Revista Unimed - Ed 21 - page 35

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Fev/Mar | 2016 . N
o
21 . Ano6 . REVISTAUNIMEDBR
A
luta pela igualdade é
um dos mais impor-
tantes e prementes
temas do século 21. Uma socie-
dadequebuscaamodernidadee
odesenvolvimentodeveassumir
o compromisso de garantir as
mesmas oportunidades a todas
as pessoas, independentemente
de raça, sexo, orientação sexual,
origem social, religião e condi-
ção físicaoumental.
Nesse cenário, a posição das
mulheres tem ganhado desta-
que por sua atuação cada vez
mais enérgica em prol da equi-
dade ou porque, infelizmen-
te, é possível perceber o longo
caminho que ainda precisa ser
percorrido. Segundo o Relatório
de Desenvolvimento Humano
2015 do Programa das Nações
Unidas para oDesenvolvimento
(PNUD), as mulheres realizam
52%de todoo trabalhonomun-
do,mas têmmenosprobabilida-
de de ser remuneradas do que
oshomens. Quandopagas, rece-
bem24%amenos.
Esses dados não chegam a es-
pantar se lembrarmos de que o
Às vésperasdoDia Internacional daMulher, aespecialistaem
equidadedegênero JúniaPugliaexplicaaposiçãodoBrasil
noequilíbriodeoportunidadesentrehomensemulheres
eaurgênciade secombater todosos tiposdepreconceito
direito delas ao voto só foi libe-
rado no Brasil em 1932. Após as
eleições de 2014, dos 513 depu-
tados federais doPaís, apenas 51
são mulheres. De 81 senadores,
somente 12 são representantes
do sexo feminino. Isso corres-
ponde a somente 10,6% do Con-
gresso Nacional, mesmo que,
conforme dados do Instituto
BrasileirodeGeografia eEstatís-
tica (IBGE) de 2013, asmulheres
sejam51,3%da populaçãobrasi-
leira, ou seja,maisdametade.
Emhomenagem aoDia Interna-
cional daMulher, comemorado
em 8 de março, a
Revista Uni-
med BR
conversou com Júnia
Puglia, consultora sênior de di-
versas agências do Sistema das
Nações Unidas e ex-dirigente
daONUMulheres (Entidadedas
NaçõesUnidas para a Igualdade
de Gênero e Empoderamento
das Mulheres). Ela falou sobre
a promoção de direitos iguali-
tários, a posição do Brasil nesse
movimento e alertou: "As desi-
gualdades prejudicam todos os
gêneros, emperram o desenvol-
vimento e impedem o avanço
em todasasáreas".
DeacordocomaOrganização
Internacional doTrabalho, a
participaçãodasmulheresem
cargosdechefiaaumentou.
Noentantoelasainda são
apenas5%do total. Porque,
apesardocrescimento, o
númeroaindaé tãobaixo?
Os fatores sãomúltiplos: barrei-
raseducacionais, quedificultam
a inserçãodasmulheresemcar-
reirasnãotradicionaise,portan-
to, àsposiçõesdedecisão, poder
e mando; expectativas sociais
e culturais sobre as mulheres,
de quem se espera que deem
prioridade aos papéis cultural-
mente relativosàmaternidadee
à vida familiar; machismo, que
dificulta enormemente a divi-
são das tarefas ligadas à repro-
dução, ainda executadas pelas
mulheres, na grande maioria
dos casos. Dessa forma, embora
tenhamhoje, emmuitos países,
inclusive no Brasil, mais esco-
laridadeequalificaçãodoqueos
homens, e participemmaciça-
mente domercado de trabalho,
o acesso aos altos cargos ainda
é muito difícil para a maioria
dasmulheres.
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