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Voltar Coordenador da Hemodinâmica do Hospital Unimed Costa do Sol concede entrevista para o Balanço Geral

Coordenador da Hemodinâmica do Hospital Unimed Costa do Sol concede entrevista para o Balanço Geral

        23 de maio, 2024

A região Norte Fluminense agora conta com um serviço importante para o diagnóstico e tratamento das doenças cardiovasculares, venosas e neurológicas. O Hospital Unimed Costa do Sol inaugurou em abril o serviço de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista.
Vinculado ao Centro Cirúrgico, o novo setor é equipado com tecnologia de última geração, recursos avançados de software e imagens de altíssima qualidade e tem a capacidade de realizar em média 300 atendimentos por mês, em diversas especialidades.

O coordenador da Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista do HUCS, Dr. João Alexandre Farjalla, participou do quadro Ouvindo o Especialista, do programa Balanço Geral, da TV Record RJ Interior na última terça-feira, dia 21 de maio. Ele foi entrevistado pela jornalista Ana Paula Farias e falou sobre os detalhes desse novo serviço.

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  • O que é hemodinâmica?

O nome começou como laboratório de hemodinâmica porque era um setor onde a gente desenvolvia diagnósticos, através do uso de cateteres e outros dispositivos, de algumas doenças cardiovasculares. E dos diagnósticos, a gente começou a oferecer os tratamentos. Ao longo dos anos isso vem se ampliando de uma forma bem intensa com as novas tecnologias. Hoje, dentro daquela sala que a gente ainda chama de hemodinâmica, a gente oferece muito menos diagnóstico e muito mais tratamento; tratamentos cada vez mais complexos e que são feitos de forma minimamente invasivas, através de uma punção arterial ou venosa, a gente consegue resolver uma gama enorme de patologias cardiológicas.

  • Quais são os procedimentos feitos na hemodinâmica?

Os mais conhecidos são o cateterismo cardíaco, onde a gente faz o diagnóstico, principalmente, das doenças coronarianas e diante disso propomos um tratamento, vamos falar da angioplastia e do implante dos stents. Essa é uma área que vem crescendo com uma velocidade muito grande com a evolução tecnológica dos equipamentos; então hoje a gente consegue resolver uma gama de patologias coronarianas, que antigamente as pessoas precisariam operar. Hoje em dia conseguem ser tratadas com o stents.

  • Em quais casos a hemodinâmica tem relevância para um centro cirúrgico?

No Hospital Unimed Costa do Sol nós montamos a hemodinâmica dentro do Centro Cirúrgico, o que nos permite ter uma ampliação dos serviços. Montamos o que chamamos de sala híbrida, onde conseguimos aumentar ainda mais a complexidade dos procedimentos, já que podemos mesclar os procedimentos cirúrgicos normais com os endovasculares. Então a gente fica com um centro de alta tecnologia com proposta para tratarmos condições cada vez mais complexas.

  • A rapidez e o cuidado são fundamentais para a sobrevivência do paciente?

Exatamente, principalmente quando estamos falando dos quadros agudos, como o infarto agudo do miocárdio, por exemplo. Temos um jargão antigo que diz que tempo é músculo e quando a pessoa desenvolve infarto agudo do miocárdio, tem uma musculatura do coração que está sofrendo, não está recebendo sangue e, se não recebe sangue, vai morrer. Quando morre, ela perde função, então o coração fica desfuncionante. Dependendo da artéria acometida, dependendo da quantidade de músculos que está sofrendo, isso é o principal prognóstico do paciente. Então, é a uma situação que a gente tem que agir da forma mais rápida possível e aí a hemodinâmica tem um lugar fantástico, pois o paciente chegando rápido ao hospital, sendo feito o diagnóstico rápido do infarto, através de uma história clínica e um eletrocardiograma, o paciente é encaminhado rapidamente para a hemodinâmica, a gente faz o cateterismo, localiza a obstrução da artéria, e já naquele momento, através da angioplastia e da implantação dos stents, a gente recanaliza aquela artéria e permite que o sangue volte a irrigar aquela musculatura, preservando ela.

  • Quem faz o procedimento cardíaco na hemodinâmica tem menos risco e melhores condições de recuperação?

Sim, por ser um procedimento muito menos invasivo. Em grande parte deles, a gente consegue fazer somente com anestesia local. O trauma cirúrgico é muito pequeno e isso impacta diretamente no prognóstico do paciente, quanto menor o trauma, menor as chances de complicação do procedimento. Então, isso é muito importante ao passo que não há prejuízos no resultado porque através desses métodos minimamente invasivos conseguimos ter resultados fantásticos. Então temos bons resultados com muito menos complicações.

  • Como está sendo a implantação desse serviço no Hospital Unimed Costa do Sol?

Está muito bom, montamos uma sala excelente com um aparelho de hemodinâmica que é uma máquina complexa, com imagens muito boas, tem bastante recursos de softwares para podermos planejar e organizar os procedimentos, então temos uma capacidade de atendimento de toda complexidade dentro da cardiologia, dos mais simples aos mais complexos a toda possibilidade de atuar ali dentro, tanto nos procedimentos eletivos quanto nas emergências.

Queria lembrar que hoje na hemodinâmica, também não ficamos restritos só a cardiologia, estendemos a outras especialidades como a cirurgia vascular, a naurologia - onde a gente consegue hoje tratar aneurismas cerebrais, malformações de artérias venosas cerebrais, através de cateter, e outro serviço que estamos disponibilizando na Unimed também que é muito inovador, muito recente, que é o tratamento do AVC agudo: o paciente que chega com um quadro de AVC, dentro de um horário favorável, além da medicação, a gente consegue, através do cateter, ir lá na matéria cerebral que está ocluída (como se fosse o infarto do coração, mas no território cerebral) e a gente resgata aquele trombo ali e desentope a artéria. E, às vezes, o paciente que chega na sala sem falar, com um lado inteiro paralisado, consegue sair da sala andando e falando normalmente.

  • De quanto tempo estamos falando?

Quanto mais tempo que a pessoa leva para procurar o hospital e receber o tratamento adequado, menor será a chance de recuperar o território que está em sofrimento. Para o AVC, a gente considera até seis horas de evolução, isso está se estendendo dependendo de algumas situações, exames complementares que a gente pode usar. Depois disso a gente já começa a perder efetividade do tratamento.

  • Então, é importante que a população saiba a importância de procurar o hospital?

O primeiro passo disso tudo é a conscientização da população. Porque se pessoa não chega ao hospital em um tempo bom, a gente não consegue oferecer o melhor tratamento, isso tanto para o infarto quanto para o AVC. É muito comum a gente encontrar pacientes que vão à emergência só no dia seguinte, muitas horas depois, ficam em casa, protelando, com medo de ir ao hospital, por medo do que vai acontecer e acabam perdendo a oportunidade de receber o melhor tratamento que a gente tem para a doença.

  • Quais são os sintomas de alerta? Dor no peito pode ser um?

Não necessariamente o sintoma que o paciente vai referir é dor. Muitas vezes é uma opressão, uma queimação, um aperto, um desconforto que pode irradiar para o pescoço, o braço principalmente o esquerdo, para a região epigástrica... então, quando a pessoa apresenta esses sintomas é bom que procure atendimento médico, porque se houver algo nesse sentido ela vai ter oportunidade de ser tratada de forma rápida e isso vai implicar diretamente no prognóstico dela.

  • Precisamos falar de prevenção, Dr. Quais são as principais recomendações?

A prevenção ainda continua sendo a melhor forma de se cuidar. Evitar ter o problema é muito melhor do que depois ter que remediar. A prevenção dessas doenças parte do princípio que a gente precisa minimizar os fatores de risco, alguns são modificáveis outros não. Por exemplo, o envelhecimento não é um fator modificável, mas alguns são como: prática de atividade física diária, o cuidado com a alimentação, minimizar o estresse, as consultas regulares com o cardiologista ou com o clínico para ver como estão suas taxas, o controle de glicose, não fumar - que é um fator de risco importantíssimo, são todas essas questões que a gente pode intervir para evitar ou minimizar o aparecimento da doença.

Com essa novidade, o Hospital Unimed Costa do Sol se reafirma como referência para a saúde da região e segue investindo para melhoria contínua na qualidade do cuidado centrado no paciente.