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Sustentabilidade e tecnologia para a perenidade dos negócios

Texto: Assessoria de Imprensa - Unimed Paraná
        10 de setembro, 2021

Durante muito tempo, a palavra “sustentabilidade” ficou no imaginário como algo ligado apenas ao meio ambiente. Hoje, no entanto, é preciso ter consciência que o termo vai desde o cuidado com as emissões de gases de efeito estufa até o respeito à diversidade, passando pela gestão da cadeia de fornecedores, inovação, gestão da marca, consumo consciente de água e energia, remuneração, impacto na comunidade, relacionamento com o cliente, dentre outros.

“Quando a gente fala de sustentabilidade, fala do equilíbrio de três pilares: econômico, ambiental e social”, explicou Rodrigo Henriques, diretor da consultoria Lanakaná Princípios Sustentáveis, durante a aula do dia 1º de setembro do Programa Estadual de Desenvolvimento de Dirigentes da Unimed Paraná.

O palestrante explicou também que o conceito de ESG, tão falado atualmente, mede o quanto uma organização é saudável. A sigla em inglês se refere às melhores práticas ambientais, sociais e de governança de um negócio e é usada para guiar investimentos e escolhas de consumo.

“As melhores práticas de governança corporativa se baseiam em quatro princípios básicos: transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa. Esses quatro componentes estão dentro da sustentabilidade e podem impactar o valor econômico de uma organização”, afirmou Henriques.

Riscos nas organizações

Uma pesquisa da agência de classificação de risco Standard & Poor's aponta que o risco no setor de saúde é mais social do que ambiental. Nesse quesito, por sua proximidade com a comunidade, a Unimed sai na frente perante a concorrência, mas, segundo Henriques, pode se destacar ainda mais.

Na perspectiva ambiental, é preciso analisar o futuro e se preparar para as mudanças, levando em consideração o uso de materiais, consumo de energia, água e efluentes, biodiversidade, emissões de gás carbônico, resíduos, conformidade ambiental, avaliação ambiental dos fornecedores, certificação, mudanças climáticas, construção e transportes.

Como uma tendência a ser observada, o palestrante citou o Sistema de Saúde da Inglaterra. Lá, o custo da jornada do paciente já é feito também em termos ambientais – e não só financeiros -, o que também deve ocorrer daqui a alguns anos no Brasil. 

Oportunidades à vista

Ao final da apresentação, Henriques listou algumas oportunidades para ficar de olho. Elas são benéficas para o meio ambiente, e, consequentemente, para os negócios e a comunidade. Confira!

- Créditos de carbono: ao mitigar emissões de gases de efeito estufa, a Unimed pode gerar e vender créditos de carbono, fazendo disso uma fonte de receita a médio e longo prazo.

- Compromissos externos: as Unimeds que têm recursos próprios podem fazer parte da agenda global “Hospitais Verdes e Saudáveis”. A iniciativa dá uma visibilidade positiva no mercado, prêmios anuais e traz muito reconhecimento.

- Inventário de emissões de gases de efeito estufa: resulta em redução de custos e processos e é visto com bons olhos pelo mercado.

- Compras sustentáveis: analisar de perto a cadeia de fornecedores é cada vez mais importante para garantir a boa procedência de suprimentos e serviços.

- Mudanças climáticas: as mudanças no clima têm impacto não só no surgimento de novas doenças, mas também na produção de insumos e produtos. Por isso, vale a pena elaborar uma política de mudanças climáticas e estratégias tendo como referência o NHS - The Newcastle upon Tyne Hospitals.

- Financiamento verde: algumas instituições financeiras vinculam os juros ao desempenho ambiental. Ou seja, quanto maior a preocupação com o meio ambiente, menor o risco na concessão de empréstimos e, consequentemente, menor a taxa de juros.

Saúde digital

Na segunda palestra da noite, o vice-presidente de Estratégia e Inovação da Cia Técnica Research, Cezar Taurion, falou sobre o mundo digital em que vivemos, seu impacto nos negócios, a relação entre saúde e tecnologia e a aceleração provocada pela pandemia.

“Os planos foram antecipados e realizados em poucas semanas. O futuro veio para o presente e estamos nos acostumando a essas mudanças”, afirmou.

Para enfrentar o novo cenário, Taurion foi enfático ao dizer que os profissionais precisam ter fluência digital, ou seja, entender as implicações da tecnologia nos negócios. Entre as principais habilidades a serem adquiridas estão os conceitos de inteligência artificial e aprendizagem de máquina.

“Hoje, você precisa de uma estratégia de negócios baseada em tecnologia, e não de uma estratégia de negócios suportada por tecnologia”, frisou o palestrante. Ele disse ainda que à medida que as empresas aumentam sua maturidade digital, aumentam também sua vantagem competitiva e lembrou que a saúde digital é uma transformação cultural, e não apenas um conjunto de novas tecnologias.

A experiência da Unimed Paraná

Na última apresentação da noite, Marcelo Dallagassa, especialista do Núcleo de Inteligência em Saúde (NIIS) da Unimed Paraná, falou sobre a tecnologia como estratégia para a saúde, abordando especificamente o uso de análises preditivas na gestão da operadora e a mineração de processos.

Process mining trabalha basicamente com a jornada do paciente, registro de eventos e possibilidade de avaliação com modelos de referência para chegar à análise de recursos, descoberta de modelos, análise preditiva e análise de conformidade”, explicou. 

A mineração de processos na área da saúde pode ser utilizada, por exemplo, para controle de fraudes e anormalidades, auditoria de contas médicas, avaliação de tecnologias em saúde (ATS), classificação e elegibilidade de pacientes para programas de doenças crônicas, avaliação de especialidades médicas vinculadas a diretrizes e protocolos e avaliação de qualidade e efetividade da atenção à saúde.

Dallagassa trouxe vários exemplos do que já foi feito ou está em andamento na cooperativa. Entre as iniciativas estão a predição de casos de altíssimo custo, que utiliza algoritmos para enxergar antecipadamente os beneficiários que virão a ser de alto risco, e a localização de geoespacial de áreas com maior incidência de certas doenças, como câncer de mama e dengue, para ações mais efetivas de assistência à saúde

“Essa visão de aplicação da tecnologia com foco no paciente é o que a gente vem desenvolvendo e aplicando na Unimed Paraná”, contou.