52% dos brasileiros se preocupam com saúde mental, mas apenas 1 em cada 4 recebem tratamento - Unimed Cerrado

52% dos brasileiros se preocupam com saúde mental, mas apenas 1 em cada 4 recebem tratamento

Com taxas de suicídio no Brasil crescendo anualmente, especialistas reforçam importância da campanha e necessidade de encarar o problema como um esforço coletivo
        08 de janeiro, 2024



“Ano novo, vida nova”. O bordão ajuda a explicar a inspiração por trás da campanha do Janeiro Branco, que reforça a importância dos cuidados com a saúde mental ao olhar para o início do ano como a oportunidade recomeçar, sem a pressão das experiências do ano que acabou. Contudo, a tarefa é mais complexa do que parece e dados de uma pesquisa do Instituto Ipsos apontam que 52% dos brasileiros estão preocupados com sua saúde mental.
De fato, antes mesmo da pandemia os transtornos mentais já eram a terceira maior causa de afastamento do trabalho de acordo com dados do Ministério da Fazenda. Já durante a crise sanitária, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que a prevalência de depressão e ansiedade aumentou 25% em todo o mundo. Muito tem sido dito sobre a importância do cuidado com a saúde mental, porém, é importante ressaltar que esse não pode ser um esforço solitário da pessoa afetada. Como reforça a psicóloga Suzane Aryel, membro da Qualy&Saúde e prestadora da Unimed Cerrado, os círculos sociais e profissionais precisam ser parte da solução. “Costumo dizer que não adianta tomar um medicamento para alergia se o ambiente continuar empoeirado”, compara.

 

Saúde mental é um problema global


Em muitos casos, a busca por tratamento precisa transpor a resistência das pessoas ancorada na crença popular de que procurar acompanhamento psicológico é admitir algum tipo de fraqueza emocional e que isso é sinônimo de falta de autocontrole. Porém, a psicóloga lamentar que o tema ainda seja encarado como tabu.

“A saúde mental é uma área que não se vê em exames físicos. Isso contribui para uma dificuldade muito grande para que as pessoas aceitem que esse é um cuidado importante. Também faz com que elas busquem solução em outras fontes para só depois realmente procurarem o profissional específico”, argumenta.

Para todos os efeitos, os transtornos mentais como ansiedade, depressão ou mesmo burnout não são problemas exclusivos de alguns poucos indivíduos falhos. Também por isso, não devem ser vistos como motivo de vergonha. De fato, trata-se de um adoecimento global e que precisa ser enfrentado de forma coletiva tanto no ambiente social como no profissional.

Ainda assim, dados da Pesquisa Nacional de Saúde apontam que apenas 1 em cada 4 brasileiros recebem tratamento. Vale ressaltar que esse quadro já foi pior há alguns anos, mas mesmo com a melhora, a taxa de suicídios no País ainda segue crescendo.

Como a psicóloga Suzane Aryel ressalta, esses problemas precisam ser encarados com seriedade, com o acompanhamento adequado e com mudanças de hábito. “Algumas pessoas tentam caminhos que trazem soluções paliativas, porém as mudanças são necessárias. Existem alterações químicas, muitas vezes até com manifestações orgânicas, que podem estar afetando as emoções da pessoa. Essa relação é algo muito complexo, por isso não conseguimos simplesmente sanar o problema sozinhos”, esclarece.

 

Responsabilidade das empresas


Na verdade, a pressão do trabalho é um fator bastante relevante no desenvolvimento e no tratamento de qualquer dano à saúde mental. Por isso, ainda que a pessoa afetada busque acompanhamento profissional, se o ambiente profissional continuar sendo tóxico a recuperação acaba comprometida. Sendo assim, as empresas têm um papel fundamental na busca por ações que tornem o ambiente mais saudável e na oferta de soluções para seus colaboradores.

“O papel da empresa é oferecer suporte, promover a conscientização com palestras e ações por meio do RH para acompanhar seus colaboradores e encaminhar para tratamento com especialistas quando houver a necessidade”, pontua Suzane.

Além disso, o formato desse contato com profissionais especializados em saúde mental como psicólogos e psiquiatras pode ser determinante enquanto o assunto seguir como tabu. Se a busca por acompanhamento psicológico já é deficiente nas capitais, nas cidades do interior o problema tende a se agravar. Em alguns casos, essas pessoas simplesmente não têm acesso a um profissional capacitado onde moram. Já em outros, o único psicólogo disponível é conhecido de toda a população local e isso gera um receio que afasta os pacientes por não entenderem as questões éticas que cercam o consultório.

Diante disso, o programa de Psicologia Online oferecido dentro do trabalho de Medicina Preventiva da Unimed Cerrado tem se mostrado uma ferramenta importante na manutenção da saúde mental por oferecer uma forma mais acessível e maior sensação de segurança e privacidade aos pacientes.

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