Voltar

Superproteção: os efeitos na autonomia da criança

Superproteção: os efeitos na autonomia da criança

Como o excesso de intervenção na vida das crianças pode ser prejudicial.

Superproteção: os efeitos na autonomia da criança

4 Outubro 2024

 

Você já se pegou resolvendo aquele exercício de matemática que o pequeno teve dificuldade de fazer? Ou realizando tarefas simples, como arrumar o quarto e dobrar roupas limpas, mesmo quando a criança já tem idade para assumir esse tipo de responsabilidade?

 

 

Se você já teve ou tem atitudes desse tipo com frequência, talvez seja importante pensar no seu envolvimento na rotina dos filhos. Isso porque algumas ações que parecem uma forma de demonstrar amor e cuidado, na verdade, podem limitar a capacidade de crianças e adolescentes de desenvolver autonomia e enfrentar desafios por conta própria. Vamos juntos entender melhor sobre isso?

 

O que exatamente é superproteção?

 

Embora bem-intencionada, a superproteção é um estilo de criação em que os pais estão excessivamente envolvidos na vida de seus filhos, muitas vezes, interferindo em todas as suas atividades e decisões, mesmo quando a criança já está apta a fazer suas próprias escolhas – atitude que pode causar consequências negativas para o desenvolvimento e a saúde mental infantil.

 

Como isso funciona na prática?

Alguns dos sinais mais comuns de superproteção incluem:

 

  • Interferência e controle excessivos - pais superprotetores podem controlar ou interferir em escolhas que a criança já pode fazer, como o que vestir, ou, dependendo da idade, até mesmo em suas atividades extracurriculares. Muitas vezes, eles continuam agindo assim mesmo depois que os filhos são adultos.
  • Medo excessivo - pais superprotetores podem ter medo de deixar seus filhos sozinhos ou de permitir que eles façam atividades que ofereçam até o menor risco. Uma criança pode se machucar jogando futebol, mas impedi-la de praticar o esporte talvez não seja a melhor conduta para o incentivar relacionamento com outras crianças.
  • Críticas excessivas - pais superprotetores podem ser muito críticos com seus filhos, mesmo quando estão fazendo um bom trabalho. Algumas vezes, eles acabam assumindo uma tarefa ou outra do filho por conseguirem executá-la mais rápido e com um resultado mais satisfatório, por exemplo.

 

 

Como a superproteção pode afetar a criança

Imagem de um pai olhando para seu filho

 

Muitas vezes o reflexo aparece quando a pessoa se torna adulta. Na casa dos 20 ou 30 anos de idade ainda não construíram autonomia suficiente e acabam precisando recorrer aos pais para resolver a maioria dos seus problemas, seja para pagar uma conta ou falar com um vizinho. 

 

A pessoa criada por pais superprotetores pode também:

  • Sentir que não é adulto, mesmo depois dos 18 anos;
  • Ter dificuldade de tomar decisões;
  • Não saber fazer tarefas simples sem a companhia ou auxílio de alguém;
  • Ter dificuldade de fazer amigos ou manter relacionamentos saudáveis;
  • Ter baixa autoestima e autoconfiança;
  • Ser incapaz de regular as próprias emoções, sentindo-se ansiosa com frequência.

 

 

 

Muitos pais pensam que evitar que os filhos precisam ter tudo de que precisam e que essa é uma boa forma de protegê-los, mas os estudos apontam que essa atitude pode fazê-los duvidar da própria capacidade, pois não foi uma conquista própria.

 

 

É possível superar a superproteção?

 

Se você é um pai ou mãe superprotetor, pode ser difícil mudar seus hábitos, mas sim, é possível. O mais importante é que você tente. O ideal é encontrar um meio-termo: nem ser intrusivo a ponto de tirar a autonomia da criança, nem ser negligente.

 

Aqui estão algumas dicas:

  • Comece devagar - não tente mudar tudo de uma vez. Comece dando a seus filhos mais autonomia para escolher roupas, fazer a lição de casa, resolver pequenos conflitos.
  • Seja paciente, mas observe-se sempre - mudar hábitos leva tempo e esforço. Afrouxar o controle pode ser difícil ou até apavorante, mas vale a pena.
  • Peça ajuda - se você está tendo dificuldade em superar a superproteção, converse com um profissional.

 

Com tempo e prática, você pode ajudar seus filhos a se tornarem adultos independentes e confiantes, capazes de lidar com situações desafiadoras sem depender de você ou de qualquer outra pessoa. Para contribuir, leia também o artigo que fala sobre hábitos para conectar pais e filhos.

 

Fontes: Instituto Brasileira de Direito da Família - IBDFAMPUC-MinasJornal da USPUSP


Agência SA 365 | Edição e Revisão: Unimed do Brasil

Revisão técnica: equipe médica da Unimed do Brasil


Média (0 Votos)
Avaliar:

COMPARTILHAR:


 

Uma publicação compartilhada por Unimed (@unimedbr) em