Revista Unimed - Edição 14 - page 49

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Dezembro | 2014 . N
o
14 . Ano4 . REVISTAUNIMEDBR
NoBrasil,oprimeirocasodeAids
foi diagnosticado em 1982, em
SãoPaulo. Jánoano seguinte, foi
identificadooprimeiropaciente
heterossexual, derrubando o es-
tigmadeque adoença acometia
exclusivamente homossexuais.
Como, no mesmo ano, também
foram contaminados profissio-
nais de saúde e mulheres, per-
cebeu-se que ninguém estava
imune e foram descobertas as
formas de contaminação: por
contato sexual e exposição a
sangueederivados, alémdever-
ticalmente, ou seja, demãe para
filhonagestação.
Os sintomas iniciaismais comuns
são febre constante, manchas na
pele, calafrios, ínguas, dores de
cabeça, degargantaemusculares.
Com o avanço da infecção, sur-
gemdoenças como, por exemplo,
tuberculose, pneumoniaemenin-
gite, decorrentesdas falhasnosis-
tema imunológico.
De acordo com Mário Sérgio
Moreno, médico infectologista e
diretortécnicodoHospitalDr.Mi-
guel Soeiro, daUnimed Sorocaba,
frente a umdiagnósticoque con-
firme aAids, omelhor é priorizar
a saúde. "Pessoalmente, sempre
digoaospacientesque lamentaro
ocorridonão ajudará emnada. Se
cooperarmos, poderemos traçar
umcaminhomenos ásperoemu-
daro futuro.Omédico temdedar
segurança aopaciente, orientá-lo,
apoiá-lo e subsidiá-lo com infor-
mações que permitam uma boa
adesão ao tratamento. Por outro
lado, cobrar as responsabilidades,
lembrá-lode seusdeveresquanto
aousocorretodosmedicamentos,
aocomparecimentoàsconsultase
à coleta dos exames", recomenda
oespecialista.
"O momento em que o paciente
recebe o diagnóstico pode repre-
sentaromaiscríticodesuavida.É
naturalqueeleapresenteumaati-
tudedenegação,denãoaceitação,
um esforço para proteger-se da
realidade", explicaapsicólogaFa-
bíolaBergmanZaffari, credencia-
dadaUnimedErechim. Paraela, é
necessárioqueopacienteprocure
um atendimento que integre as-
pectosmédicosepsicológicos.
Há aproximadamente 20 anos,
uma série de medicamentos é
combinada para o tratamento da
Aids. Com sua eficácia, a doença
passou a ser uma enfermidade
crônica que nem sempre é fatal,
mas é importante ressaltar que
continua incurável.
"Não acredito em cura a curto ou
médioprazos.Porisso,aprevenção
é a medida fundamental. Apesar
dos avanços significativos no
tratamento, que traz redução
da mortalidade e melhora da
qualidadedevidadosportadores,
aAidsaindaéumadoença incurá-
vel", avaliaMoreno. "Comaqueda
nonúmerodemortesrelacionadas
àAids-fatodecorrentedamelhor
assistência médica, acesso a me-
dicações e diagnóstico precoce -,
os jovensencaramadoençacomo
tratável.Nãoéexatamenteassim."
Atualmente, 35 milhões de pa-
cientes vivem comHIV em todo
omundo.Noanopassado,maisde
dois milhões foram expostos ao
vírus. No Brasil, apesar da queda
no número de mortes, de acordo
com estudo apresentado na Con-
ferência Internacional sobreAids,
em julho, houve crescimento na
quantidade de novos infectados:
11% entre 2005 e 2013. Segundo
aOrganizaçãoMundial de Saúde
(OMS), quase 40milhões de pes-
soas morreram desde o início da
epidemia. No ano passado, foram
maisde1,5milhãodemortes.
A psicóloga Fabíola avalia que,
sim, é possível conviver com a
doença. "Logicamente, vem com
umamarca na vida da pessoa e
vaiexigirumasériedemudanças.
Haverámomentospermeadosde
ansiedade,medo, isolamento,de-
pressão, descrédito. É importante
o apoiode familiares, domédico
e do psicólogo, que poderão tra-
balharnumaabordagemdirecio-
nadanãoapenasàdoença,masà
vida. A família exerce um papel
não de julgamento ou crítica,
massimenvolveafetoecuidados
paraqueopacientesinta-seaco-
lhidoeconfiante."
Previna-se
Mesmopacientesquenãoapre-
sentamsintomaspodemconta-
minaroutraspessoas. Portanto:
.
Sempreusepreservativoem
relaçõessexuais
.
Utilizeseringaseagulhas
descartáveis
.
Gestantesdevem fazero
testeanti-HIVparaque,
caso infectadas, recebamo
tratamentoadequadopara
evitar contágioaobebê
.
MãesportadorasdoHIVnão
devemamamentar
.
Realizeexamesperiódicos
Contatosem
preconceito
A informaçãoéaprincipal arma
paracombater opreconceito. O
vírusHIVnãoé transmitidope-
locontatocomsaliva, suore lá-
grimas. Tambémnãoépossível
a contaminaçãopormeiode:
. Beijono rosto, nabocaou
carícias
. Apertodemãoeabraço
. Usocompartilhadode roupas,
toalhas, copos, talheres,
sabonetes, banheiro, piscina,
assentos, etc.
. Picadasde insetos
. Peloar
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