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Artes marciais para crianças

Artes marciais para crianças

Entenda como a prática pode ser benéfica para o desenvolvimento físico e mental de crianças de todas as idades

Artes marciais para crianças

24 Junho 2021

“O melhor caratê está dentro de você. Hora de deixar sair”. A frase do Senhor Miyagi, o famoso mestre do filme Karatê Kid, diz muito sobre o que as artes marciais podem representar na vida de uma criança. A prática auxilia no desenvolvimento físico e mental, despertando o potencial dos pequenos e desenvolvendo a ética, o respeito ao próximo e demais valores importantes para um crescimento saudável.

Seguindo os ensinamentos do mestre do filme, vamos entender como é a prática das artes marciais na educação infantil, diferenças entre as práticas e quais são as modalidades recomendadas para cada faixa etária.

 

Luta, arte marcial ou esporte?

Benefícios das artes marciais para crianças

Aprendendo dentro e fora do tatame

 

Luta, arte marcial ou esporte?

"Não importa quem é o mais forte, mas o mais inteligente."

Existem muitas modalidades de artes marciais, cada uma com origem e objetivos diferentes. A mais antiga, Malla-yuddha, surgiu na Índia por volta do ano 3.000 a.C. e foi criada para servir como autodefesa. Propriamente, um tipo de luta.

De lá para cá, dezenas de novas artes marciais surgiram, cada vez menos com a intenção de defesa e mais como uma prática desportiva, focada no desenvolvimento motor e mental dos praticantes. O termo arte (do latim “ars”, técnica), representa bem esse motivador: são movimentos e táticas que consideram cada movimento do adversário para não apenas aplicar um golpe de força, mas, também, uma estratégia de ataque.

 

Tipos de lutas e origens

Entre as mais populares estão o boxe, com origem na Inglaterra; o taekwondo, da Coreia; o judô, o caratê e o ninjutso, do Japão; e o kung-fu, da China. Nem toda arte marcial é considerada uma luta, justamente porque não visa o atrito direto de força. E, também, nem toda arte marcial é um esporte de combate. Para ser um tipo de esporte, a modalidade deve possibilitar um confronto entre oponentes sem o objetivo de ferir, mas seguindo de maneira respeitosa.

Mas, algumas podem ser utilizadas como autodefesa, como é o caso do jiu-jitsu e do muay thai. Ainda que os ensinamentos sejam sobre desenvolvimento pessoal, não influenciando o combate, são práticas permitidas para esse fim.

 

Benefícios das artes marciais para crianças

“Certo perder para oponente, não perder para o medo.”

Por serem consideradas violentas em um primeiro momento, quando não há o conhecimento aprofundado de cada modalidade, muitos pais e cuidadores podem evitar o incentivo à prática dos filhos. Porém, o desenvolvimento das crianças tem muito a ganhar.

Mas, com a popularização das artes marciais em filmes voltados para o público infantil, como o próprio Karatê Kid e Kung Fu Panda, a preocupação com a violência vem sendo desmistificada.

Um dos principais motivadores para que pais e demais responsáveis optem por matricular as crianças em escolas especializadas é a realização de uma atividade física. O sedentarismo, cada vez mais, é uma realidade na vida de crianças e adolescentes por conta do tempo investido em frente às telas, resultando em casos de obesidade infantil.

Além do fator físico, outros benefícios podem ser destacados, como: desenvolvimento de coordenação motora, dos sentidos, da cognição e do raciocínio lógico (com as táticas e estratégias para derrotar o oponente).

Ao descobrir a origem de cada prática e o que aquilo representa para o povo que a criou, a criança também recebe estímulos importantes para o crescimento pessoal, e desde pequena entende e aprende a respeitar as diferenças e os impactos de cada cultura.

No desenvolvimento pessoal e mental, a criança se espelha no mestre, seguindo atitudes éticas e morais ensinadas no tatame, como o respeito ao próximo. O convívio com diferentes pessoas fora do círculo casa e escola também possibilita o desenvolvimento das interações sociais, auxiliando na desinibição da criança.

Como algumas artes possuem faixas de cores diferentes, que podem levar meses até evoluir de uma cor para a próxima, a criança também aprende o valor do esforço pessoal e respeito aos próprios limites. Alguns centros de treinamento ainda contam com regras que envolvem a apresentação do boletim escolar da criança, e que servem para ensinar o valor da educação no contexto de desenvolvimento dos pequenos.

 

Idade recomendada para cada modalidade

As diversas modalidades disponíveis aceitam matrículas a partir dos 3 anos de idade, sendo que a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda que a prática em artes marciais seja iniciada entre 5 e 7 anos. O que vai determinar a escolha da modalidade é o nível de esforço e dedicação, que devem ser avaliados no momento de escolher em qual arte marcial a criança será matriculada.

De maneira geral, especialistas recomendam pequenos estímulos sensoriais para crianças ainda pequenas, e as artes marciais podem integrar esse movimento, desde que trabalhadas de maneira lúdica e pedagógica. Caso o foco seja apenas competitivo, não é adequado, pois impacta diretamente na formação pessoal da criança.

Porém, alguns cuidados são importantes para crianças de 3 a 10 anos, como o uso de materiais para brincadeiras e estímulos sensoriais, como músicas e outros sons. Esses pontos impactam na experiência positiva da criança no ambiente, fazendo com que se sinta segura.

Existem pontos importantes que os pais e responsáveis devem levar em consideração na hora de escolher um centro de treinamento:

  • Se o local é adequado para crianças, em termos de estrutura, limpeza e disponibilidade de materiais
  • Como os mestres lidam com as crianças, mantendo a paciência e ensinando de maneira lúdica
  • O histórico do local e dos mestres é adequado, desde que não haja nenhum tipo de intercorrência
  • A idade das crianças matriculadas, considerando que o ideal é que todas possuam idades semelhantes para tornar o combate justo
  • Certificação dos mestres pelos órgãos regulamentadores das artes marciais praticadas

 

Aprendendo dentro e fora do tatame

“Quando sentir que a vida está fora de foco, volte ao básico. Respire.”

A educação vem, primeiramente, de casa. E, no tatame, os mestres ensinam valores de cada arte marcial que, quando combinadas com o que a criança vivencia no próprio lar, resultam no desenvolvimento da personalidade dos pequenos. Pais e responsáveis devem estar alinhados com o mesmo objetivo de criação das crianças.

Um ambiente instável em casa resulta em uma criança menos focada, menos paciente e mais agitada, características que não combinam com o que é ensinado em um centro de treinamento para artes marciais, por exemplo. A disciplina é um dos principais valores difundidos nesses espaços.

Por isso, tão importante quanto a escolha do local e da modalidade a ser praticada pela criança, é o comprometimento dos responsáveis dentro e fora do tatame. Principalmente, ao falar sobre falhas e perdas em competições. O erro deve ser tão normalizado quanto o acerto, sem culpabilização. Afinal, o objetivo é auxiliar a criança a crescer e evoluir com saúde, fortalecendo laços familiares e contribuindo para o desenvolvimento da autoestima daquela pequena vida.

 

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Fontes: SBPScielo, Blog Educação Física


Texto: Agência Babushka | Edição e Revisão: Unimed do Brasil

Revisão técnica: equipe médica da Unimed do Brasil


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