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Em meados de 1844, numa cidadezinha do interior da Inglaterra, os moradores de Rochdale, em Manchester, não conseguiam comprar o básico para sobreviver nos mercadinhos da região. Foi aí que 28 pessoas tiveram a ideia de se reunir para montar um armazém próprio, realizando compras conjuntas em grande quantidade e compartilhando-as de forma igualitária. Assim nasceu a Sociedade dos Probos de Rochdale, a primeira cooperativa do mundo moderno, com princípios que até hoje formam a base do cooperativismo, tais como: honestidade, solidariedade, igualdade e transparência.
Por aqui, o movimento não demorou muito tempo a chegar. Já na época colonial ela começou a acontecer, principalmente pelas mãos dos jesuítas, que assumiram o papel de colonizar parte do Brasil. Menos de 50 anos depois do feito em Manchester, em 1887, foi formada a primeira cooperativa brasileira. Em São Paulo, formou-se a Cooperativa de Consumo dos Empregados da Companhia Paulista. Graças à mineração, a Cooperativa Econômica dos Funcionários Públicos de Ouro Preto foi criada. Inicialmente, essas organizações tinham o objetivo de facilitar o consumo de diversos produtos, como os agrícolas, por parte de seus integrantes. Deu tão certo que o processo ganhou força e, aos poucos, conseguiu se espalhar pelo país. Na década de 1960, foi criada a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), responsável por defender os interesses dessas associações. Em 1971, foi criada a Lei nº5.764, que definiu a Política Nacional de Cooperativismo
No final da década de 1960, a medicina assistencial no Brasil atravessava um momento de grande efervescência pela perplexidade que as transformações estruturais da Previdência Social traziam. Houve a unificação dos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs) no Instituto Nacional de Assistência Médica de Previdência Social (INPS), que mais tarde viria a se transformar no Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps), extinto em 1990 para dar lugar ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Além da queda no padrão de atendimento, as mudanças levaram ao surgimento de seguradoras de saúde, à mercantilização da medicina e à proletarização do profissional médico, que ficava impedido de exercer com liberdade e dignidade sua atividade liberal. Em resposta, surgiu a primeira cooperativa de trabalho na área de medicina do país e das Américas: a União dos Médicos – Unimed, fundada na cidade de Santos (SP), em 1967.
A nova experiência cooperativista nasce da iniciativa do ginecologista obstetra Edmundo Castilho e de um grupo de médicos que queria evitar a intermediação das empresas, respeitando a autonomia dos profissionais e o atendimento em consultório. Também desejavam oferecer a mesma qualidade de assistência aos diferentes níveis existentes nas empresas. O conceito era complementar o trabalho do INPS. Cubatão, Guarujá, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande e São Vicente estavam entre os outros municípios que constituíam base da ação da cooperativa, que depois passou a se chamar Unimed Santos.
Edmundo Castilho e sua equipe organizaram uma agenda de visitas às cidades interessadas em constituir suas próprias unidades, realizaram palestras, forneceram orientações e mobilizaram profissionais e associações médicas em torno da iniciativa.
O potencial do cooperativismo médico ganhou força e fez com que outras Unimeds fossem criadas, em estados como Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Brasília.
Na década de 1970, surgem as Federações Unimed - as chamadas cooperativas de segundo grau, formadas por no mínimo três Singulares, visando padronizar procedimentos operacionais e estimular a troca de experiências entre as cooperativas de um mesmo estado. Em 28 de novembro de 1975 foi criada a Confederação Nacional das Cooperativas Médicas - Unimed do Brasil, entidade máxima do Sistema Unimed, que congrega todas as federações e singulares.
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