Revista Ampla 67

16 AMPLA OUT / NOV / DEZ 2022 “Estamos verificando muitas aquisições, sendo grandes movimentos de redes hospitalares, grupos de operadoras verticalizados ou não, e a formação de ecossistemas, ou seja, empresas de saúde que estavam em um segmento e agora estão observando outras linhas de atuação. Os grandes players do mercado se mobilizam para ganhar escala, a fim de obter maiores margens”, pontuou Joaquim, que complementa que com essas estratégias, as empresas do setor buscam ainda a expansão geográfica. Rol dos procedimentos O superintendente executivo do IESS disse que ainda não foi possível mensurar os impactos da sanção presidencial da Lei nº 14.454/22, que servirá como referência ao que efetivamente é contemplado pelos contratos de planos de saúde a partir das definições da ANS. “Ainda não é possível aferir qualquer impacto econômico da decisão do Congresso Nacional sancionada pelo Poder Executivo, mas o setor operador já sente o grande aumento de demanda”, compartilha Cechin. O presidente da ANS concordou igualmente que não existem informações suficientes sobre os resultados implicados pela lei e reforçou que a reguladora mantém sua posição clara de que existe uma preocupação em relação à decisão. “Há projeções sobre o rol que levam a um cenário econômico de maior insegurança em relação aos níveis de análise de eficácia de determinados procedimentos e também do ponto de vista da capacidade de pagamento dos contratantes e consumidores, visto que há o risco de aumento da sinistralidade, a ser repassada nas mensalidades, apesar de todos os nossos alertas a respeito do assunto”, reiterou Rebello. Cechin, superintendente executivo do IESS, pontua que ainda não é possível determinar o impacto econômico da mudança de rol, porém as operadoras já percebem um aumento nas demandas Atualmente, a ANS mantém uma listagem de procedimentos a serem garantidos nas diferentes segmentações nas contratações de planos de saúde das operadoras, e atualiza a mesma em processo contínuo. “É importante salientar que o Rol tem cobertura para todas as doenças reconhecidas pela Classificação Internacional de Doenças, da Organização Mundial de Saúde (OMS). São mais de 3,4 mil itens, todos tendo passado por análise criteriosa feita pela ANS, com representantes de diversos segmentos da sociedade. O processo de incorporações de tecnologias está muito mais rápido e, só neste ano, até setembro, foram 25 inclusões”, explica o presidente da ANS. Cenários no longo prazo O envelhecimento acaba sempre pesando nas análises, porém existe outro aspecto que interfere nesse processo e envolve o custo e os reajustes dos planos de saúde. Em relação ao futuro da saúde suplementar, o superintendente executivo do IESS destacou que projetar a próxima década recai no desafio diante das incertezas, porém algumas questões norteiam os desafios e oportunidades da saúde em geral. “Como visto recentemente no debate público, há diversos fatores que impactam nos custos da saúde, principalmente o envelhecimento populacional e as novas tecnologias. É de conhecimento de todos que as recentes decisões que impactamsobre o rol de cobertura poderão representar mais aumentos de custos, o que implica preços mais altos dos planos e reajustes mais elevados. Isso tudo dificulta o acesso e coloca em xeque a sustentabilidade desse setor”, conclui Cechin. Atualmente, aproximadamente 70%dos beneficiários Em 2021, foram feitos 1,6 bilhão de procedimentos na saúde suplementar. É, portanto, indispensável para o Estado, uma vez que evita uma sobrecarga ainda maior para o atendimento no setor púbico Paulo Rebello CAPA

RkJQdWJsaXNoZXIy MjcxMg==