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Mpox (Monkeypox): O que é, como se prevenir e a situação atual no Brasil

        20 de agosto, 2024

O que é a Mpox e como está a situação mundial no momento

É uma doença viral causada pelo mPox, um vírus muito parecido com a varíola, já conhecido desde os anos 1950 com vários surtos pelo mundo desde os anos 1970, principalmente na África. Em 2022, houve um surto global, incluindo o Brasil. Já em 2024, a descoberta de uma nova cepa mais transmissível e letal na África Central e sua detecção na Europa, levou a OMS a declarar emergência de saúde pública, com maior rigor na investigação e detecção de casos pelo mundo para que a doença não evolua para uma pandemia.

Essa nova variante, no entanto, ainda não foi identificada no Brasil. Importante frisar que é um vírus muito diferente da Covid-19 e principalmente muito menos transmissível.

Com acontece a transmissão e período de incubação?

A principal forma de transmissão do mpox é através do contato próximo com as lesões de pele depois, por secreções respiratórias e contato mais próximo. A doença também pode se espalhar, em menor escala, por objetos contaminados usados por uma pessoa que está infectada.

O intervalo de tempo entre o primeiro contato com o vírus até o início dos sinais e sintomas, chamado período de incubação, é de 3 a 16 dias, podendo chegar a 21 dias.

Quais são os sinais e sintomas?

Os sintomas iniciais do mpox são semelhantes aos de outras doenças virais, com febre, dor de cabeça, dores no corpo, fraqueza e calafrios. Além disso, podem aparecer ínguas no pescoço. As erupções na pele geralmente começam dentro de um a três dias após o início da febre, mas também podem aparecer antes da febre.

As lesões podem ser planas ou levemente elevadas, preenchidas com líquido claro ou amarelado, podendo formar crostas, que secam e caem. Em muitos casos, as lesões têm semelhanças às lesões da catapora e geralmente são um pouco maiores.

As áreas mais comuns de aparecimento das lesões são o rosto, as palmas das mãos e as plantas dos pés, mas podem ocorrer em qualquer parte do corpo, inclusive na boca, olhos, órgãos genitais e no ânus.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico do mpox é feito por um profissional de saúde com base nos sinais e sintomas apresentados pelo paciente. Por isso, se você achar que tem sintomas compatíveis de mPox, procure uma unidade de saúde para avaliação, o quanto antes. É importante informar ao médico sobre qualquer contato recente com pessoas com suspeita ou confirmação da doença. Para confirmar o diagnóstico, é realizado um exame laboratorial, como o teste molecular ou o sequenciamento genético.

Qual é o tratamento?

O tratamento do mpox é focado no suporte clínico para aliviar os sintomas, prevenir e tratar complicações, e evitar sequelas. A maioria dos casos apresenta sinais e sintomas leves e moderados. Em casos mais severos e, principalmente em imunodeprimidos como portadores de HIV ou pessoas com leucemia ou tumores agressivos, há indicação de um agente antiviral que é o Tecovirimat.

Vacina:

Existe uma vacina há vários anos e em uso no Brasil desde 2023. É direcionada a grupos de risco, como pessoas com HIV/AIDS, que apresentam maior probabilidade de desenvolver formas graves da doença. Neste grupo até então ocorreu a maior parte dos 16 óbitos confirmados no Brasil, por conta da doença.  

Situação atual no Brasil e em Santa Catarina:

Desde o primeiro caso em 2022 até o momento foram notificados no país 709 casos de mPox, com um total de 16 óbitos, o mais recente registrado em abril de 2023. Todos os óbitos ocorrem em pessoas imunodeprimidas. Nenhum desses casos, porém, está relacionado com a variante responsável pelo surto na África Central como já foi citado.

Em Santa Catarina, desde 2023 até o momento, foram registrados mais de 50 casos em 18 municípios, e um óbito de paciente imunodeprimido em Balneário Camboriú.

Dr. José Amaral Elias – Infectologista na Unimed Blumenau