Revista Unimed - Ed 21 - page 36

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REVISTAUNIMEDBR . N
o
21 . Ano6 . Fev/Mar | 2016
Atitude
Naquestãoda igualdade
deoportunidadespara
mulheresnomercado
de trabalho, comoestá
oBrasil em relaçãoao
restodomundo?
Estamos de médio para mal. As
mulheres estão lá, trabalhando,
produzindo riqueza, empreen-
dendo como nunca, mas são
maioria nas ocupações infor-
mais, nos empregos vulneráveis
e nos demenor remuneração. E
são as que mais sofrem nas si-
tuações de recessão econômica.
Além disso, persiste, em grande
parte do mundo e no Brasil, a
práticada remuneraçãodesigual,
na qual mulheres recebemme-
nos do que homens na mesma
função, com os mesmos requi-
sitos e qualificação equivalen-
te. No nosso País, essa diferença
aindaultrapassaos20%.
Osetorcooperativista tem
a igualdadecomoumde
seusprincipaispreceitos.
Comoascooperativaspodem
trabalharparaquesejam
mais igualitáriasentre
osgêneros?
Incorporando a igualdade de
gênero como um princípio. Um
compromisso corporativo com
a igualdade de gênero, em que
medidas sérias e efetivas sejam
tomadas, de forma sustentável,
faz todaadiferença.
Comopromoveramudança
cultural necessáriapara
termosuma sociedade
mais igualitária?
A mudança cultural começa na
educação. É preciso transmitir
às novas gerações, aos nossos
meninos e meninas, outra ma-
neira de lidar com as diferenças,
livre dos estereótipos e das ex-
pectativas predeterminadas. Nas
famílias e nas escolas, o respeito
eavalorizaçãodemulhereseho-
mens precisam ser enfatizados
com amesma relevância. OEsta-
do, as instituições, asentidadesde
classe, enfim, a sociedade como
um todopodemedevempromo-
ver mudanças de comportamen-
to e convivência. A eliminação
da violência e a redução das de-
sigualdades devem ser vistas e
adotadas comometas pessoais e
coletivas. Leis epolíticaspúblicas
têmumpapelessencialnisso,mas
sua eficácia depende também do
compromisso individual.
Alémda igualdadeentre
os sexos, queoutros
movimentoscorrespondentes
precisamocorrer?
Na verdade, muitos já estão
ocorrendo. Primeiro, é preciso
entender que as desigualdades
prejudicam todos os gêneros,
emperram o desenvolvimento e
impedem o avanço em todas as
áreas. É ilusóriopensar que sóos
maisvulneráveissãoafetadospe-
las desigualdades. Eles eelas são,
sim, os mais prejudicados. Por-
tanto, promover direitos e opor-
tunidades iguais a todos está na
basedoconceitomodernode so-
ciedade e democracia. Igualdade
racial, igualdadedegênero, igual-
dade étnica. O Brasil e omundo
só têm a perder quando se recu-
sam a tratar de forma igualitária
todososcidadãosecidadãs, inde-
pendentementedosexo, daetnia,
da cor da pele, da origem social,
da religião, da orientação sexual
edacondição físicaoumental.
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