Revista AMPLA 48

Pesquisas mostram que quase metade dos médicos brasileiros relataram sintomas de esgotamento profissional em algum momento de suas carreiras. Ao mesmo tempo, 71% dos profissionais que responderam à última pesqui- sa Great American Physician disseram não ter tempo para si. Além disso, mais da metade dos pesquisados respondeu que possui um péssi- mo balanço entre a vida pessoal e profissional. Ainda de acordo com estimativas, a maioria dos médicos trabalha entre 41 e 60 horas semanais, enquanto alguns passam das 80 horas. Segundo o presidente da Associação Médica do Paraná (AMP), Nerlan Carvalho , a Associação e o Conselho Federal de Medicina (CFM) também possuem dados alarmantes. “Médico é uma das categorias profissionais com mais casos de suicídio. O isolamento so- cial, a fragilidade da relação familiar e a precária situação empregatícia são as principais causas de suicídio entre médicos, aliadas ao fato de eles terem mais acesso a instrumentos eficazes para tirarem a própria vida”, conta. De acordo com ele, mesmo quando não se chega ao ato extremo do suicídio, a categoria profissional também tem grandes índices de pes- soas com transtornos mentais, desde o estresse à depressão e síndrome do pânico. O medo de errar, a intolerância a falhas e a pressão de lidar com a vida de outra pessoa levam a esse quadro. | CONSULTA 14 | AMPLA • JAN/FEV/MAR 2018 embusca de equilíbrio Esgotamento profissional e dificuldade em conciliar vida pessoal e profissional fazem parte da rotina da maioria dos médicos BRUNA ROBASSA

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