Revista AMPLA 48

11 AMPLA • JAN/FEV/MAR 2018 | Antes de entrar na faculdade, ele conheceu a esposa Maria Madalena Marino Canto , ainda em Londrina. Sorrindo, o médico relata que Maria era sua vizinha e, por isso, sempre passava em frente à residência de sua família. Anos depois, eles se casaram, e estão juntos há 57 anos. Dessa relação, nasceram três frutos: I ldefonso Amoedo Canto Junio r, Ilde- mar Marino Canto e Ana Francisca Canto Cotlinski . Os dois filhos seguiram a carreira médica. Ildefonso Jr. foi ginecologista e obstetra, como o pai, e Ildemar é gastroente- rologista e já foi presidente da Unimed Cascavel. “O primeiro decidiu ser médico mesmo. O segundo, ainda fez seis meses de Engenharia. Depois, também optou pela Medicina”, diz. A filha se formou em Educação Artística e hoje é professora de ballet . O filho mais velho faleceu, aos 50 anos, após se envolver em um acidente de motocicleta, na BR 158, em Coronel Vivida, no interior do Paraná, em abril de 2012. VIDA NA UNIMED Aos 84 anos, Canto é vice-presidente da Unimed Pato Branco, desde 2017. Mas a história dele com a cooperativa começou lá atrás, ainda quando nem existia a Singular. O médico foi um dos fundadores da Unimed na cidade há 27 anos. “Eu fui interno no Hospital Santa Casa (Curitiba) e, naquela época, eu trabalhava com os professores Mário de Abreu e Manoel Cavalcanti ”. Ele trabalhou no hospital como aluno e, após a formação, como profissional também. Médi- co, professor e um dos fundadores das Unimeds Curitiba e Paraná, Cavalcanti, ofereceu a oportunidade de Canto fundar uma cooperativa em Pato Branco. “Ele praticamente me inti- mou”, recorda. E assim aconteceu a fundação da cooperativa, com o apoio de Cavalcanti. “No começo era um pouco difícil, mas evoluiu muito. Só que a minha participação direta com a Unimed começou há cerca de 10 anos. Antes disso, eu traba- lhava muito no consultório e isso não me permitia participar das atividades da cooperativa”, conta. A movimentação para convidar médicos a se coopera- rem também contou com a sua ajuda. De início, foram 21 médicos de um hospital e 18 de outro, ou seja, 39 médicos que se juntaram na fundação da Unimed Pato Branco. “A Assembleia de criação da Singular foi dirigida por mim. Eles até me convidaram para ser presidente, mas eu não acei- tei na época, por conta das atividades que exercia fora da cooperativa”, afirma. Assim que conseguiu parar de atender como obstetra, ele foi convidado a atuar na diretoria da Singular. Desde então, recebe apenas pacientes para a Ginecologia em seu consultório. “Enquanto eu tiver saúde, eu vou trabalhar”, diz. Na visão dele, a Singular tem se destacado no Sistema Paranaense. Hoje, com 40 mil vidas, está consolidada entre as cooperativas. Por fim, além de ficar com a família, trabalhar pela cooperativa e em sua atividade médica, ele também tem um grupo de amigos com uma relação de amizade muito grande. Eles sempre se encontram para jogar canastra e con- versar. “A minha diversão é essa. Mas o que eu gosto mesmo é de trabalhar e viajar”, destaca. São 84 anos de uma vida plena. Cerca de 60 anos de profissão e qua- se o mesmo tempo de casado Ilde- fonso Canto é um dos fundadores da Unimed Pato Branco. RESUMO perfil _____________________________ O que considera uma dádiva em sua vida? Para mim, é o reconhecimento profissional da minha atividade. Isso é uma coisa que marca até hoje a minha vida. Hoje eu sou uma pessoa muito conhecida em Pato Branco e nos lugares que eu vou. Uma vez, eu estava em Porto Seguro (BA) e, de repente, apareceu uma paciente minha. Isso é algo muito gratificante. Eu me sinto uma pessoa privilegiada. Toda minha vida foi um processo de conquistas. Eu me formei, fui para o interior, mas fazia cursos em Curitiba toda vez que eu tinha a oportunidade. Fui proprietário de hospital, passei por direções de hospitais tanto em Pato Branco quanto em Cascavel, e até hoje tenho participação em hospital. Um sonho que já realizou? A medicina. Um sonho que ainda pretende realizar? Acho que não tenho mais sonhos a serem realizados. Agora o mo- mento é aproveitar a saúde que eu tenho e procurar curtir a vida da melhor forma possível. Eu não sou tão ambicioso assim, me considero um sujeito muito feliz por tudo que conquistei. Em uma palavra, como a sua famí- lia o definiria? Líder. O que a Unimed representa para o senhor? A Unimed hoje é uma das coisas mais importantes para mim. É uma cachaça.

RkJQdWJsaXNoZXIy MjcxMg==