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Ago/Set | 2016 • N

o

24 • Ano 6 • REVISTA UNIMED BR

Manifestodo Cooperativismo

Médico em Defesa da Qualidade na

Assistência à Saúde*

Diante dos inúmeros desafios que afetam a assistência oferecida pelas insti-

tuições atuantes no segmento da saúde suplementar à população brasileira, os

participantes do VII Fórum de Cooperativismo Médico – organizado pelo Con-

selho Federal deMedicina (CFM) – vêm a público manifestar suas preocupações

com as políticas regulatórias voltadas ao setor, reafirmando o compromisso

com a sociedade, os pacientes e o exercício da medicina com ética e qualidade.

Para tanto, com base nos debates realizados por especialistas e representan-

tes de cerca de 400 cooperativas médicas de todo o País – que reúnem apro-

ximadamente 115 mil médicos e outros profissionais da saúde e respondem

pelo atendimento de mais de 20 milhões de brasileiros –, os participantes do

VII Fórum de Cooperativismo Médico defendem:

1.

A instituição urgente de marcos regulatórios – pelo Governo e Congres-

so Nacional, com a participação ativa das entidades de representação das

cooperativas médicas, das operadoras de planos de saúde e dos médicos

– a fim de impedir abusos na prescrição e na comercialização dos disposi-

tivos médicos implantáveis (DMI), como órteses e próteses.

2. O conceito de que a autonomia dos médicos não pode ser confundida

com soberania, e seu valor deve ser legitimado por meio de uma atitu-

de correta, racional e cientificamente embasada. Existe a necessidade de

maior equilíbrio dos custos assistenciais, gerando sustentabilidade ao se-

tor, porém sem que ocorra o cerceamento para o acesso aos meios neces-

sários a fim de melhorar os padrões de saúde da população.

3. A valorização dos honorários médicos, os quais devem ser dignos e adequa-

dos diante da responsabilidade e da dedicação exigidas dos profissionais.

4. Que cabe à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) fazer a adequa-

da regulação entre profissionais, prestadores hospitalares e operadoras

de planos de saúde, especialmente com relação aos possíveis conflitos de

interesse, entre esses atores, que afetam a sustentabilidade do setor e o

atendimento dos beneficiários.

5. A adoção e o fortalecimento de códigos de conduta pelas empresas na sua

relação com médicos e outros profissionais da saúde, na melhor tradição

do compliance, valorizando a ética, a transparência e a legalidade com o

objetivo de evitar distorções que comprometam todos os elos da cadeia

assistencial e penalizem, de forma acentuada, o paciente.

6. A sensibilização do Poder Judiciário na busca por critérios cientificamente

aceitos, para subsidiar os magistrados nas tomadas de decisão em pedi-

dos relacionados à cobertura assistencial em saúde, por meio da opera-

cionalização do Núcleo de Apoio Técnico (NAT).

As propostas definidas no VII Fórum de Cooperativismo Médico trarão equi-

líbrio às relações dentro do segmento e contribuirão de forma positiva para

superar desafios que surgem no horizonte da assistência em saúde suple-

mentar no País.

Dessa forma, juntos, médicos e suas entidades representativas, cooperativas

médicas, gestores, Ministério Público, Poderes Executivo, Legislativo e Ju-

diciário devem comprometer-se mutuamente com a busca da qualidade da

assistência à saúde.

Brasília, 30 de junho de 2016

* O documento foi lido e aprovado durante o VII Fórum de Cooperativismo Médico do Conselho

Federal de Medicina e deverá, ainda, ser submetido em sessão plenária do CFM.

e concorridas desde que a Unimed

do Brasil passou a integrar a ins-

tância, há seis anos, e, consequen-

temente, a auxiliar na organização,

priorizando importantes questões

e garantindo a presença de gran-

des lideranças do Sistema.

“Contamos com a presença de

praticamente todos os Estados

da Federação. E o trabalho conti-

nua. O manifesto exibido ao final

do evento traz diretrizes de ações

a partir das propostas apresenta-

das pelas diversas mesas de de-

bate. Agora vamos, no âmbito da

Comissão de Cooperativismo do

CFM, construir um plano de tra-

balho para cada uma dessas prio-

ridades levantadas.”

Ximenes formalizou uma pro-

posta para que o CFM estimule

os Conselhos Regionais de Me-

dicina a criarem Comissões de

Cooperativismo e que também

promovam Fóruns Regionais de

Cooperativismo.

Alexandre Bley, presidente da Uni-

med Curitiba e integrante da Co-

missão de Cooperativismo Médico,

disse que “o Fórum de Cooperati-

vismo Médico alcançou singular

importância no contexto atual. Po-

demos observar que a necessidade

de maior aproximação do Sistema

Unimed com as outras entidades

médicas é fundamental para que

temas, como judicialização da saú-

de, autonomia profissional e racio-

nalização dos custos assistenciais

possam sair do mero diagnóstico

para as ações práticas”.

A importância do sistema coope-

rativista – em especial a Unimed

– dentro da medicina foi ressaltada

por Carlos Vital. “O cooperativismo

permite ao médico manter sua iden-

tidade e autonomia. Temos a obri-

gação de zelar para que o coopera-

tivismo seja cada vez mais sólido e

próspero, mantendo a dignidade de

nossa categoria. Essa é a crença que

tenho em relação ao Sistema Uni-

med, estendendo a outros segmen-

tos do cooperativismo de saúde.”