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REVISTA UNIMED BR • N
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25 • Ano 6 • Out/Nov | 2016
NO ALVO
Os custos de plano de saúde vão tripli-
car em 15 anos
Essa transição demográfica prevista também apon-
ta impactos na saúde suplementar. Em 2015, por
exemplo, menos de um terço dos beneficiários dos
planos privados era formado por idosos, no entanto,
em 2030, vão representar mais da metade, com 54%
do total de gastos. E o topo da pirâmide de gastos –
idosos com mais de 80 anos – vai dobrar: passar
á
de 11% para 23% do total, conforme projeções do
Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).
Nos próximos 15 anos, os gastos das empresas pri-
vadas de saúde vão triplicar, passando de R$ 106
bilhões por ano para R$ 283 bilhões – com impac-
tos para todo o sistema de saúde suplementar, in-
cluindo os 54 milhões de beneficiários.
“Nos planos individuais cujos reajustes são regula-
dos pelo governo, a tendência é de piora nos resul-
tados das operadoras, uma vez que a recomposição
não acompanha o custo real. Consequentemente,
muitas operadoras tentam evitar o prejuízo sus-
pendendo a venda de planos desse segmento e, ain-
da, buscam o financiamento do prejuízo nos planos
empresariais. Já nos planos empresariais, se busca
o reajuste para esse aumento de custo e, portanto,
é provável que as empresas diminuam esse bene-
fício, que é o seu segundo maior custo com seus
colaboradores, perdendo apenas para o gastos com
salários e encargos sociais”, apontou Saulo.
A premissa é de que não há como deter o passar do
tempo: as despesas com saúde avançam com o en-
velhecimento. Conforme o estudo do IESS, benefi-
ciários de planos privados no Brasil com menos de
18 anos custam cerca de R$ 1 mil por ano. Já a conta
com idosos acima de 80 passa de R$ 1 mil por mês.
O avanço da idade provoca uma verdadeira esca-
lada nos preços: um adulto entre 30 e 50 anos gera
uma despesa média anual de R$ 2,5 mil, no entan-
to, ao entrar na terceira idade, passa a representar
um gasto de mais de R$ 4 mil. Aos 75 anos, a con-
ta anual vai a R$ 9 mil. Assim, quanto mais velho
um país se torna, maior é sua conta com a saúde. “A
utilização aumenta tanto pela fragilização natural
da saúde quanto pela disponibilidade de tempo do
idoso para a ida ao médico. Há ainda uma questão
social referente ao idoso, que não tem, muitas vezes,
atenção e acompanhamento das famílias, tornando
o consultório do médico uma terapia”, explicou o
profissional.
Idoso
bem-cuidado
Com o objetivo de promover um melhor
acompanhamento dos pacientes idosos,
com mais eficácia na prestação do serviço,
a Agência Nacional de Saúde Suplementar
(ANS) criou o projeto Idoso Bem Cuidado.
A iniciativa sugere mudanças na coorde-
nação do atendimento prestado, evitando
repetições de exames e prescrições, bem
como interrupções na trajetória do pa-
ciente, complicações e efeitos adversos
gerados pela desarticulação das interven-
ções em saúde.
Ao longo de um ano, a ANS vai monitorar
e mensurar os resultados da aplicação das
medidas de cada operadora participante, e
os modelos que se mostrarem viáveis po-
derão ser replicados para o setor, de forma
a estimular mudanças perenes no sistema
de saúde. O monitoramento dos projetos
será por meio do acompanhamento dos
seguintes indicadores: número de consul-
tas (com médico generalista, especialistas
e equipe interdisciplinar); taxa de read-
missão hospitalar; frequência e tempo
médio de internação; frequência de idas a
emergência; índice de retorno ao médico
de referência; utilização de instrumentos
específicos de medição de saúde de ido-
sos; modelo de remuneração integrado
com o modelo assistencial; percentual de
idosos assistidos pelo “navegador” (pro-
fissional de saúde que tem a responsabili-
dade de conduzir e articular os diferentes
momentos do percurso do paciente pela
rede assistencial); e percentual de utiliza-
ção de sistema de informação integrado.
A Agência selecionou 64 propostas (de
um total de 74 recebidas). Dessas, 24 são
do Sistema: Unimeds Anápolis, Belém, Be-
lo Horizonte, Campinas, Caruaru, Ceará,
Erechim, Fortaleza, Franca, Goiânia, Join-
ville, Juiz de Fora, Litoral, Noroeste, Nor-
te de Minas, Pelotas, Petrópolis, Poços de
Caldas, Santa Bárbara D’Oeste, São Carlos,
Sete Lagoas, Vitória, Central Nacional Uni-
med e o Hospital Unimed Capivari.