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Você especialista
Cirurgia em otorrinolaringologia:
dos porões de hospital às salas
com tecnologia de ponta
O médico Giulliano Enrico Ruschi e Luchi é mestre e doutor em Otorrinolaringologia, pela Faculdade da Santa Casa de São Paulo;
professor da disciplina de Otorrinolaringologia do curso de graduação em Medicina da Universidade Federal do Espírito Santo
(Ufes) e da Emescam; e também é presidente da Associação de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial do Espírito Santo.
No início do século XX, a Otorrinolaringologia era praticada
em conjunto com a Oftalmologia, separando-se após 1915.
Neste período, poucas foram as especialidades médicas que
sofreram tantas mudanças, como a Otorrinolaringologia.
Nos primórdios, as cirurgias otorrinolaringológicas eram ex-
tremamente limitadas, devido à deficiente exposição e ilu-
minação das cavidades envolvidas. Nessa época, em muitos
hospitais, as salas cirúrgicas da Otorrinolaringologia ficavam
fora do centro cirúrgico, algumas vezes, localizadas no sub-
solo dos prédios. As cirurgias eram traumáticas, geralmente
dolorosas, com hemorragias significativas e resultados, mui-
tas vezes, limitados.
Os progressos nas técnicas de iluminação, microscópios,
endoscópios e sistemas de vídeo em alta definição, permi-
tiram grande avanço nas cirurgias otorrinolaringológicas,
com acesso às orelhas média e interna e às cavidades na-
sais e paranasais com crescente precisão e menor morbi-
dade pós-operatória.
Atualmente, a otorrinolaringologia ocupa as salas mais
equipadas dos centros cirúrgicos, reunindo a possibilidade
de utilização de modernos sistemas de vídeo-cirurgia em
alta definição, raios laser, ressonância magnética perope-
ratória e cirurgia robótica. O alto nível de precisão nesses
procedimentos trouxe uma característica que a faz figurar
entre as mais modernas e tecnológicas especialidades da
medicina do século XXI.
Apesar de todos os avanços alcançados, as fronteiras da
Otorrinolaringologia parecem estar muito além das cavi-
dades que originaram essa especialidade médica. Estamos
vivendo a era de superar os limites. Já é rotineiro o acesso
trans-nasal nas abordagens cirúrgicas na base do crânio. A
alta tecnologia dos micro-chips permitiu à área avançar os
limites também na Otologia. O implante coclear nos permi-
te reabilitar a audição de indivíduos, que há poucas décadas
eram considerados intratáveis e condenados a uma vida in-
teira no silêncio absoluto, com todas as limitações impostas
pela falta da aquisição de uma linguagem falada.
