Conexão Cooperado | Nº 18

Em breve Remuneraçãohospitalar contemplará qualidade A Unimed Santos continua firme no objetivo de mudar o modelo remune- ratório para os hospitais, com base na gestão assistencial e não no volume de atendimento, reconhecendo que quan- tidade proporciona pouca ou nenhuma medida de qualidade. Por reconhecer que a mudança é inadiável, a Cooperativa promoveu pa- lestra sobre o tema (27/08), com a parti- cipação de Breno Duarte, diretor execu- tivo do Instituto de Acreditação e Gestão em Saúde (IAG Saúde). A organização já é parceira de algumas Unimeds na im- plantação do novo sistema de pagamen- to aos hospitais. Como estratégia, o foco se volta para a DRG - Diagnosis Related Groups, ou Gru- po de Diagnósticos Relacionados, modelo criado em1960, por pesquisadores daUni- versidade de Yale (EUA). Com base nele, a IAG criou a DRG Brasil, que o palestrante Bruno Duarte apresentou a diretores, lide- ranças, equipes técnicas e hospitais cre- denciados da Unimed Santos. GERENCIAMENTO Bruno enfatizou que a DRG propicia o gerenciamento de gastos e da qualida- de assistencial hospitalar, com foco na segurança do paciente. O método tam- bém favorece a redução de desperdícios assistenciais, permite o controle do tem- po de internação e disciplina o consumo de recursos. Os benefícios podem ser analisa- dos mais especificamente, remetendo à concentração dos custos médicos e à melhoria na eficiência dos serviços hos- pitalares. Também é favorecida a con- CONEXÃO COOPERADO F ANO III F Nº 18 Palestrante apresentou modelo de remune- ração, e o presidente Guerra Zenaide reite- rou que qualidade passará a ser considerada duta do médico, permitindo que esteja focado no resultado, e não na quantidade de atendimentos. Os resultados vão além, com o au- mento da transparência dos gastos hos- pitalares, entre outras vantagens. Na prestação do cuidado ao paciente, quatro aspectos estão envolvidos: uso eficiente do leito; redução das condições adquiridas no âmbito hospitalar, dimi- nuição de readmissões não planejadas e, por fim, atenuação de internações, que podem ser evitadas com cuidados na atenção primária. OUTROS PONTOS No reforço dos esclarecimentos, o palestrante Breno Duarte destacou ou- tras questões relacionadas à aplicação do método. “O primeiro ponto é não fa- zer a separação de paciente, distinguin- do-o como mais ou menos complicado. O segundo ponto é a transparência de informação, beneficiando pacientes, cooperados, hospital e até mesmo a Cooperativa”, frisou. Como terceiro ponto, Breno Duarte citou a métrica de alinhamento entre segurança do paciente, alta readmissão e condição adquirida. O quarto ponto, vantajoso financeiramente para o hos- pital, é que existe a possibilidade de que seja reduzido o prazo de pagamento dos valores devidos. Com o recurso de um software, a DRG realiza a categorização dos casos hospitalares. Cada paciente é único, mas o sistema cruza aspectos comuns, como diagnóstico, idade e procedi- mentos realizados, o que permite criar pacotes, clínicos e cirúrgicos, que con- templam a quantidade dos recursos necessários para o tratamento. O presidente da Unimed Santos, Claudino Guerra Zenaide, confia que, no processo de discussão, o prestador vai conseguir enxergar as vantagens. “Muitas vezes, o argumento é de falta de leitos hospitalares, mas na verdade os leitos existem, porém mal utilizados. Se for otimizado o uso, não faltarão va- gas e o hospital ganhará ainda mais, na rotatividade”, exemplifica. Sobre os crescentes gastos assis- tenciais, Guerra Zenaide traz à luz um raciocínio simples, mas que explica a preocupação: “O dinheiro é um só, não existe outro. Então, temos que fazer mais com o mesmo dinheiro. Precisa- mos avaliar os desfechos e performan- ces dos atendimentos, e não apenas a produtividade”. Dr. Luiz Cláudio Mendes Carvalho Gerente executivo de Inteligência da Unimed Santos e pós-graduando em “DRG: Governança Clínica, Gestão da Qualidade Assistencial e Codificação”. O DRG nada mais é do que um sis- tema de classificação dos pacientes, em relação às suas complexidades e criticidades, no âmbito assistencial. A partir desta classificação, reunimos os pacientes em grupos de DRG, que nos mostram a quantidade de diárias e re- cursos assistenciais que estes pacien- tes necessitam. Sendo assim, e em consenso com a rede prestadora, pode-se criar “bun- dles”, ou pacotes de remuneração, para cada grupo de DRG. Desta forma, privilegiamos a qualidade assistencial, evitamos desperdícios e proporciona- mos uma assistência com entrega de valor ao paciente, que deve ser o foco principal de nossos esforços. 8 Qualidade 8 Quantidade A discussão sobre remuneração por performance, e não quantidade, não é exclusiva da Unimed Santos e remete à Resolução Normativa 436/18, da Agên- cia Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que traz o Fator Qualidade (FQ) à discussão. A Unimed do Brasil também já sinalizou que, nos pagamentos de In- tercâmbio, passará a adotar critérios de qualidade, e não volume de serviço.

RkJQdWJsaXNoZXIy MjcxMg==