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Fevereiro/Março | 2015 • N

o

15 • Ano 5 • REVISTA UNIMED BR

Empresária foi uma das

palestrantes da 44ª Convenção

Nacional Unimed, em outubro do

ano passado

continuar assim. Qualquer fee-

dback é lido seriamente, não le-

vo para o lado pessoal e incenti-

vo os clientes a falarem o que eu

não quero ouvir. O maior perigo

do sucesso é achar que ele é para

sempre. O que faz você não pen-

sar nisso é se abrir para escutar

o que acontece de errado na em-

presa. Em uma empresa que tem

mais de 700 lojas, emmais de 16

estados e com cerca de 24 mil

funcionários, só pode ser assim.

Algum desafio superado

foi mais marcante em sua

carreira? E os atuais?

Com o passar do tempo, você

acumula experiência o sufi-

ciente para lidar com o estres-

se e com os desafios. Ter uma

empresa que nasceu no interior,

dirigida por uma mulher, sen-

do que todos os meus colegas

eram homens, e ter de vencer,

foram desafios. Por outro lado,

as características das pessoas do

interior ajudammuito nestemo-

mento de interação, de colabo-

ração. Até hoje, vivemos todos

os desafios possíveis. Existem

as burocracias, o sistema tribu-

tário, as auditorias, o capital de

giro, o relacionamento com as

pessoas... Emesmo o crescimen-

to preocupa, pois, muitas vezes,

a alma da empresa se perde.

A senhora mencionou a alma

da empresa. Qual é o atributo

fundamental do Magazine

Luiza?

A alma da empresa está no cra-

chá e ao nosso redor: coloca-

mos as pessoas em primeiro lu-

gar. Com clientes, funcionários,

fornecedores, ou seja, todos os

públicos, seguimos o conceito de

“faça aos outros o que gostaria

que fizessem com você”. Está nas

nossas atitudes e, mesmo quando

erramos e pedimos desculpas, é o

nosso pilar mais importante.

Quais são as suas expectativas

para os próximos anos?

Antigamente, o Magazine Lui-

za tinha um faturamento que,

hoje, é cem mil vezes maior.

Vencemos crises, inúmeras

moedas, pacotes econômicos.

Você realiza algo diferente e

pensa fora da caixa conforme a

dificuldade. Nunca falo que as

coisas vão ser muito ruins, pre-

firo pensar no que eu tenho de

fazer para melhorar o que vai

ser ruim. Eu inverto a equação.

Como mulher e empresária,

considera que este já é um

espaço conquistado por elas?

Conquistamos muita coisa,

mas a mulher ainda ganha me-

nos do que o homem e é mais

cobrada pela sociedade. É um

progresso diário e nossa união

mostrou que a soma de forças

é uma coisa boa, algo que e a

própria inteligência masculina

também percebeu.

Empresária de sucesso, mãe

e esposa. Como equilibrar

tantos papéis?

Primeiramente, superando a

culpa. O maior marco da mi-

nha vida foi ser mãe, então mi-

nha maior responsabilidade é

com meus filhos. Não há uma

receita. É preciso ter bom senso

e muito amor.

Como é um dia típico na vida

da senhora?

Supernormal (risos)! Não há roti-

na porque eu vivo em vários

lugares ao mesmo tempo. Levan-

to, faço ginástica, leio e procuro

ter uma vida normal.

Por fim, quais são os seus

conselhos para os futuros

empreendedores?

Não gosto muito de falar em

conselhos, mas, primeiro, é pre-

ciso ter muita paixão pelo que

se faz. Só assim o empreende-

dor aperfeiçoa constantemente

o que faz. Segundo, entender

que você não ganha em todos os

âmbitos e vai perder muita coi-

sa. Terceiro, saber lidar com as

dificuldades e sempre mudar de

ciclo, fazer diferente e com foco

no consumidor, independente-

mente do setor.