Qualificação de Rede Prestadora

Incentivos vinculados às boas práticas, aos desfechos clínicos e à excelência


Uma assistência de qualidade e excelência à saúde deve ser sempre incentivada e reconhecida, estimulando os prestadores e profissionais a atingirem seu melhor desempenho, permitindo que os pacientes tenham um atendimento pautado em boas práticas e segurança.

Com este foco, a Unimed Fesp descreve abaixo alguns modelos de incentivos financeiros que podem auxiliar no desenvolvimento da excelência dos prestadores.

Incentivos financeiros podem ser aplicados em hospitais, serviços de diagnóstico e terapia ou profissionais de saúde da rede prestadora, e devem ter como objetivos:

I. Estimular o monitoramento de indicadores de qualidade: a adoção dos modelos de remuneração que estejam atrelados à qualidade em saúde passa pela necessidade de incentivar a avaliação dos resultados em saúde. Dessa forma, a mudança do modelo de remuneração deve levar em consideração o monitoramento de indicadores de qualidade atrelados ao modelo escolhido, como, por exemplo: redução de Internações por Condições Sensíveis à APS, redução de re-intenação pelo mesmo motivo, redução de Eventos Adversos, entre outros.

II. Estimular a implantação de protocolos e o monitoramento de indicadores de Segurança do Paciente: no mínimo, quando aplicável, protocolos e monitoramento das seis metas internacionais de Segurança do paciente, que são:

  • Identificar corretamente o paciente;
  • Melhorar a comunicação entre profissionais de Saúde;
  • Melhorar a segurança na prescrição, no uso e na administração de medicamentos;
  • Assegurar cirurgia em local de intervenção, procedimento e paciente corretos;
  • Higienizar as mãos para evitar infecções e;
  • Reduzir o risco de quedas e úlceras por pressão.


III. Estimular a utilização de protocolos e diretrizes clínicas: são documentos que estabelecem critérios para o diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os medicamentos e demais produtos apropriados, quando couber; as posologias recomendadas; os mecanismos de controle clínico; e o acompanhamento e a verificação dos resultados terapêuticos. Devem ser baseados em evidência científica e considerar critérios de eficácia, segurança, efetividade e custo-efetividade.

A mudança no modelo de remuneração, em que é levada em consideração a adoção de boas práticas, ótimos desfechos clínicos e excelência no atendimento a padrões e protocolos, muda a prática clínica dos profissionais de saúde, impactando em uma assistência de excelência e uma melhor experiência do paciente.

A Unimed que iniciar a prática do incentivo financeiro deve realizar um levantamento do impacto deste incentivo, inicialmente, e a longo prazo. Incentivos financeiros precisam ter critérios claros, monitoramento e processos criteriosamente descritos.

Seguem alguns modelos utilizados no mercado, que podem ser utilizados pela Unimed:

Incentivo à adoção de boas práticas

O estímulo à adoção de boas práticas deve avaliar o resultado dos indicadores de qualidade, segurança e das visitas de qualificação da rede prestadora, tendo como objetivo acompanhar a conformidade dos processos, as boas práticas utilizadas e a infraestrutura dos prestadores credenciados.

O incentivo financeiro pode ser aplicado sobre diárias ou outro item adequado, em que o prestador tenha seus processos ajustados de forma que não conformidades constatadas pela auditoria in loco, realizada pela operadora, sejam analisadas e resolvidas, visando sempre a excelência no atendimento.

A Unimed pode também incentivar sua rede prestadora para coletar indicadores do Programa de Qualificação de Prestadores de Serviços de Saúde (PM-QUALISS), prevendo um incentivo de X% sobre diárias (para hospitais) para a coleta dos indicadores e X% sobre outro item (prestador não hospitalar) quando as metas forem atingidas.

Modelo de incentivo baseado em boas práticas – PM-Qualiss e indicadores de Segurança do Paciente

Para estimular a qualificação dos prestadores de serviços de saúde (hospitais, clínicas, laboratórios e profissionais de saúde) e aumentar a disponibilidade de informações sobre qualidade e segurança de prestadores de serviço, as partes acordam a adoção dos indicadores de qualidade e segurança, como por exemplos indicadores que integram o Programa de Segurança do paciente (RDC 36 Qualiss - Programa de Qualificação dos Prestadores de Serviços de Saúde, estabelecido pela RN 405/2016 da ANS.

A avaliação da performance do prestador de serviço será realizada, em XX período, mediante a realização de visita técnica realizada pela operadora.

Será atribuído a cada indicador, uma pontuação base, cujo resultado pode variar em conformidade com o cumprimento da meta estabelecida, conforme a seguir:

Exemplo:
Meta = 1
Se > meta = 2
Se < meta = 0

Indicadores:
 

INDICADOR META RESULTADO
Taxa de partos vaginais    
Taxa de readmissão hospitalar não planejada    
Taxa de parada cardiorrespiratória em UI    
Taxa de mortalidade institucional    
Taxa de Infecção de corrente sanguínea associada a CVC    
Taxa de infecção de sítio cirúrgico    
Taxa de ITU associada ao cateter vesical de demora    
Tempo médio de internação    
Média de permanência na emergência    
Tempo de espera na emergência até o 1º atendimento    
Taxa de antibiótico profilático dentro de 1 hora    
Taxa de profilaxia para TEV    
Taxa de queda com dano    
Evento sentinela    

Notas técnicas dos indicadores: http://www.ans.gov.br/prestadores/qualiss-programa-de-qualificacao-dos-prestadores-de-servicos-de-saude/qualiss-programa-de-qualificacao-de-prestadores-de-servicos-de-saude/monitoramento-da-qualidade-dos-prestadores-de-servicos-de-saude/modulos-e-indicadores.

Agregado ao monitoramento dos indicadores, como forma de conquistar o incentivo financeiro proposto, a operadora pode solicitar:

1 - Protocolos e diretrizes clínicas do prestador, realizando uma análise dos critérios de eficácia, segurança, efetividade e custo-efetividade, além da base cientifica utilizada

2 - O monitoramento de indicadores de Segurança do Paciente (protocolos e monitoramento das seis metas internacionais de Segurança do paciente) que são:
  • Identificar corretamente o paciente;
  • Melhorar a comunicação entre profissionais de Saúde;
  • Melhorar a segurança na prescrição, no uso e na administração de medicamentos;
  • Assegurar cirurgia em local de intervenção, procedimento e paciente corretos;
  • Higienizar as mãos para evitar infecções e;
  • Reduzir o risco de quedas e úlceras por pressão.
  • Incentivos vinculados aos desfechos clínicos

A Unimed pode avaliar desfechos clínicos por meio das auditorias concorrentes, realizadas regularmente por profissional qualificado nos atendimentos hospitalares e pré-hospitalares de urgência e emergência, analisando todo o percurso assistencial do paciente, quadro clínico de entrada, condutas, diagnósticos e condições de alta. A análise e o acompanhamento deste prestador alinhado com uma ótima pontuação das visitas técnicas de qualificação podem ser referência para um estímulo financeiro.

Incentivos vinculados à excelência no atendimento: padrões e protocolos

A Unimed pode incentivar sua rede prestadora hospitalar e de urgência e emergência analisando a implantação de protocolos baseados em evidências, como por exemplo:
 
  • Protocolos de classificação de risco;
  • Gerenciamento de protocolos clínicos e assistenciais;
  • Linhas de cuidado das doenças mais prevalentes, de maior gravidade e risco;
  • Entre outros.
  • Incentivos às maternidades vinculadas ao Parto Adequado

A Unimed pode incentivar sua rede prestadora hospitalar – maternidades, analisando a implantação de boas práticas e indicadores ligados ao Parto Adequado, em período pré-determinado, como por exemplo:
  • Implantação das diretrizes do projeto parto adequado conforme direcionamento da ANS (bibliografia);
  • Monitoramento do número de partos cesáreos baseado em escala de Robson (sugestão: mínimo de 30% de partos vaginais);
  • Monitoramento da satisfação da parturiente;
  • Avaliação da gestão da assistência ao parto (visita técnica);
  • Diminuição da morbimortalidade perinatal.