Revista Unimed BR - Edição 32

2018: TENDÊNCIAS E DESAFIOS T ecnologia, crise econômica, aumento de clínicas populares, judicialização, atualização da Lei dos Planos de Saúde e demais aspectos internos e externos têm influenciado diariamente o setor de saúde no Brasil, em um cenário que pede a adoção de estratégias inovadoras com foco na sustenta- bilidade dos negócios. De acordo com dados da consultoria global Bain & Company, a saúde suplementar enco- lheu: em 2015, eram 50,1 milhões de benefi- ciários registrados; em2017, 47,4milhões – um decréscimo de mais de 5% na base de clientes. Dos 2,7 milhões de beneficiários que deixa- ram de pagar os planos entre março de 2015 e julho deste ano, mais de 2 milhões sofreram esse revés porque ficaram desempregados. O cenário de crise evidencia o processo de renovação pelo qual a saúde vem passando, tais como o uso crescente de clínicas popu- lares, a gamificação e a tecnologia. Na cida- de de São Paulo, por exemplo, basta dar uma volta para constatar o enorme número de clí- nicas populares que vêm atraindo a atenção das classes C, D e E, compreços acessíveis pa- ra a realização de consultas e exames. Não obstante, novos modelos de negócios, como o “Uber dos Médicos”, aplicativo que permite chamar um médico à sua casa com a mesma facilidade de um táxi, e o “Enfermeira Digital”, que utiliza a tecnologia de computa- ção cognitiva da IBM e o conceito de games para ajudar no tratamento de doença, têm desmistificado o atual modelo de atendimen- to à saúde no Brasil. Nessa trajetória de mudança, o beneficiário se torna uma peça central no fornecimen- to de dados clínicos, para cuidado remo- to, capazes de promover eficiência e maior assertividade em diagnósticos. Por isso, as operadoras caminham para ter maior rela- ção com o paciente e não ser consideradas meras pagadoras de procedimentos. A ideia é fornecer relatórios de atendimento e, até, medicina preditiva, com base nos resultados dos últimos exames, aumentando a cumpli- cidade com os custos de assistência. Mas tudo isso temumcusto. O índice que inci- de sobre os planos, principal indicador utiliza- do pelo mercado de saúde suplementar como referência sobre o comportamento de custos (Índice de Variação de Custos Médico-Hospi- talares), totalizou 19%. Emcontrapartida, o rea- juste fixado pela a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para planos individuais e familiares foi de, no máximo, 13,55%, para o período de maio de 2017 a abril de 2018. Além disso, à medida que as pessoas enve- lhecem, as despesas com planos de saúde crescemdevido ao aumento de frequência de utilização de insumos, exames e internações. Segundo pesquisa do IBGE sobre envelheci- mento da população, o Brasil tinha quase 3% de pessoas com idade acima dos 80 anos em 2015. Projetando essa condição para 2060, os números avançam para 17,1%. Outros fatores que pressionam o aumento nas despesas dos planos de saúde são a judi- cialização da saúde e a incorporação acrítica de novas tecnologias, cada vez mais caras e sem estudo de impacto sobre o real custo-e- fetividade clínico. Com mais de 18 milhões de beneficiários e presença em 84% do território nacional, a Unimed possui 38% de market share. E, para impulsionar a presença da marca no merca- do, a Unimed do Brasil busca se adequar às tendências, promovendo ações pioneiras que possam beneficiar o setor e gerar a satisfação dos clientes, de acordo com os seus anseios e necessidades. Afinal, a disputa é acirrada e não é preciso muito para ver a transformação do setor. A adoção do modelo de Atenção Integral à Saúde e a implementação do Registro Eletrô- nico de Saúde e da cultura do Jeito de Cuidar Unimed são algumas das estratégias de ne- gócio da Unimed do Brasil para que as coo- perativas possam ser competitivas. “Precisamos unir esforços e trabalhar jun- tos em prol da sustentabilidade da saúde no Brasil, priorizando o bem-estar dos cidadãos, e deixar de lado diferenças ideológicas que possamcriar obstáculos nessa troca de ideias. A Unimed do Brasil é atuante nas tratativas sobre o setor de saúde suplementar e está à disposição para participar de iniciativas que possam trazer melhorias para a cadeia brasi- leira de saúde como um todo”, afirma o presi- dente da Confederação, Orestes Pullin. dez 2017 | jan 2018 | 33

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