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REVISTAUNIMEDBR . N
o
14 . Ano4 . Dezembro | 2014
NilsonLuizMay, gastroenterologista
cooperadodaUnimedValesdo
Taquari eRioPardoepresidenteda
FederaçãoUnimed/RS
FábioAugusto,médico
angiologistaecirurgião
vascularcooperadodaUnimed
CampoGrande
CleomenesBarrosSimões,
ginecologistacooperado
daUnimedGuarulhos
Leitor de obras clássicas da li-
teratura na infância, May co-
meçou seus estudos literários
quando já eramédico formado.
Em paralelo à prática damedi-
cina, ele já tinhaoquechamade
"pendor pelas letras". Membro
titular da Sociedade Brasileira
de Médicos Escritores, da As-
sociação Gaúcha de Escritores
e da Academia Rio-Grandense
deLetras, omédico explicaque
encontrou na expressão "duplo
ofício" a resposta para a per-
gunta "Comodivide amedicina
coma literatura?".
"O escritor, assim como omédi-
co, deve ser
Ilmiglior fabbro
no
sentido em que T. S. Eliot usava
para falar de Ezra Pound: 'ome-
lhor artífice, aquelequebemco-
nhecea técnica.Omédico, assim
como o escritor, vive atento ao
espetáculodavida, faz-seamais
preciosa testemunha deste es-
petáculo'. Na opinião de Nelson
WerneckSodré 'ele é aqueleque
assisteeoquedepõe. Sãocondi-
ções inerentes aos seus dois ofí-
cios: oofíciodemédicoeoofício
deescritor'.Daí, talvez, asintonia
que proporciona a aproximação.
Quando era estudante de me-
dicina, Simões ministrava aulas
de química em cursos pré-ves-
tibular e sentiuanecessidadede
fornecer aos alunosmais doque
simples resumos da disciplina.
"Brotou emmim a ideia de es-
crever um livro sobre a matéria
queeu lecionava, coma finalida-
de principal de complementar o
aprendizado dos alunos", escla-
rece ele, que, então, lançou
Quí-
micadoCientíficoedoVestibular.
Já formado e aprovado no exa-
me para o Título de Especialis-
ta emGinecologia e Obstetrícia
(Tego), Simões observou que
Oespecialista sempre teveohá-
bito de, ao chegar em casa após
o trabalho, contar suasvivências
profissionais à família. Incenti-
vado por sua esposa, ele come-
çou a registrar acontecimentos
marcantes e, com o tempo, os
O contato diário com o sofri-
mento, a vivência emocional e
a carga psicológica assumidos
no decorrer de muitas jornadas
são algumas das experiências
médicas que, absorvidas pelos
sentimentos, se transformamem
arte", esclareceMay, quepublica
textosem suplementos, jornaise
revistasculturaisdesdeadécada
de 1970. Ao todo, ele já tem se-
te livros publicados - omais re-
cente, de2012,
ÚltimaChamada
,
reúne contos -, além de partici-
paçõesemantologias.
nãohavianenhum livronoBra-
sil para subsidiar colegas que
pretendiam prestar esse difí-
cil concurso. Foi então que ele
escreveu
Toda a Ginecologia e
ObstetríciaemTestes.
Depois, ele
ainda publicou os livros
Patolo-
giadoTratoGenital Inferior
e
Os
PartosdaPrincesa Isabel -ARe-
dentora: uma contribuição para
aHistóriadaMedicinanoBrasil
.
Para o especialista, é plenamen-
te possível dividir suas grandes
paixões, a medicina e a escrita.
"Não as considero mutuamente
excludentes, mas conexas. Um
exemplo emblemático é o livro
Os Partos da Princesa Isabel - A
Redentora
, em que foi possível
conciliar amedicinacoma fasci-
nante história da Princesa Isabel
e do segundo reinado no Brasil",
argumentaele, queaindapreten-
deescreverum livrosobreavaci-
nacontraoHPV.
