Revista Ampla 67

OUT / NOV / DEZ 2022 AMPLA 15 CAPA Conforme explica o superintendente executivo do IESS, José Cechin, embora os dados para esse ano ainda não estejam consolidados, indicativos apontam que o VCMH seguirá em patamar superior a 20% ainda por algum período. “O principal desafio para a questão do financiamento da saúde suplementar é o mesmo que vale para todo o Brasil: aumentar o nível de atividade econômica e de emprego. Além disso, esse setor precisa ter seu marco regulatório revisado, visto que há uma dinâmica importante de transformação: novas tecnologias e novos modelos de negócio se sobrepõem, muitas vezes, às regras (leis e normas) definidas”, avalia o superintendente. Partindo do entendimento de que é necessário repensar a normatização da saúde suplementar, Cechin entende que, assim, se torna possível garantir mais opções de produtos, alternativas de coberturas, bem como maior responsabilidade do beneficiário e respeito às regras, garantindo previsibilidade ao setor. “Continua necessário aprofundar as mudanças no modelo de atenção à saúde, colocando o indivíduo no centro das atenções, oferecendo acesso hierarquizado, investindo mais em promoção da saúde. Se todos concordamos que o plano de saúde é um desejo real do brasileiro, é necessário que todos os agentes envolvidos nessa cadeia de valor, inclusive setor público e representações da sociedade civil, debrucem-se para, com criatividade e responsabilidade, promovermos mais acesso ao sistema e garantir as sustentabilidades econômica, financeira, assistencial e social do setor de saúde suplementar”, observou o superintendente executivo do IESS. Joaquim destaca a necessidade de pensar a saúde regionalmente a fim de atender as diversas realidades do país Atualmente, 26% da população têm plano de saúde, sendo quase 50 milhões em planos de assistência médica e mais de 30 milhões de beneficiários em planos exclusivamente odontológicos, segundo dados da Agência Nacional de Saúde (ANS). Durante a pandemia, houve um aumento na procura e crescimento de usuários de planos. O presidente da ANS, Paulo Rebello, reconhece a saúde suplementar como uma porta de acesso importante para os brasileiros. “Em 2021, foram feitos 1,6 bilhão de procedimentos na saúde suplementar. É, portanto, indispensável para o Estado, uma vez que evita uma sobrecarga ainda maior para o atendimento no setor púbico”, analisa o presidente. O aumento de beneficiários, que chega à ordem de 3 milhões de pessoas, trouxe impactos na ampliação da assistência para as operadoras, que paralelamente ainda estão gerenciando a retomada de processos eletivos paralisados por conta da pandemia. E, assim como os hospitais, buscam administrar os custos diante do aumento dos insumos e do capital humano. Conforme explica o partner da consultoria Deloitte na área de Life Sciences & Health Care Industry Leader, Luís Fernando Vieira Joaquim, é preciso atenção para o uso da sinistralidade no caso das operadoras, ou seja, a busca do equilíbrio na equação de uso por parte dos usuários versus os recebimentos. No mercado da saúde, segundo Joaquim, ainda existe um movimento visando à sustentabilidade dos negócios e que foi acelerado durante os últimos dois anos, englobando estratégias financeiras. O Brasil faz três vezes mais ressonâncias do que os países europeus e norte-americano. Precisamos revisar isso, voltando aos bancos acadêmicos e trabalhando mais a gestão, pois somos abastecidos de excelentes profissionais e precisamos ajustar para garantir uma saúde sustentável Luís Fernando Joaquim

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