Revista AMPLA 48

Em pesquisas recentes, realizadas com a população sobre quais itens o próximo presidente da república deve priorizar, por ordem de importância, foram listados os seguintes temas: saúde (22,5%), corrupção (21,6%), segu- rança pública (16,3%), educação (15,2%) e desemprego (13,9%). A fonte é Paraná Pesquisas, de outubro de 2017, pesqui- sa encomendada pela Gazeta do Povo. Aumento da população idosa, taxas crescentes de ocupação hospitalar, au- mento de incidência de doenças crô- nicas, necessidade de integração das redes assistenciais, além da evolução tecnológica, judicialização e eventos adversos. Esse é o cenário de desafios comuns enfrentados pelo setor. Pensar nesses itens é fundamental na cons- trução de propostas de melhoria para a assistência à saúde no país. Todos esses pontos representam custos no setor de saúde. A enormida- de de resoluções normativas lançadas desde a regulamentação dos planos de saúde, por exemplo, exige das operadoras a contratação de equipes cada vez maiores e especializadas em leis voltadas ao setor. Cerca de 90% dos casos judicializados contra as Operadoras de Planos de Saúde (OPS) são sem fundamentação, geralmente, exigindo procedimentos sem cobertu- ra contratual e legal. Os eventos adversos formam outra questão complexa. Implicam não apenas custos, mas falhas graves no setor de saúde, colocando vidas em riscos. Suas principais causas têm a ver com a evolução da demanda, pressão relacionada à quantidade e tempo dos atendimentos, problemas estruturais em algumas unidades hospitalares, gestão não-profissionalizada, falta de mão-de-obra qualificada, baixa remu- neração, longas jornadas de trabalho, profissionais de saúde com formação questionável - devido ao grande nú- mero de escolas abertas sem controle de qualidade, entre outros. Esse panorama tem levado a uma insatisfação crescente entre benefi- ciários, prestadores e operadoras de saúde, comprometendo o acesso, a qualidade e o próprio financiamento. Diante de todo esse quadro, a Uni- med tem buscado adotar medidas para sanar essas dificuldades enfrentadas por todo o setor de saúde trabalhando em alguns eixos importantes. Em relação aos Modelos assis- tenciais, no estímulo à implantação de modelos de atenção primária e de atenção integral à saúde. Em Mo- delos de remuneração, com estudos de Implantação do DRG (Diagnosis Related Groups), metodologia que consiste no financiamento de serviços, gerenciamento de custos e da qualida- de assistencial-hospitalar, que permite a mudança para a compra de serviços hospitalares por procedimentos geren- ciados. No Modelo de gestão e quali- dade , trabalhamos na qualificação de nossas operadoras e também dos hos- pitais parceiros (Programas Qualifica e Segurança em Alta). Com os Coopera- dos, programas de relacionamento, de apoio e de valorização do médico. E no eixo de Parcerias em prol de melho- rias para a sociedade tem atuado em apoio a campanhas de vacinação e combates a epidemias, como a H1N1 e a dengue, além de apoio e promoção a eventos técnicos-científicos. Principalmente nos primeiros ei- xos que se referem à mudança do mo- delo assistencial e às novas formas de financiamento e de gestão da relação com a rede de prestadores de serviços assistenciais. A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) tem papel importante a assumir como indutora dessas transformações que envolvem mudanças culturais profundas. Entretanto, para que essas trans- formações aconteçam de fato, precisa- mos todos estar engajados e acreditar firmemente que o caminho para a nossa sustentabilidade está desenha- do. É preciso realizar. 30 | AMPLA • JAN/FEV/MAR 2018 | ARTIGO • OPINIÃO Saúde: preocupaçãonº 1 paulo roberto fernandes faria presidente da unimed paraná e da unimed mercosul

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