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Revista Conexão - Julho / Agosto /Setembro de 2012 - Edição 06
ESTETOSCÓPIO
Turismo médico
Em busca de mais
recursos para a saúde
Em janeiro deste ano, a presidente Dilma Roussef sancionou a lei
que regulamenta a Emenda Constitucional 29, a qual prevê os repasses
mínimos pelas instâncias públicas à saúde. Porém, vetou algumas partes
do texto que estabeleciam os subsídios da Receita Federal, deixando
para os estados e municípios a responsabilidade de financiar a área.
Em oposição a esta atitude do governo, a Assembleia Legislativa
de Minas Gerais (ALMG), em parceria com a Ordem dos Advogados
do Brasil (OAB-MG), a Associação Médica de Minas Gerais (AMMG), a
Associação Mineira de Municípios (AMM) e a Associação dos Municí-
pios da Região Metropolitana de Belo Horizonte (Granbel), criou, em
abril, a campanha Assine + Saúde. O objetivo é coletar 1,5 milhão de
assinaturas para criar um projeto de lei de iniciativa pública, determi-
nando que o governo federal cumpra a Emenda 29 e aplique
10%
da sua receita na
área da Saúde. Segun-
do dados do último
balanço oficial
feito pelo
Ministério da
Saúde, o Bra-
sil gastou 3,6%
do Produto Inter-
no Bruto (PIB) com a
saúde pública.
A campanha ganhou
ainda mais força com a adesão
de representantes de 12 estados e
do Distrito Federal, após uma reunião
realizada no dia 28 de agosto, na ALMG.
Até agora, já foram recolhidas quase 300
mil assinaturas somente em Minas. Para co-
nhecer mais sobre a campanha e baixar o for-
mulário para coleta de assinaturas, acesse:
.
Um novo nicho de mercado vem ga-
nhando força e incrementando a receita dos
grandes hospitais brasileiros. O turismo mé-
dico movimenta, em todo o mundo, cerca
de 60 bilhões de dólares ao ano, e o Brasil
quer entrar, de vez, neste segmento econô-
mico. Em 2005, 48 mil estrangeiros busca-
ram tratamento médico no Brasil. Entre 2007
e 2009, segundo a Deloitte Center for
Health Solutions, foram cerca de 180 mil. Na
Tailândia, apenas em 2007, esse número
chegou a 1,2 milhão.
no país, as principais áreas procuradas são a
ortopedia, reabilitação, cirurgia plástica, der-
matologia e oftalmologia. O atendimento de
alta complexidade, como cirurgia cardíaca,
oncologia e neurologia, também é muito
procurado.
Estima-se que o setor cresça 35% nos
próximos cinco anos, alavancado pelos in-
vestidores estrangeiros, que se interessaram
pelo país após sua escolha como sede das
duas maiores competições esportivas do
mundo.
Para atender esta parcela de pacientes
(
que representam até 5% dos atendimentos),
os hospitais criaram departamentos de rela-
ções internacionais e investiram na contrata-
ção de profissionais bilíngues. Segundo
empresas especializadas em turismo médico
Saúde é o que
mais preocupa a
população brasileira
De acordo com a pesquisa
A percepção do brasileiro quanto
ao saneamento básico e a responsabilidade do poder público
,
realizada pelo Instituto Trata Brasil e o Instituto Brasileiro de Opi-
nião Pública e Estatística (Ibope), a saúde está em primeiro lugar
entre as preocupações dos eleitores que votarão, este ano, no
pleito municipal. A pesquisa entrevistou 1.008 cidadãos, em todas
as regiões do país, questionando quais as três áreas mais pro-
blemáticas da cidade habitada. O item saúde foi citado por 61%
dos entrevistados e, dentre eles, 37% definiram como a principal
preocupação. Na sequência, aparecem a segurança pública (16%),
educação (11%), drogas (9%) e emprego (4%).
Sondagens do mesmo instituto apontaram a saúde liderando
o
ranking
de preocupações em todas as regiões brasileiras. Em
2009,
este item foi mencionado por 27% dos entrevistados e,
em 2010, pesquisa semelhante, encomendada pelo Jornal Na-
cional (Rede Globo), também apontou a saúde como o setor mais
preocupante - foi a escolha de 41% dos entrevistados.