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rar o solo nas encostas, impedindo os deslizamentos,
por outro, quando suprimimos a cobertura vegetal,
criamos condições para os grandes deslizamentos.
RU: Depois de novembro de 2008, muito se fa-
lou, medidas paliativas e possíveis soluções foram
apontadas. Como está a situação hoje?
Aumond:
Muitas medidas preventivas foram toma-
das, entre elas a reorganização das defesas civis do
Estado e municípios. A mídia passou a dar mais valor
às medidas preventivas para educar as comunidades
e as administrações municipais, hoje, fazem esforços
nesse sentido. Houve uma inversão de comporta-
mento. Hoje, as administrações públicas dão maior
importância à prevenção do que antes, quando tra-
balhavam apenas na correção após os desastres. Esta
é a razão pela qual, provavelmente, mesmo que ocor-
ram eventos climáticos extremos, com chuvas tão in-
tensas como aquela de novembro de 2008, o número
de perdas humanas e materiais serão muito menores.
RU: O governo do Estado lançou, recentemente,
um plano de prevenção a acidentes naturais, que
inclui uma série de obras e ações. Como o senhor
avalia esse plano?
Aumond:
Ainda que chegasse tarde, é oportuno. No
entanto, é importante esclarecer que a implantação
de obras estruturais, como a construção de barragens
e outras estruturas de concreto, é a parte mais fácil
de ser realizada. Mais importante do que a implan-
tação, é a manutenção e a operação posterior. Não
adianta gastarmos caminhões de dinheiro se não
realizarmos a manutenção dessas obras estruturais,
como aconteceu há algumas décadas. Quando mais
precisávamos dessas obras, elas não funcionaram por
falta de manutenção. O mesmo pode se dizer sobre
o sistema de alerta e alarme que vai ser implantado
com o radar meteorológico, que prevê onde, quando
e com que intensidade cairão as chuvas. A informa-
ção gerada pelos radares deverá ser traduzida numa
linguagem acessível às administrações municipais
e defesas civis e devem chegar até as comunidades
com antecedência, de forma a acionar, em tempo, as
medidas de prevenção e proteção.
RU: As obras dependem do governo, mas todos
temos responsabilidades. O que a iniciativa priva-
da e qualquer pessoa, no dia a dia, podem fazer
para contribuir com a segurança ambiental?
Aumond:
A segurança ambiental é direito e obri-
gação, não só do Poder Público, mas das pessoas,
individualmente. Cada um de nós tem que exercer
a obrigação. Atitudes como evitar desmatamentos,
revegetar as encostas, não ocupar as áreas ambien-
talmente frágeis, reciclar o lixo e evitar jogar lixo na
rua estão entre muitas que devemos assumir para
contribuir para a segurança de todos nós.