Revista Ampla 66

JUL / AGO / SET 2022 AMPLA 11 Os recursos da transformação digital, como a telemedicina, são trunfos cada vez mais usados no engajamento das pessoas para os cuidados de sua saúde CONSULTA Além de melhorar a atividade médica, esses recursos permitem aprimorar a gestão em saúde e os processos operacionais, trazendo eficiência no acompanhamento de um paciente Carlos Sacomani Já a cirurgia robótica destaca-se por melhorar as taxas de recuperação, redução de sangramento, além de proporcionar uma visão do campo cirúrgico bastante diferente e evoluída. Carlos Sacomani pondera que, há 20 anos, a cirurgia robótica era algo apenas visto em filmes de ficção científica. Hoje é uma realidade. Ele, inclusive, realiza duas ou três cirurgias robóticas por semana. Modernização Outra ferramenta mais comum no nosso dia a dia, os relógios inteligentes (smartwatches) também podem ser utilizados para cuidados com a saúde, já que permitem a avaliação em tempo real de algumas situações. “Será que os dados que eles fornecem são eficazes? Eu diria que sim, porque esses dispositivos estão ficando cada vez melhores e mais consistentes e com um envolvimento em desenvolvimento bastante grande, focados muito mais em prover saúde do que tratar uma doença, conceito que devemos distinguir quando falamos dessas tecnologias”, afirma. O investimento em gestão de processos (process mining) na condução da jornada do paciente, na busca de eficiência operacional, é outro elemento importante na área da saúde. E a Unimed Paraná já está utilizando a tecnologia para melhorar e otimizar procedimentos. “Eu sou um defensor e um grande entusiasta dessa área e acho que nós deveríamos estar explorando e divulgando mais”, defende. Melhoria contínua Na análise de Sacomani, os currículos médicos ainda não estão preparados para treinar um novo médico nesse sentido, porém, há algumas iniciativas, como a da Liga Acadêmica da Santa Casa de São Paulo, em que os alunos se envolvem em projetos de inovação e, com isso, aprendem essas novas tecnologias. Para ele, o preparo para esse cenário precisa começar já na faculdade, com a modernização do currículo dos cursos de medicina. Entretanto, como isso ainda não ocorre, há uma série de cursos, alguns em modelo Ensino a Distância (EAD), e pós-graduações em Tecnologia, Data Science e Machine learning, por exemplo, que podem mudar a concepção de como entregar saúde e como fazer medicina hoje. “Todo esse preparo depende de conscientização, cultura e de mostrarmos resultados científicos consistentes”, finaliza.

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