Revista Unimed BR - Edição 16 - page 24

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REVISTAUNIMEDBR . N
o
16 . Ano5 . Abril/Maio | 2015
Por que gestão e sustentabili-
dadedevemcaminhar juntas?
Com a ascensão do conceito de
responsabilidade social e o amadu-
recimento do conceito de sustenta-
bilidade, jánãoémais legítimoobter
lucro em prejuízo das pessoas e do
planeta. Écadavezmaisclaraacons-
ciênciadequeomelhor lucroprovém
doequilíbrio, damelhor formadeuti-
lizar recursose respeitarodesenvol-
vimento de pessoas e da sociedade.
Eessanãoésomenteumadiscussão
domundocorporativo,masdasocie-
dade. As pessoas estão preocupadas
em como e a que custo as empresas
produzem. Quando aumenta essa
consciência, a sociedade vai influen-
ciandonamaneiracomoasempresas
realizamsuaadministração.
Asustentabilidadeacaba
ganhandosentidos
equivocados: alguns
evidenciamaproteção
ambiental; outros, fatores
econômicos.Comoalinharesse
entendimento?
O conceito praticado hoje pelas
empresas mais sérias foi cunhado
por John Elkington, em 1990, e vi-
sa à busca do equilíbrio dos resul-
tados econômico-financeiro (go-
vernança e transparência), social
(cultural, das relações)eambiental.
Isso é chamado de "triple bottom
line" ou tripé da sustentabilidade.
Existe, sim, por parte de algumas
pessoaseempresasumavisãodis-
torcida desse conceito, que émais
complexodoquese imagina.
Combasenesse tripé, o
queabrangeumagestão
sustentável?
O primeiro passo para uma gestão
sustentável é analisar os impactos
socioambientaisqueaatividadeda
organizaçãoprovoca e, então, criar
estratégiasparaminimizá-lose, de
preferência, eliminá-los. Se possí-
vel, é necessário compensá-los de
alguma forma. A organização tem
de observar esse equilíbrio. Qual-
quer empresa nasce com objeti-
vo financeiro e a sustentabilidade
traz variáveis sociais e ambientais.
Os consumidores estão cada vez
mais interessados em saber sobre
a transparência da gestão e se a
empresa se preocupa com o meio
ambiente. Portanto gerir com sus-
tentabilidade vai passar a ser tão
básico quanto o fato de o produto
ouserviçoserdequalidade.
Comoprepararnovos líderes
nessecenário?
Esse é um desafio importante,
porque pressupõe mudar o mo-
delo predominante, baseado no
preceito demenor custo em curto
prazo, queseconfrontacomocon-
ceito da sustentabilidade. Existem
algumas iniciativas que prepa-
ram um gestor para desafios de
sustentabilidade:
- identificar os principais impac-
tos socioambientais do seu ne-
gócio e desenvolver medidas
paracompensá-los
- perceber que a sustentabilidade
vai fazermaisdiferençasedeixar
de estar ligada a ações isoladas
e entrar na estratégia central de
gestãodonegócio
- saber ouvir as demandas de
seus públicos de interesse e
incorporá-las na melhoria da
gestão do negócio. É possível
pensar em gestão sustentável
engajando esses públicos no
processo de mudança. Na me-
dida em que se prioriza a sus-
tentabilidade, é preciso pensar
comoela será incorporada
- inovar em processos, produtos
ouserviçose relações
- ter uma visão sistêmica dos
processos e compreender que o
negócionãoestáàpartedoam-
bienteedasociedade
- construir sinergia em torno da
questão da sustentabilidade,
identificar grandes temas e co-
locá-losnocentrodonegócio
A transformação só vem se a sus-
tentabilidade estiver na gestão, na
estratégia e na cultura da empresa.
Esse novo líder ainda é uma exce-
ção, mas acredito que, em alguns
anos, vamos ter essequadro.
Ecomoprepararos
colaboradoresparaum
ambienteprofissionalque
prezapelasustentabilidade?
Sustentabilidade nãopode ser ape-
nas um discurso. Se não houver
correspondência com práticas efe-
tivas, o funcionário nunca vai se
engajar e será o primeiro a perce-
ber quando a empresa pratica, ou
não, uma atitude que dissemina.
Para não ficar apenas na retórica, a
empresa tem de criar uma política
de sustentabilidade que influencie
seu planejamento estratégico e re-
defina valores e princípios. Quando
isso acontece, há concretude e o
funcionário entende o que significa
sustentabilidade e o que a empresa
espera dele para torná-lamais sus-
tentável. Não existe envolvimento
semengajamento. E issosóvirácom
coerência entre discurso e prática,
desdequehajaumapolíticaclara.
Asustentabilidadeé inerente
aomodelodenegócioda
Unimed-ocooperativismo.
Mascomoutilizá-ladamelhor
maneirapossívelnoâmbitoda
saúdeprivadabrasileira?
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