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Out/Nov | 2016 • N

o

25 • Ano 6 • REVISTA UNIMED BR

méstico. A decisão de congelar

óvulos precisa vir junto com

informações sobre os riscos, as

dores “no bolso”, no emocional

e no físico. Há uma fantasia de

que se descongela “bebê” como

se descongela lasanha. No livro,

conto a minha experiência de

fazer fertilização in vitro, pen-

sando que, talvez, nem todos

saibam o quão complexo e de-

licado é o tratamento (e sem

garantias de sucesso). Amulher

pode decidir fazer o que quiser,

inclusive congelar óvulos. No

livro, refletimos sobre a novi-

dade que algumas empresas

oferecerem, como benefício e

dinheiro para que funcionárias

sadias façam o congelamento

de óvulos. Defendemos que es-

sas empresas devem dar, além

de dinheiro, muita informação

sobre o que significa esse avan-

ço da medicina – que é maravi-

lhoso –, especialmente a quem

vai passar por quimioterapia.

Somos jornalistas, lembra?

Aproveitamos o livro para pas-

sar um pouco de informação

sobre esse assunto.

Mas existe certo ou errado?

Como tomar amelhor decisão

para si e para o outro?

A resposta mais fácil seria “não

existe certo ou errado”. Mas

existe. É errado a mulher reali-

zar asmesmas tarefas que o ho-

mem, quando os dois tiverem

o mesmo cargo e ela ganhar

menos. É errado a mãe chamar

a filha para ajudar na louça e o

filho ficar jogado no sofá vendo

futebol e pedindo para ela fazer

pipoca. Mas não existe certo

ou errado caso a mulher de-

cida não ter filhos – embora a

sociedade ainda não aceite isso

com naturalidade, as coisas es-

tão mudando –, ou seja, melhor

pensarmos que cada um tenha

o direito de levar a vida como

quiser ou acredita ser feliz – em

relação aos aspectos pessoais

e profissionais. Mas, por favor,

vamos ter bom senso, infor-

mação (para que ninguém saia

machucado depois, dizendo “eu

não sabia”), respeito e justiça.

Nas minhas palestras, eu per-

cebo os homens, que têm filhas,

mais preocupados com a dis-

criminação em promover mu-

OS 16 DILEMAS MODERNOS

• Ganho mais do que ele, tenho mais sucesso na carreira

• Falo muito em igualdade, mas não quero um marido que fique em casa

• Meu marido não quer me ajudar nas tarefas domésticas

• Amo a minha família e sinto culpa por amar também o meu trabalho

• Nosso casamento tinha tudo para dar certo. Só na teoria

• Dono de casa vai virar uma profissão, e posso ser a provedora

• Eu não sei se fiz as melhores escolhas na minha vida

• A nossa criação não serve mais para educar nossos filhos

• Quer saber: estou cansada de ser Mulher Maravilha

• Quero mudar, mas tenho medo do que os outros vão pensar

• Discutir a relação está ficando fora de moda

• Adiei demais ser mãe para não prejudicar minha carreira

• Sou bonita, bem-sucedida, só não consigo um namorado

• Uma amiga me alertou que estou me esquecendo de ser mulher

• O homem ainda espera uma mulher do lado dele. Só que ela foi trabalhar

• Conquistei tanta coisa na vida, menos a felicidade

lheres. Eles não queremque sua

filha, que está estudando nos

melhores colégios e faculdades,

seja discriminada só por causa

do gênero. É uma prova de que

a conversa muda assim que a

água bate no nosso corpo. É por

isso que nosso livro ousa não fi-

car apenas na teoria e vir para

a prática. Queremos mudanças

mais rápidas para as mulheres

ou, conforme uma pesquisa,

serão necessários, pelo menos,

80 anos para chegarmos a um

nível decente de equidade de

gêneros. Já pensou?