Revista Ampla 67

OUT / NOV / DEZ 2022 AMPLA 23 ESPECIAL JORNADA E ENGAJAMENTO DO PACIENTE Com a perspectiva de entender de que forma é possível impulsionar cada vez mais práticas que estimulem a jornada do paciente e seu envolvimento no antes, durante e depois de usar um serviço de saúde, além de contar com detalhes da implantação desses métodos em diferentes instituições, o painel “Jornada e Engajamento do Paciente” foi discutido durante o 8º E-Saúde. Mediando as apresentações estava a médica Teresa Gurgel, da Unimed Regional Maringá. Ambos os temas estão interligados. A jornada do paciente é exatamente o caminho em que ele percorre, desde o primeiro sintoma, até o desfecho clínico. Já o engajamento é a sua participação, de forma ativa, com a instituição que presta aquele atendimento, inclusive com o seu envolvimento em possibilidades de prevenção à saúde. Não é possível, no entanto, detalhar o tema sem falar sobre o compartilhamento de dados de pacientes, mediante aprovação, de forma aberta e transparente. Ou seja, falar sobre Open Health e, no Brasil, de Rede Nacional de Dados em Saúde e o futuro cenário. Como convidado, Luis Gustavo Kiatake, presidente da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), apresentou novidades que a instituição tem administrado. Na visão de Kiatake, o compartilhamento de dados é uma forma de sustentabilidade do setor. “O Open Health tem que vir para melhorar o sistema, trazer mais segurança, mais qualidade. Não necessariamente para trazer competitividade”, comenta. FERRAMENTA AMPLIA O ACESSO À EDUCAÇÃO Para apresentar a plataforma Paciente 360, em que é CEO, o professor e médico Manoel Canesin, falou em seguida. A plataforma utiliza do ambiente digital para oferecer acesso à educação em saúde, de forma prática e humanizada, com diferentes casos clínicos que flutuam em toda a jornada do paciente. Canesin demonstrou um caso clínico utilizado pelos professores, unindo a teoria e a prática, salientando a necessidade da mudança na forma de ensinar. “Agora, o ensino é pensado de forma a focar no paciente”, disse. Segundo ele, hoje os alunos não se conectam da mesma maneira durante o processo de aprendizagem. “O aprendizado passou a ser em movimento. O tempo disponível de atualização e educação continuada para médicos formados é muito precioso para se dar uma aula”, enfatiza. USANDO A TECNOLOGIA HUMANA Usando dados e inovação é possível entregar valor por meio de resultados personalizados, segundo o último palestrante do primeiro dia de evento. O médico cirurgião plástico e diretor-executivo da empresa Laduo, Leonardo Aguiar, disse ser possível utilizar a tecnologia humana fazendo escuta ativa, gerar insights e padronizar processos. “Como a gente vai inovar? A gente pode chegar no mesmo objetivo dessa forma como falamos ou chamar pessoas experientes, criar estratégicas, usar a intuição e acertar na sorte ou usar a criatividade com pessoas diferentes”, estimula Aguiar. HL7 padronizou o protocolo, a OHDSI padronizou o conteúdo”, diferencia. “Para que você consiga comparar informações da sua instituição com outras instituições, realizar estudos mais rápidos e confiáveis e compartilhar esses estudos”, acrescenta. No fim do painel, o médico especialista Vladimir Pizzo, falando de forma remota da Finlândia, compartilhou algumas experiências vivenciadas de como o país trabalhou com o armazenamento de dados, especialmente durante a pandemia. O país adotou um sistema chamado Kanta, com informações inseridas diariamente. O sistema também utiliza padrões e protocolos para que ocorra interoperabilidade entre o Kanta e o portal nacional de saúde. No portal “My Kanta Pages”, o usuário tem acesso aos próprios dados de saúde e prescrições, podendo ter acesso a resultados de exames laboratoriais, renovar receitas médicas, entre outros. Segundo Pizzo, para receitas - totalmente digitais desde 2017 - há uma equipe exclusiva de farmacêuticos clínicos, que avaliam as prescrições para a busca de interações medicamentosas. “Outra coisa que me chamoumuito a atenção é a transparência total na representação dos dados. A informação é coletada nos pontos de atendimento e você tem acesso a essa informação virtualmente, em tempo real”, acrescenta Pizzo.

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