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Voltar Unimed Santos coloca em debate dilemas no enfrentamento do autismo

Unimed Santos coloca em debate dilemas no enfrentamento do autismo

Prevalência do espectro, diagnóstico tardio, suporte especializado e gastos associados são pontos que permeiam os desafios. Estes e outros aspectos relevantes entraram em debate durante Simpósio promovido pela Cooperativa Médica.
Texto: Comunicação e Marketing Unimed Santos
        07 de maio, 2024
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O salto gigantesco no número de casos de autismo e as adversidades associadas apontam o transtorno como problema de saúde pública e o colocam no centro das preocupações. 
Para debater sobre o complexo universo do autismo, a Unimed Santos promoveu (27/04) o Simpósio Transtorno do Espectro Autista - TEA: Perspectiva,
Desafios e Avanços no Cenário da Saúde Suplementar. Na plateia, mais de 100 participantes acompanharam a programação. 
No ambiente das discussões, as dificuldades, as necessidades e os impasses foram sendo expostos: prevalência crescente, diagnósticos tardios, diversidade do espectro, prescrições aleatórias de tratamento, falta de profissionais capacitados e gastos desafiadores com intervenções, entre outros. 

Especialistas e gestores se revezarem, trazendo contribuições para o tema, que direciona as atenções para crianças autistas, com necessidades específicas e potenciais a serem identificados e desenvolvidos. 
Ficou evidenciado o desafio que o autismo representa para médicos, gestores e família, entre outras implicações de uma realidade ainda pouco conhecida.
 
EVOLUÇÃO
Enquanto estatísticas internacionais apontam um caso de autismo para cada 36 crianças, a Unimed Santos comprova o crescente número no dia a dia: em dois anos, evoluiu em 125,73% o total de crianças atendidas, passando de 548 em janeiro de 2022, para 1.237, em dezembro de 2023.

O presidente da Unimed Santos, Claudino Guerra Zenaide, abriu o Simpósio, enfatizando o compromisso da operadora com a qualidade do atendimento, mas pontuando que oferecer tratamento à diversidade do espectro, em proporções crescentes, provoca impacto financeiro elevado. 
“O autismo existe há muito tempo, mas entrou em foco há cinco anos, gerando uma conta nova, alta, que devemos enquadrar dentro de uma perspectiva viável para a saúde suplementar”, explicou Guerra Zenaide. 

O neurologista infantil Tiago Leal trouxe contribuições ao falar sobre desenvolvimento infantil e sinais de alerta para o TEA. Defendeu a intervenção precoce e pontuou: “É importante olhar o que a criança faz para entender o que não faz”.
Disse mais, em relação ao envolvimento familiar: “É preciso dividir responsabilidades. Trabalhar com a família e não para a família”. 

O pediatra Mauro Couri, superintendente da Federação das Unimeds do Estado de São Paulo – Fesp – apresentou análises sobre o tema Impacto do TEA na Saúde Suplementar. Definiu o autismo como problema de saúde pública e criticou a “indústria” em que o espectro se transformou, enquanto fonte de lucro para pessoas e segmentos.  
Couri criticou, também ,a “pressão em cima das operadoras” e o que definiu como “show de horrores”, em termos de liminares judiciais, exigindo tratamentos despropositados, prescritos por médicos que nada estudaram sobre autismo. “A operadora de saúde que se vire para cumprir”, frisou. 

IMPLICAÇÕES
A neuropediatra Maria Lúcia Leal reforçou a necessidade de, diante da diversidade do espectro, estabelecer um Plano Terapêutico Individualizado (PTI) para cada paciente, definido por uma equipe multidisciplinar.

Segundo frisou, somente avaliando a manifestação clínica de cada caso é possível determinar o nível de suporte que o paciente requer. “Será só TEA? Acompanha alguma deficiência intelectual? Existem comorbidades? O tratamento tem que ser de acordo com as necessidades”.
Muitas vezes, sem que pediatra tenha feito o diagnóstico, é no consultório do médico ortopedista que o autismo será descoberto. O ortopedista Marcus Vinícius Moreira apresentou essa realidade, ao abordar o tema Desafios do Acompanhamento Clínico no TEA: Infância e Adolescência.



Moreira deu ênfase aos aspectos ortopédicos do autismo e exemplificou com situações que podem passar despercebidas. “Todos vão falar da marcha em equino dentro do TEA”, salientou, para destacar que outras condições e capacidades físicas devem ser observadas. Citou alterações na coluna e atraso motor, e ratificou: “Os sinais de alerta para o TEA incluem distúrbios de movimento”. 

A enfermeira Cristina Fernandes contribuiu ao abordar o tema Vulnerabilidade na saúde dos autistas. A profissional criticou os tratamentos “copia e cola” e propôs um olhar integrado sobre o paciente.
São pessoas únicas, com características únicas”, destacou, manifestando preocupação com a possibilidade de agravos em saúde e o risco aumentado que os autistas apresentam para doenças metabólicas crônicas, autolesão e suicídio. 

SESSÃO
No espaço de reflexão e aprendizado em que se transformou o Simpósio, quatro profissionais foram reunidas para trazer subsídios:  médica Heloiza Ventura, pediatra com pós-graduação em TEA; médica Patrícia Costa Pereira, neurologista infantil, nutricionista Esther Santa, especializada em seletividade alimentar e fonoaudióloga Vanessa Baraçal, especialista em distúrbio da fala e análise do comportamento.  

No debate, vários aspectos vieram à tona: os desafios para o pediatra no consultório, a importância do M-Chat, a premência da intervenção precoce, os distúrbios alimentares e as alergias como indicativos do TEA e efeitos medicamentosos, entre outras faces e singularidades. 


MULTITEA
A Unimed Santos começou com atendimento a sete pacientes, no primeiro semestre de 2018. “Quando apresentei a conta de R$ 550 mil, em um semestre, a Diretoria ficou assustada. Só que a gente não sabia o que estava por vir. Gastamos R$ 5 milhões no ano seguinte e chegamos a R$ 47 milhões, em 2023. Saímos de sete pacientes para 1.237 em dezembro passado”

O depoimento fez parte da exposição de José Renato Condursi, gerente de Recursos Próprios da Unimed Santos. Condursi falou, sobre as dificuldades trazidas pela extensão da área de atendimento da Unimed Santos e, em outra vertente, o impasse gerado pela falta de profissionais. 
“Temos um andar inteiro sem uso por falta de recursos humanos”, testemunhou, referindo-se a um dos cinco pavimentos do Multitea, unidade de exclusiva de atendimento ao autismo, que a Unimed Santos inaugurou, em 2022. 

A fonoaudióloga Vanessa Baraçal, coordenadora assistencial do Multitea, complementou apresentando aspectos do funcionamento do Multitea. Esclareceu sobre encaminhamento de pacientes, intervenção, aplicação do VB-Mapp e mensuração da evolução, entre outras peculiaridades.
“O autismo é um espectro. Não existem dois autistas iguais”, pontou. Por isso, a proposta terapêutica no Multitea é elaborada após criteriosa avaliação e discussão dos casos pela equipe multiprofissional, com reavaliação a cada seis meses. 


AGRADECIMENTO
O Simpósio Transtorno do Espectro Autista - TEA: Perspectiva, Desafios e Avanços no Cenário da Saúde Suplementar foi realizado nas dependências da Associação Paulista de Medicina – APM Santos. O presidente da Unimed Santos fez um agradecimento especial à instituição.

A iniciativa da Unimed Santos foi elogiada pelo presidente da APM-Santos, médico Antonio Joaquim Ferreira Leal. “O tema é oportuno, atual, desafiador em todas as suas peculiaridades, multiprofissional, com custos elevados e prolongados”, frisou. No acolhimento aos participantes, salientou: “Façam desta Casa uma extensão da vossa casa”. 

PATROCINADORES
A realização o Simpósio tornou-se possível com a colaboração de patrocinadores sensíveis à causa, aos quais a Unimed Santos agradece: JustMed, Grupo SPSP, Aché, Eurofarma, Genom, Mantecorp Farmasa, Apsen, EMS, Pratti, Momenta e Tismoo.me.

 
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