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Suspensão de vendas para Pessoa Física

Nos últimos anos, a saúde suplementar no Espírito Santo refletiu o que ocorre no

restante do País, com a crise e a falência de muitas operadoras que tiveram que cessar a

comercialização de seus produtos. A consequência dessa movimentação é a ameaça de

portabilidade de clientes, permitida pelas normas da ANS.

Para preservar o seu negócio, a Unimed Vitória, então, solicitou à ANS a paralisação

momentânea das vendas de planos de saúde para Pessoa Física. Após devidamente

autorizadas pela Agência, as vendas foram suspensas em 2014. Essa foi uma decisão

comercial e estratégica para prevenir o desequilíbrio que as portabilidades poderiam

causar aos negócios da cooperativa, já que o recebimento de clientes sem carência,

que não fazem parte da mutualidade já existente no plano, e geralmente com uma alta

utilização dos serviços de saúde, deixaria as operações da organização em risco.

A suspensão das vendas para Pessoa Física teve um impacto significativo para a Unimed

Vitória, mas foi uma medida necessária para o momento. Atualmente, a cooperativa possui

80 mil vidas nessa modalidade de plano, consideradas substanciais para a organização e

que representam um percentual relevante quando comparado ao total. Ao mesmo tempo,

esse grupo representa o giro da carteira de clientes pois, devido à carência existente

quando há a adesão ao plano, a mensalidade paga nesse período torna-se uma reserva

para a cooperativa.

Além da iminência de portabilidades, outro fator que contribuiu para a suspensão das

vendas para Pessoa Física foi o reajuste anual aplicado a esses planos pela ANS, que

fica abaixo da inflação de saúde e está tornando essa venda deficitária e inviável. No

entender da Unimed Vitória, esses reajustes deveriam ser regionalizados, já que o

custo assistencial varia de região para região.

A inflação da saúde é a maior do Brasil, chegando próximo a 15% no acumulado de 2014. Já

o reajuste nos planos de Pessoa Física gira em torno de 7% ao ano, fazendo com que muitas

operadoras busquem o cancelamento desse tipo de produto ou migrem para os contratos

de Adesão, feitos diretamente pela operadora com entidades de caráter profissional,

classista ou setorial para atender às pessoas que a elas estejam vinculadas. A ANS, por sua

vez, já sinaliza uma regulação a essa modalidade de plano como já é feito no de Pessoa

Física, o que pode gerar uma nova massa com dificuldade de obter plano de saúde.

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Relatório de Sustentabilidade -

2014