Amamentação: apoie em todas as situações - Unimed Vale das Antas

 

   A campanha do Agosto Dourado destaca a importância do aleitamento materno, reafirmando o compromisso com a promoção, proteção e apoio à amamentação. Este ano, o slogan escolhido foi "Amamentação: apoie em todas as situações". A enfermeira Aline Todeschini Angheben, consultora de amamentação e educadora perinatal, explica a relevância do tema, especialmente diante dos desafios recentes.
   "Nos últimos tempos, enfrentamos situações extremas e delicadas, como a pandemia da COVID-19 e a catástrofe climática que assolou o Rio Grande do Sul (RS). Em meio ao caos causado pelas fortes chuvas em 11 de junho, o RS, de forma inédita no Brasil, recebeu a primeira remessa interestadual com 33 litros de Leite Humano Pasteurizado, garantindo o suprimento dos bancos de leite dos hospitais com UTIs Neonatais de Porto Alegre", relata.

   Direito de mães e filhos
   A amamentação é um direito de todas as mães e filhos, e cabe aos profissionais de saúde, gestores e sociedade civil organizada apoiar e protegê-la em todas as situações, reduzindo as desigualdades sociais e emergenciais. "Estudos mostram que a amamentação pode diminuir em até 13% as causas de morte preveníveis de crianças menores de cinco anos. Nosso país tem evoluído nas taxas de amamentação ao longo das últimas décadas, mas ainda permanecemos abaixo do recomendado", destaca Aline.
   Segundo o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI), publicado em 2021, a prevalência de aleitamento materno exclusivo entre crianças menores de seis meses no país foi de 45,8%. "Isso representa um avanço relevante em cerca de três décadas, já que o percentual era de apenas 3% em 1986", afirma a médica. Na década de 1970, as crianças brasileiras eram amamentadas, em média, por dois meses e meio. Hoje, a média é de 16 meses, ou seja, um ano e quatro meses de vida.
   A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, até 2025, pelo menos 50% das crianças de até seis meses de vida sejam amamentadas exclusivamente. A expectativa é que esse índice chegue a 70% até 2030. "Além de trazer inúmeros benefícios para a saúde da mulher, como a redução das chances de desenvolver câncer de mama e de ovário, a amamentação é a forma de proteção mais econômica e eficaz para redução da morbimortalidade infantil. O leite materno é a primeira 'vacina' do bebê e tem grande impacto na saúde da criança, diminuindo a ocorrência de diarreias, alergias, doenças perinatais e infecções, principais causas de morte de recém-nascidos", explica a especialista.
   Apesar dos avanços, a médica ressalta que muitas causas de mortalidade infantil ainda são evitáveis e que as desigualdades impactam os resultados. "É preciso informar a população sobre as desigualdades no apoio à amamentação e sobre seus indicadores, promovendo e consolidando ações para reduzir as desigualdades com foco em grupos vulneráveis. Envolver lideranças e organizações é essencial para assegurar esse direito, que ainda hoje necessita de um mês inteiro para chamar a atenção do mundo inteiro", conclui.
   A campanha do Agosto Dourado continua a ser um marco importante para conscientizar sobre os benefícios da amamentação e a necessidade de apoio contínuo em todas as situações.