram se vivenciei as histórias que escrevo - é claro que não, tratam-se de ficções, mas toda a história traz um pouco de nós”, destacou. O seu primeiro livro é uma coletânea, que se chama “A Caneta de Borges”. O livro tem dois contos, um ensaio e uma crônica. O livro é uma homenagem ao escritor argentino Jor- ge Luís Borges, e, portanto, suas estórias têm um viés “bor- giano” quanto aos temas e ao estilo. Na história principal, que dá nome ao livro, o personagem busca por uma caneta que havia pertencido a Jorge Luís Borges. A história é uma parábola sobre o significado dos objetivos que buscamos na vida, suas implicações e consequências. A segunda história fala de sonhos, e também de como eles influenciam a literatura e vice-versa. Há um ensaio que usa como base um conto de Borges e uma crônica que também usa escritos de Borges para ilustrá-la. Já seu se- gundo livro publicado é um romance que se chama “Be- atriz” e usa como base a Divina Comédia, de onde tirou o nome. Traz também referência à sua ancestralidade hún- gara. “Trata-se de um ‘ boy meets girl ’ com desdobramen- tos na cidade de Budapeste”. Segundo Pedro, a principal dificuldade desse hobby é a de “concatenar” a literatura com as demais obrigações, sem deixar cair a qualidade em nenhuma das frentes de atuação. “Escrever requer pesquisa e estudo, e essas ativi- dades tomam tempo”, lamentou. Nome: Pedro André Kowacs Cidade natal: Cachoeira do Sul (RS) Singular: Curitiba Idade: 58 anos Estado civil: casado com Maria Lucia Alves Pedroso Filhos: André e Dora Ano de formação e faculdade: Formado em 1983 pela Fundação Faculdade de Ciências Médicas de Porto Alegre. Área de atuação: Neurologia Geral, Neurologia Hospitalar, Epilepsia, Cefaléia e Dor. Um objetivo: Aumentar a distribuição dos livros que já escreveu. Também está no processo de obter financiamento para a produção de uma peça de teatro. Um desafio: Talvez sair de minha terra natal e criar meus filhos tenham sido os maiores desafios. Um sonho: Praticar kite-surfing! OUT/NOV/DEZ 2019 AMPLA 7

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