Novembro azul: os mitos dos exames de próstata
6 Novembro 2023
Você provavelmente já ouviu alguma piada sobre o exame de toque da próstata indicado para homens. Ainda há muitos mitos e tabus envolvendo o cuidado dessa região, apesar de ele ser vital para a prevenção de doenças como o câncer.
Há quem diga que o toque causa dor, que esse exame e o PSA são a mesma coisa ou até que o câncer de próstata diminui a virilidade. Isso não é verdade.
Para desmistificar questões como essas, continue a leitura.
- O que é o PSA?
- O PSA substitui o exame de toque?
- O exame de toque causa dor?
- Todo mundo precisa fazer o exame de toque?
- Impactos na virilidade
- O cuidado é constante
O que é o PSA?
PSA é a sigla em inglês para antígeno prostático específico, uma proteína produzida pela próstata. O exame de sangue que identifica a quantidade dessa proteína no organismo leva o mesmo nome: PSA.
Ele é um exame de sangue comum (ou seja, só pode causar desconforto a quem tem medo de agulha).
Caso o nível de PSA esteja maior do que o normal, é necessário realizar outros exames.
Vale antecipar: a alteração no nível de PSA não é suficiente para o diagnóstico de câncer de próstata. Para isso, é preciso também o exame de toque e a biópsia.
O PSA substitui o exame de toque?
Segundo o Ministério da Saúde, o índice de PSA pode estar normal em até 15% dos homens com câncer de próstata. Ou seja, apesar de sua importância, esse exame não substitui o de toque.
Eles são ferramentas que ajudam a identificar a doença, cada um com uma atuação própria. Enquanto o PSA detecta a produção da proteína, o toque ajuda a identificar alterações no tamanho, na superfície e em outras características físicas da próstata.
Caso haja alguma suspeita, o urologista consegue pedir com mais embasamento uma biópsia, a partir das informações cruzadas de ambos os exames. Esse mapeamento também ajuda a melhor elaborar um possível tratamento.
O exame de toque causa dor?
Este é um dos grandes mitos. Na verdade, o exame é indolor e rápido. O toque retal dura em média apenas 15 segundos.
Quando se deve fazer os exames de toque e PSA?
Não existe consenso na comunidade médica sobre quando é apropriado começar os exames de rastreamento, mas é crucial abordar essa decisão em consulta com o médico.
Em linhas gerais, a conversa sobre esse assunto tende a começar por volta dos 40 a 50 anos, especialmente para aqueles com histórico familiar de câncer de próstata.
O Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde não indicam os exames para simples rastreio. Porém, em casos de homens que fazem parte dos grupos de maior risco ou com sintomas, o exame é fundamental para o diagnóstico.
Quais são os fatores de risco para o câncer de próstata?
Os fatores de risco que precisam ser avaliados na consulta médica são:
Idade: o risco aumenta com o avançar da idade, especialmente a partir dos 55 anos.
Histórico de câncer na família: homens com pai, avô ou irmão que tiveram câncer de próstata antes dos 60 anos fazem parte do grupo de maior risco, Nesse caso, o exame de rastreio é indicado
Sobrepeso e obesidade: o risco de câncer de próstata é mais elevado em homens com peso corporal mais elevado.
Quais são os sintomas para ficar de olho?
O câncer de próstata pode ser silencioso, principalmente no início. Mas é importante ter atenção aos seguintes sinais:
- Dificuldade ou ardor ao urinar
- Demora em começar e terminar de urinar
- Sangue na urina
- Jato de urina fraco
- Aumento da frequência de ida ao banheiro
- Dor na região do períneo
Esses mesmos sintomas podem ser indicativos de doenças benignas também. Mas, na presença deles, é fundamental realizar os exames para investigar.
Impactos na virilidade
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) assegura que nenhum dos exames tem ligação com qualquer aspecto da sexualidade.
Por falar nisso, muitos acreditam que o tratamento do câncer de próstata pode comprometer a virilidade.
No entanto, a própria SBCO explica: é normal haver uma pequena redução da excitação sexual após o tratamento, mas o ritmo do corpo volta ao normal dentro de alguns meses a um ano.
Além disso, aproximadamente metade dos homens com bom desempenho sexual antes do tratamento se mantém assim até a conclusão.
O cuidado é constante
29% dos diagnósticos de câncer em homens no país são de próstata, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Segundo o Ministério da Saúde, muitos casos poderiam ser evitados se a população masculina se cuidasse mais.
Manter uma rotina de exames e consultas é fundamental para mapear o corpo e alcançar o diagnóstico. Quando feito de maneira precoce, a chance de cura é de até 90%.
Buscar orientações médicas de confiança e conversar com sua família sobre seus receios e dúvidas pode te ajudar a desmistificar o assunto. Informação e afeto são formas poderosas de cuidado.
Fontes: Ministério da Saúde 1, 2 | Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica | Hospital Albert Einstein
Revisão técnica: equipe médica da Unimed do Brasil