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Out/Nov | 2016 • N
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25 • Ano 6 • REVISTA UNIMED BR
A (velha) população
do século 21
Os idosos serão um quinto do planeta em
2050, segundo a Organização Mundial
de Saúde. No Brasil, esse número cresce
acima da média mundial. Veja como
o envelhecimento súbito e a transição
demográfica impactam no modo de vida do
brasileiro e no sistema de saúde privado
O
brasileiro não só está fi-
cando mais velho, co-
mo também vive mais
e sente os contratempos que a
longevidade costuma acarretar
na saúde. O constante avanço
da medicina, o aumento de ren-
da, a escolaridade e a proporção
de domicílios com saneamento
adequado contribuem para au-
mentar a expectativa de vida da
população, mas isso não quer di-
zer que as pessoas desfrutem de
saúde plena nesses anos extras.
De acordo com o Relatório Mun-
dial de Envelhecimento
e Saú-
de da Organização Mundial de
Saúde (OMS), o número de pes-
soas com mais de 60 anos no
País deverá crescer muito mais
rápido do que a média interna-
cional. Enquanto a quantidade
de idosos vai duplicar no mun-
do até 2050, no Brasil, ela qua-
se triplicará. No ano passado, a
OMS contabilizou cerca de 900
milhões de idosos, o que repre-
senta 12,3% da população total.
A expectativa é de que o número
de idosos no mundo, em 2050,
represente 21,5%, mais de um
quinto do planeta, ou seja, 2 bi-
lhões de pessoas.
No Brasil, os idosos passarão de
24,4 milhões para quase 70 mi-
lhões. Logo, seremos conside-
rados uma nação envelhecida –
conforme a OMS, essa classifica-
ção é dada aos países com mais
de 14% da população constituída
de idosos, como são, atualmente,
França, Inglaterra e Canadá, por
exemplo. “Essa situação é deli-
cada, afinal, nessa fase da vida, os
custos com a saúde se multipli-
cam tanto em frequência quan-
to em valor de procedimentos”,
alertou Saulo R. Lacerda, gerente
Atuarial da Unimed do Brasil.
Ainda, segundo a OMS, a ex-
pectativa de vida global é de 66
anos e, em 2050, será de 72. Já a
expectativa de vida de um bebê
nascido hoje, aqui, é de 75 anos.
De acordo com uma projeção da
ONU divulgada no ano passado,
a esperança de vida ao nascer
subirá para 81,2 anos até 2050
no Brasil, alcançando países, co-
mo China, Japão e Hong Kong,
cuja média atual fica entre 81 e
82 anos.
Diante de todas as projeções, a
OMS propõe três grandes mu-
danças: tornar os lugares onde
vivemos em ambientes amigá-
veis para as pessoas mais velhas,
realinhar os sistemas de saúde
às necessidades dos idosos e de-
senvolver sistemas de cuidados
de longo prazo a fim de reduzir o
uso inadequado dos serviços de
saúde agudos, garantindo a dig-
nidade nos últimos anos de vida.
“
É necessária, primeiramente, a
mudança de modelo do sistema
com o intuito de sairmos do fee
for service e do hospitalocêntri-
co para a atenção íntegra da saú-
de, que prioriza a qualidade da
saúde do paciente e não o aten-
dimento do médico/hospital”,
comentou Saulo.
Já no ano passado, uma pesquisa
da QualiBest, a pedido da Pfizer,
anunciou que para 77% dos bra-
sileiros, os principais temores
sobre a velhice eram os proble-
mas de saúde. Hoje, dos mais de
20 milhões de idosos no Brasil,
quase 90% têm algum tipo de
doença crônica, como diabetes,
hipertensão, artrose e câncer.
A projeção é de que as doenças
crônico-degenerativas superem
as infectocontagiosas na terceira
idade, como o Alzheimer, apon-
tado como a causa mais fre-
quente da demência, que deve
atingir 135 milhões de pessoas
no mundo em 2050.