Revista Unimed - N° 18 - page 29

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Ago/Set | 2015 . N
o
18 . Ano5 . REVISTAUNIMEDBR
S
e presenciar o nascimento
deumfilhonasaladoparto
jáéumaexperiênciaemo-
cionante na vida de um homem,
imagine trazer a criança aomun-
do com suas própriasmãos? Esse
éumprivilégiodealgunsmédicos
obstetras, que puderam vivenciar
a emoção de realizar o parto de
seusprópriosfilhosenetos.
Com45 anos de profissão, Hugo
Miyahira perdeu as contas de
quantos partos realizou na vida
- não tem dúvidas de que uma
pequena cidade já nasceu com
sua ajuda -, mas se lembra exa-
tamente de três em especial: os
deAleksandr,RafaeleMarianne.
Ele tinha27anos, era recém-for-
mado e trabalhava em Rondô-
nia quando iniciou uma espécie
de 'tradição familiar'. "Na épo-
ca, não havia muitos obstetras
na cidade. Eu assisti a um deles
operando e achava que eu faria
aquilo de forma mais técnica",
lembra o médico, cooperado da
Unimed Rio. E foi o que ele fez.
"Quando minha mulher entrou
em trabalho de parto, aguardei
oito horas (para realizar o parto
normal). Como não havia possi-
bilidade, euoperei", conta.Assim
nasceu o primogênito, Aleksan-
dr. "O consultório era na minha
casa. Para fazer o pré-natal, mi-
nhamulher saía de uma porta e
entravanaoutra."
O tempo passou e Aleksandr e
Rafael decidiram seguir os pas-
sos do pai, escolhendo a medi-
cina. E, assim como ele, também
passaram pela experiência de
serem os primeiros a tocar seus
bebês. A expectativa de trazer
seu filho aomundo serviu como
um incentivo amais para Alek-
sandr se aprofundar na profis-
são. "Como omaior apaixonado
pela minha paciente, não podia
JúlioManfredini (àesquerda), daUnimedCriciúma, realizouopartodosfilhose
acompanhouonascimentodaneta
OobstetraDaltonKameoMatsuo,
daUnimedPaulistana, comamulher,
Elaine, eosfilhosVitoreLucas
deixar nas mãos de outro. No
momento da gravidez da mi-
nhamulher, me aprofundei para
oferecer ao meu filho o melhor
médico que ele poderia ter", diz
Aleksandr. Ele pretende realizar
o nascimento de seu segundo
filho, em setembro.
A decisão de seguir a carreira
dogenitor, hoje, émotivodeor-
gulho, mas não foi uma decisão
fácil para ele. "Juro que tentei
não fazer medicina, tentei não
me especializar em ginecologia,
mas quantomais eu tento, mais
sou igual ao meu pai. É difícil
estar ao ladodeumapessoaque
gostadoque faz enão se conta-
giar com tanta paixão", explica
o médico. "Enquanto eu ainda
não fazia medicina e não tinha
a capacidade de entender o que
era ser médico, não percebia a
importância da sua ausência na
minha vida. Ele salvava tantas
outras vidas, mas passava pou-
co tempo com a família. Depois
nossa relação mudou e tudo se
estreitou.Meupai foinossopro-
fessorna faculdadeenavida."
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