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Dr. Cláudio Eduardo P. Souza
Cirurgião Plástico CRM 14.706
Dra. Sandra Mara Nadal
Cirurgiã Vascular e Angiologista CRM 14 894
Tratamento de Varizes
Edemas
Úlceras Venosas e Arteriais
Esclerose de Microvasos
Rua Dr. Luis de Freitas Melro . 42
Centro . Blumenau/ SC
Membro da
Sociedade brasileira de Cirurgia Plástica
Cirurgia Plástica
Cirurgia Vascular
&
Cirurgia Plástica estética e reparadora
Tumores de pele
Cicatrizes e queimaduras
Cirurgia Crânio Facial
Reconstrução de mama
Dermolipectomia pós emagrecimento
Toxina Botulínica
Preenchimento facial
www.drclaudioeduardo.com.br
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aquele, não vão acontecer tantas
perdas. Blumenau está dando um
exemplo para o Vale, porque criou
uma Secretaria de Geologia. Fo-
ram identificadas as áreas de ris-
co e estão implementando ações
preventivas para elas.
RU: Em Blumenau, temos o caso
do Morro da Coripós, que vem
sofrendo modificações desde
antes da catástrofe de 2008. O
que ocorre naquela formação?
Temos outros locais com o mes-
mo problema?
Aumond:
A Coripós é apenas
uma das áreas de risco. Na reali-
dade, são dezenas
de outras áreas
em Blumenau em
função do tipo de
rocha, morfolo-
gia do terreno e
dos solos profun-
dos e espessos da
região. Soma-se
a isso o tipo de
ocupação inade-
quada realizada
por décadas, que
degradaram áreas
ambientalmente
frágeis, como fun-
dos de vales, margens de rios, to-
pos dos morros e encostas muito
íngremes. A Coripós, especifica-
mente, está numa zona de con-
tatos de dois tipos de rochas di-
ferentes e esses contatos e falhas
geológicas são áreas susceptíveis
a escorregamentos.
RU: Para leigos, há a impressão
que os morros estão se ‘des-
manchando’, que os terrenos
estão se acomodando para fi-
car o mais plano possível. Isso
é correto?
Aumond:
Os processos de escor-
regamentos são fenômenos natu-
rais de remodelamento da morfo-
logia do terreno. No entanto, ao
desmatarmos as encostas e cons-
truirmos estradas e residências,
fazendo cortes e aterros, aciona-
mos mecanismos que potencia-
lizam os movimentos de massa,
tornando as consequências mais
graves. Escorregamentos sempre
ocorreram, mesmo na ausência
humana, mas, ao ocuparmos as
áreas ambientalmente frágeis,
potencializamos os movimentos
de massa.
RU: Que cuidados devemos to-
mar na hora de construir ou
escolher o lugar para morar?
Depois de 2008 ficou a sensa-
ção de que não há mais lugares
seguros.
Aumond:
Em primeiro lugar, te-
mos que respeitar o modelado
natural do terreno e a natureza e
não tentar domi-
ná-la. Temos que
adaptar nossos
projetos de enge-
nharia e arquite-
tura ao modelado
do terreno e não
o contrário. Em
Blumenau, atual-
mente, qualquer
construção a ser
realizada
tem
que ter um pare-
cer da Secretaria
de Geologia, que
avaliará as condi-
ções geológicas e geotécnicas da
área do projeto. Nas áreas de alto
e muito alto risco, não são mais
aprovados projetos. Esta deveria
ser uma política adotada em to-
dos os municípios da região.
RU: Esses movimentos de terra,
além da chuva em excesso, têm
a ver com mudanças climáticas,
poluição e ações do homem?
Aumond:
Com certeza. As mu-
danças climáticas vieram para fi-
car. Em função das emissões de
gases do efeito estufa, as mudan-
ças climáticas são irreversíveis e os
eventos climáticos extremos serão
cada vez mais frequentes e inten-
sos. A sociedade deverá ter mui-
to mais cuidado com a ocupação
dos espaços geográficos, tanto
nas áreas urbanas quanto rurais,
para reavaliar melhor a vocação e
a limitação do uso do solo.
“Em função das
emissões de gases
do efeito estufa, as
mudanças climáticas
são irreversíveis e os
eventos climáticos
extremos serão cada
vez mais frequentes
e intensos”