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Fevereiro/Março | 2015 • N

o

15 • Ano 5 • REVISTA UNIMED BR

Força-tarefa contra a

Máfia das Próteses

Em 21 de janeiro de 2015, o presidente da Unimed do Brasil, Eudes de Freitas Aquino, assinou um artigo,

publicado pelo jornal

O Estado de S.Paulo

, intitulado

Força-tarefa contra a máfia das próteses.

Nele, o diri-

gente ressalta os perigos da fraude para o setor de saúde e para o paciente e conclama a união de toda a

sociedade para combater as práticas que atentam contra a ética. Veja o texto na íntegra:

“A batalha do setor de saúde

contra as fraudes no uso e na

compra de próteses, próteses e

materiais especiais ganhou, fi-

nalmente, amplitude nacional.

Depois de muitas denúncias, de

reivindicações por medidas de

padronização de preços e des-

crições técnicas, e até mesmo de

serem publicadas matérias na

imprensa alertando para o pro-

blema, a reportagem veiculada

pelo

Fantástico

, da TV Globo, em

4/1 trouxe à tona os primeiros

esforços de peso para conter es-

sa máfia. Como anunciado pelo

governo federal dias após a vei-

culação do programa, os próxi-

mos meses deverão contar com

a articulação dos Ministérios da

Justiça, da Saúde e da Fazenda

para desmembrar a máfia das

próteses e órteses, que só em

2013 movimentou R$ 12 bilhões.

Nos últimos anos, várias tentati-

vasdeconter taisaçõesantiéticas

foram iniciadas. Requerimento

foi enviado à Mesa Diretora da

Câmara dos Deputados pedindo

a criação de comissão parlamen-

tar de inquérito (CPI) para inves-

tigar os processos da fixação de

preços e distribuição de órteses

e próteses. Paralelamente ao

pedido de abertura da CPI, a rea-

lização de uma audiência públi-

ca resultou na Proposta de Fis-

calização e Controle 174/2014,

de hospitais e de profissionais

do segmento - torna-se tão ou

mais importante que as ações

do governo. É necessário que

toda a cadeia do setor deixe de

trabalhar com empresas cujo

comportamento contamina a

ética médica, as normas legais

de negócios e, principalmente,

a saúde de pacientes em todo o

Brasil. A certeza da impunidade

precisa ser abandonada defini-

tivamente e a criminalização

dessa iniciativa, posta em prá-

tica. Responsáveis têm de ser

punidos. E do ponto de vista co-

mercial, é urgente que os preços

desses materiais sejam postos

à disposição, tal como já é feito

com medicamentos pelo Minis-

tério da Saúde.

Infelizmente, a conduta antiéti-

ca identificada na falsificação de

documentos, orçamentos e licita-

ções e o pagamento de comissões

a médicos por empresas forne-

cedoras se enraizaram nas ope-

rações do setor por mais de uma

década. Empresas fabricantes de

órteses e próteses dificultam a

aquisição dos equipamentos por

departamentos de compras de

instituições de saúde para que

possam oferecê-las diretamente

aos médicos. Estes, se declinam

de comissões, passam a sofrer

outros assédios, como convites

para participar de treinamentos

para apurar as reclamações da

saúde pública e dos planos de

saúde. O documento tramita na

Comissão de Defesa do Direito

do Consumidor.

O comprometimento do gover-

no nessa frente é importantís-

simo, não há dúvida. Mas por

não ser uma tarefa fácil, o en-

gajamento do setor - por meio

de ações dos órgãos regulató-

rios, de entidades do setor, de

operadoras de planos de saúde,

Eudes de Freitas Aquino,

Presidente da Unimed do Brasil