Revista Ampla 66

10 AMPLA JUL / AGO / SET 2022 AUTOCUIDADO 4.0 KARINA KANASHIRO Acompanhamento remoto de pacientes, interpretação de resultados de exames, maior eficiência dos processos e melhor recuperação em procedimentos cirúrgicos. Esses são alguns dos benefícios proporcionados pelas tecnologias que têm auxiliado na manutenção da saúde e prevenção de doenças por médicos e pacientes. O uso de recursos como Inteligência Artificial (IA), cirurgia robótica e dispositivos vestíveis (wearables), a exemplo dos relógios inteligentes (smartwatches), auxilia profissionais de saúde a acompanharem tratamentos, fazerem ajustes de condutas e processos de forma rápida e remota, entre outros benefícios. Dessa forma, alcança- -se um misto de autocuidado e empoderamento do paciente, que passa a ter controle da sua própria saúde. Essas ferramentas permitemo acompanhamento de pacientes com doenças crônicas por meio de aplicativos que monitoram questões, como dieta, frequência cardíaca, sono, realização de atividades físicas e que ajudam no controle do uso de medicações. Alguns até guardam os resultados de exames para que os pacientes tenham um relato consistente e lógico da evolução do seu tratamento. Conforme relata o médico urologista, especializado em Cirurgia Robótica, DisfunçãoMiccional e Uro-Oncologia e consultor médico de Inovação e Tecnologia da Informação, Carlos Sacomani, do hospital AC Camargo Câncer Center, a telemedicina, a teleconsulta, o telediagnóstico e o diagnóstico a distância são os principais recursos que vêm à sua mente quando se fala em avanço tecnológico na medicina. “Por meio das ferramentas de monitoramento remoto, como aplicativos e wearables, o paciente pode monitorar diversos parâmetros. Isso para os médicos é o que nós chamamos de personal health records, que é o prontuário que ajuda no autocuidado de quem está em tratamento”, explica. Na prática Ainda de acordo com o consultor, de forma um pouco mais avançada, temos a Inteligência Artificial (AI), utilizada para aprimorar diagnósticos sem a necessidade de os profissionais terem uma especialização médica específica. Entre os exemplos práticos, Sacomani comenta sobre a questão dos prontos-socorros, onde há muitos médicos clínicos gerais. “Para os casos em que precisam avaliar raio X de tórax e não têm a formação completa para isso, como um pneumologista ou um radiologista, é possível utilizar a ciência da computação (machine learning) para fazer o diagnóstico de doenças pulmonares, facilitando a vida dos médicos nesses estabelecimentos”, ressalta. Outro exemplo citado por Sacomani é um processo de AI que avalia biópsia de próstata e que consegue, com eficácia de 96%, apontar a amostra possui células cancerígenas. Isso facilita uma pré-avaliação para envio ao patologista especializado, otimizando o tempo dos profissionais envolvidos. “Além de melhorar a atividade médica, esses recursos permitem aprimorar a gestão em saúde e os processos operacionais, trazendo eficiência no acompanhamento de um paciente”, observa. Recursos, como Inteligência Artificial (IA), cirurgia robótica e dispositivos vestíveis, têm proporcionado o empoderamento de pacientes para o autocuidado. Com essas tecnologias, tanto os médicos como as pessoas enfermas conseguem melhores resultados em seus tratamentos. O QUE VOCÊVAI LER Novas tecnologias têm auxiliado médicos e pacientes a manter a saúde e a prevenir doenças CONSULTA Carlos Sacomani: as novas tecnologias empoderam o paciente à medida que trazem informações sobre prevenção de doenças, hábitos de vida, controle de enfermidades crônicas

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