Revista Ampla 67

22 AMPLA OUT / NOV / DEZ 2022 ESPECIAL O 8º E-Saúde ainda reservou um espaço para a discussão da interoperabilidade – que é a capacidade de dois ou mais sistemas “conversarem” entre si, sejam eles diferentes ou semelhantes, mas de forma eficaz, garantindo a segurança dos dados e permitindo um atendimento completo ao usuário. O painel “Interoperabilidade e uso da representação do conhecimento clínico” foi coordenado pela professora ClaudiaMoro, da PUC-PR. Para falar sobre o tema, a primeira convidada foi a também professora Neusa Andrade, da HL7 Brasil, que explicou qual é o papel da interoperabilidade na Rede Nacional de Dados de Saúde (RNDS). Atualmente, a cada unidade hospitalar que o usuário é atendido, ele precisa repassar seus dados. “A RNDS tende a fazer com que a gente consiga se comunicar e usar esses insumos em saúde de uma forma organizada e com governança”, explica. A RNDS é um projeto estruturante do conhecido Conecte SUS. Até 2028, ela deverá ser estabelecida como uma plataforma nacional de troca de dados. Segundo Neusa, já há informações estruturadas sobre a Covid-19, como, por exemplo, informações sobre vacinados. De acordo com ela, é necessário, dentro da interoperabilidade, trabalhar com padrões para que, independentemente do local em que o dado for inserido, ele possa ser lido e interpretado em qualquer lugar no mundo. O PACIENTE COMO CENTRO DA INTEROPERABILIDADE LOUISE F IALA E LANA MARTINS Como o caminho dos dados pode contribuir para um sistema interoperado A jornada dos dados às evidências Em seguida, a também professora Maria Tereza Fernandes Abrahão, da Universidade de São Paulo (USP), falou sobre os desafios enfrentados com a rede de dados disponibilizados pelo Observational Health Data Sciences and Informatics (OHDSI). Segundo ela, o OHDSI foi o responsável pela criação e manutenção do OMOP CDM (Observational Medical Outcomes Partnership Common Data Model), que é um sistema de tabelas, vocabulários e convenções estruturadas, que permite a padronização dos dados de saúde do usuário. Isso facilita a rápida inovação nas áreas de pesquisa de métodos, modelos estatísticos e geração de evidências. “Esse modelo é centrado no paciente, ou seja, o paciente é quem incorpora todas as informações”, destaca. O sistema ainda armazena eventos clínicos datados e codificados no padrão OMOP. Ele permite recuperar a linha do tempo do paciente, toda a história clínica desse paciente durante toda a sua vida dentro do modelo ou instituição. A professora ainda diz que ele organiza esses dados em domínios, como observação, visitas/passagens clínicas, diagnósticos, tratamentos, sinais vitais, entre outros. Maria Tereza, assim como Neusa, reitera que hoje um dos problemas enfrentados pela interoperabilidade é a falta de padrão de um sistema para outro. “Enquanto a Com especialistas em dados de saúde, terceiro painel debateu a interoperabilidade

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